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Lideranças / Sessão ordinária

Movimentação de plenário. Na foto, vereador Aldacir Oliboni
Movimentação de plenário. Na foto, vereador Aldacir Oliboni (Foto: Cristina Beck/CMPA)

Na sessão plenária desta segunda-feira (10/10), da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadores falaram em tempo de Lideranças sobre os seguintes temas:

 

PASSE LIVRE - Leonel Radde (PT) destacou em seu discurso a fala do prefeito Sebastião Melo, afirmando que “o prefeito sentiu o peso da pressão social frente aquilo que ele determinou nesta Casa”. Segundo Radde, foi a Prefeitura de Porto Alegre, representada pela base do governo na Câmara, que determinou que não haveria passe livre nos dias de eleição. “A oposição, representada pelo PT, PSOL e PCdoB, apresentou emendas, uma delas do PCdoB, que colocava de volta o passe livre nos dias das eleições que foi derrubada pela base governista desta Casa”, ressaltou o parlamentar.

 

ISENÇÕES - Cláudia Araújo (PSD) lembrou que, no ano de 2021, foi votada a retirada de sete isenções. A vereadora afirmou que a dedução das isenções garantiram que a passagem se mantivesse em R$ 4,80 e para ela, foi "consciente naquela época, porque para nós era muito importante que o trabalhador que sai todos os dias para trabalhar pudesse ter a passagem mais acessível. Nós sabemos que isso é que faz a diferença”. Cláudia Araújo disse ainda que a políticagem deve acabar.

 

ELEIÇÃO - Alexandre Bobadra (PL) agradeceu ao prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo pelo esclarecimento sobre o passe livre e disse que, pessoalmente, é a favor da isenção. Para o vereador, os candidatos que apresentaram propostas e promoveram debates não obtiveram bons resultados na eleição. “Quem fez algumas coisas bizarras, chapéu de burro, algema, pirotecnia, esses foram bem, conseguiram. Porque a finalidade da oposição não é governar, todas às vezes que eles governaram foram mal,  porque não sabem fazer”, frisou Bobadra. Segundo o parlamentar, a discussão sobre o passe livre pela oposição, nas redes sociais, foi eleitoreira.

 

DEMAGOGIA - O vereador Aldacir Oliboni (PT) criticou as falas do prefeito Sebastião Melo, em que ele citou a oposição que há dentro da Câmara Municipal contra sua decisão do projeto sobre o passe livre. O vereador acrescentou que a posição do prefeito não foi política e sim demagógica sobre a decisão da votação do projeto do Executivo. “Demagógico, prefeito, é quando o senhor não se posiciona como um prefeito de toda cidade, de todos os vereadores, de toda a população. Aqui, nesta tribuna, se deve ter posição política e ao se ter posição política, se valoriza a todos os cidadãos que votaram na oposição e na situação. Mas quando o prefeito não consegue visualizar o todo, toda floresta, acaba tendo um discurso, como disse o nobre líder do PSOL, Pedro Ruas. Demagógico, fake news”. E finalizou seu discurso dizendo que Melo deveria ter se reunido junto à oposição para discutir sobre o projeto do passe livre.

 

EMENDA - A vereadora Mari Pimentel (NOVO) afirmou que a bancada da esquerda praticou demagogia. Usou o exemplo de municípios como Belém do Pará e a cidade de São Leopoldo, governados por líderes de esquerda, eleitos sem passe livre e que não possuíam passe livre durante essas eleições. A vereadora citou o estado dos votos em cidades com passe livre e sem o passe livre. “Nos locais onde tem passe livre, teve menor presença na urna, do que onde não teve”. Mari explicou a sua emenda sobre a matéria: “o partido Novo entendendo que pode ser uma questão sensível, colocou uma emenda, onde as pessoas vulneráveis possam utilizar o passe livre, mas não para todos”.

 

REPÚDIO - A vereadora Daiana Santos (PCdoB) pronunciou seu repúdio contra o prefeito Sebastião Melo e os vereadores que votaram contra o passe livre. “Agora fica muito fácil vir aqui e falar que erram, assim como o prefeito, covardemente veio aqui e simplesmente virou as costas. Quero ver todo aparato que veio aqui para fazer a defesa do SUS, a defesa da educação com qualidade”. A vereadora exigiu respeito de Melo ao povo e disse que a decisão dele sobre o projeto foi contra a população.

 

REVOLTA - A vereadora Mônica Leal (PP) falou que entendia e concordava com a revolta do prefeito Sebastião Melo. A parlamentar explicou que cada isenção de passe nos domingos custava mais de R$ 1 milhão em gastos municipais. Mônica apontou diversas críticas às decisões e à lealdade do partido Novo em relação aos votos de projetos, incluindo o do passe livre. “A esquerda, eu sei o que vem deles, é a oposição, mas dos nossos… Eu fico enojada”.

