Febre amarela

Médica não vê necessidade de corrida a postos de saúde

Palestra teve distribuição de folder Foto: Elson Sempé Pedroso
Palestra teve distribuição de folder Foto: Elson Sempé Pedroso

Receber a vacina contra a febre amarela é importante para prevenir e ampliar a área livre da doença, mas não há razão para uma corrida desenfreada aos postos de saúde da Capital. A opinião foi manifestada pela médica Rosa Harzheim, do Ambulatório da Câmara Municipal de Porto Alegre, em palestra que marcou, na tarde desta quarta-feira (6/5), o início da campanha de conscientização contra a febre amarela organizada pelo Memorial do Legislativo. Durante a atividade, realizada no Teatro Glênio Peres da Casa, foram distribuídos folhetos informativos e exibido o filme Oswaldo Cruz, o médico do Brasil, que intitula também uma exposição inaugurada no térreo.

Rosa informou que a febre amarela é uma doença viral que apresenta dois tipos: a silvestre e a urbana. A silvestre é transmitida por mosquitos do gênero Haemagogus, restrito a áreas de mata. Se uma pessoa for picada por esse mosquito pode, ao circular pela cidade, servir de fonte de infecção para outro gênero do inseto - o Aedes aegypti -, transmissor da febre amarela urbana.

Para a médica, porém, é reduzido o risco de um tipo da doença transformar-se em outro. Dessa forma, ela define como fundamental vacinarem-se agora apenas aquelas pessoas que circulam por zonas de mata e por áreas consideradas de risco, como os bairros Lomba do Pinheiro, Agronomia, Morro Santana e Extremo Sul. "Mesmo que morem no Centro", reiterou. Uma vacinação geral imediata, na sua opinião, seria uma medida de "superprevenção, mais para ampliar o cinturão de segurança" à volta da Capital.

Rosa também alertou para a impossibilidade de contrair febre amarela pelo ar e no contato com outras pessoas ou animais, como os bugios, considerados "reservatórios" do vírus e que, como os humanos, podem manifestar a doença. "A única forma de contaminação é pela picada de um mosquito infectado", enfatizou. Por isso, a médica  aconselhou à população que, a exemplo da dengue (transmitida pelo mesmo mosquito da febre amarela urbana), evite sempre o acúmulo de água parada.
     
Na palestra, Rosa ainda referiu-se às contra-indicações da vacina da febre amarela. De acordo com a médica, não devem se vacinar: gestantes (pode infectar o feto); pessoas com HIV, leucemia e linfoma; quem está fazendo quimioterapia e radioterapia; alérgicos a ovo (a vacina é preparada em ovos embrionados); alérgicos ao antibiótico eritromicina e à gelatina (componentes da fórmula da vacina); e pessoas com antecedentes de reação alérgica a uma dose prévia da vacina. Quem apresenta quadro febril ou viral (gripe, herpes, diarréia intensa) deve esperar o fim da doença.
  
Conscientização

As atividade de conscientização sobre a febre amarela continuam até 27 de maio na Câmara, sempre com entrada franca. As exibições do filme e as palestras com algum dos médicos do Ambulatório devem ser agendadas no Memorial da Casa, pelo telefone (51) 3220-4187. A exposição Oswaldo Cruz, o médico do Brasil pode ser visitada até 29 de maio, das 9 às 18 horas, de segundas a quintas-feiras, e das 9 às 16 horas, às sextas-feiras, no térreo da Câmara (AVenida Loureiro da Silva, 255).

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)

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