 

RESPEITO - Pedro Ruas (PSOL) declarou que não aceitava as falas do prefeito Sebastião Melo na sessão desta segunda-feira, e exigia respeito com os vereadores da Casa. Segundo Ruas, o titular do Executivo sempre combateu as reduções dos preços das passagens desde sua época de vereador. “Nunca nenhuma vereadora ou vereador de oposição foi até ao Paço xingar o prefeito na sala dele. E também nunca vi um prefeito fazer isto, vir aqui com problemas pessoais, xingar a oposição e ir embora, irresponsável e covarde”. 

 

LIMITES - Cezar Schirmer (MDB) ressaltou que as ações dos vereadores na tribuna são, muitas vezes, ao seu ver, com linguagens desrespeitosas. Que a vinda do prefeito após ter ouvido acusações desrespeitosas e falsas ditas na imprensa por vereadores da oposição, foi dada com sua inconformidade e contrariedade como um homem púbico que historicamente respeita a todos. Segundo Schirmer, deve haver limites, que foram extrapolados nos dias que antecederam a eleição. “Não estamos entendendo que a instituição é maior do que qualquer de nossas divergências, e aqui fala alguém que tem uma trajetória de luta pela democracia e a liberdade. Mas mesmo a liberdade de expressão tem que ser colocada no contexto do respeito a instituição a qual pertencemos”.

 

EMENDA - Moisés Barboza (PSDB) destacou que foi feita uma emenda para manter o passe livre nos dias de eleições, porém houve uma visão de que ela não fosse incluída e não foi a votação. O vereador agradeceu a sensibilidade do prefeito que permitiu o passe livre. Barbosa questionou se teria sido diferente caso a oposição tivesse entrado na Justiça no ano passado, logo após a aprovação do projeto e não uma semana antes das eleições. "Se cada vereador destinar 28 mil reais em emendas positivas anualmente, nós asseguramos mais de R$ 1 milhão de reais, que é o custo do passe livre nas eleições".

 

FUGA - Laura Sito (PT) comentou a saída do prefeito Sebastião Melo do plenário, após seu discurso sobre o passe livre. A vereadora classificou a saída apressada do prefeito como uma “fugida”. Laura defendeu o passe livre para a população durante as eleições e garantiu que na cidade de Porto Alegre “aos ricos, aos empresários, tudo pode, tudo dá. Ao povo, só as  migalhas”. De acordo com a vereadora, o prefeito Melo constitui a imagem do Bolsonarismo que é antidemocrático, autoritário, antipovo e que não aceita o contraditório.

 

INDIGNAÇÃO - Claudio Janta (SOLIDARIEDADE) concordou com a indignação do prefeito Sebastião Melo a respeito da oposição da Câmara. “Mas o que eu vejo, o que mais deixou brabo com alguns membros da oposição, foi que o prefeito falou: que eles não andam de ônibus, pelo contrário, andam de carrão com motorista. O vereador, que se diz vereador do povão, atrás, sentado, como se fosse um bacana”, criticou Janta. Ele ressaltou que foi esta mesma oposição que, durante o governo do PT, criou o “Plus Tarifário", e que à época foi esse mesmo governo que concedia benefícios a empresas de transporte para resolver os problemas de intervenção no transporte da capital. O parlamentar lembrou que questões específicas sobre o passe livre já haviam sido discutidas na Casa.

 

NECESSITADOS - Cláudio Janta (SOLIDARIEDADE) afirmou que a gestão do PT está afastada desde 2004 da Prefeitura de Porto Alegre, pois a população entendeu que a intervenção realizada em 1989 gerou mais de R$ 40 milhões de prejuízos pra quem usa o sistema de transportes. Segundo o vereador, quem está faltando com a verdade para a população é quem diz que tem que ter passe livre e que a passagem tem que ser R$ 6,75, pois foi isto que o prefeito falou e o que vários líderes da Casa falaram. “Passe livre tem que ser pra quem realmente precisa, pra quem vai procurar emprego, pra quem precisa levar o sustento pra sua família, quem está desempregado, é pra isso que deve ser o passe livre. Proponho que as passagens no dia das eleições em todas as cidades do Brasil sejam de graça e entrem no custo da eleição, desde que não saiam da saúde, da educação, da segurança e principalmente do bolso da população que estaria pagando a passagem R$ 6,75”.

Texto

Eduarda Burguez, Josué Garcia, VinÍcius Goulart (estagiários de jornalismo)

Edição

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)