Modelo tarifário do Dmae está defasado, diz Flávio Presser
O diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Flávio Presser, afirmou na manhã desta terça-feira (13/8), em reunião da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) da Câmara Municipal, que 83% dos usuários porto-alegrenses recebem algum tipo de subsídio na tarifa cobrada pelos serviços prestados por aquele órgão. O modelo tarifário do Dmae está defasado, pois não é mais condizente com a realidade atual de Porto Alegre, salientou. A população que consome água e não paga tarifa está onerando o prestador do serviço (Dmae). A tarifa social, em torno de R$ 10, é altamente subsidiada. E a tarifa cobrada pela água subsidia o serviço de tratamento de esgoto, que tem custo mais alto que o do tratamento da água. A água tem valor econômico; o esgoto, não. Coordenada pelo presidente da Cefor, vereador Valter Nagesltein (PMDB), a reunião também contou com a presença dos vereadores Idenir Cecchim (PMDB), João Carlos Nedel (PP) e Any Ortiz, além de técnicos do Dmae.
Presser defendeu ainda obras de ampliação das redes de esgoto. Sem redes não há como tratar o esgoto, pois 68% do sistema é de esgoto misto, modelo que não é o desejável. Segundo ele, o Programa Consumo Responsável ajuda a levar abastecimento às vilas irregulares de Porto Alegre, que não possuem redes formais constituídas, sendo abastecidas de forma precária e gerando desperdício de recursos. Mais da metade da água disponibilizada à população é perdida, apontou Presser. Esse Programa busca a redução do desperdício e das perdas no abastecimento de água, através de um maior controle.
Segundo ele, o consumo médio de água por família, em Porto Alegre, está na ordem de 15m³/mês. A intermitência no abastecimento se deve ao excesso de consumo. De acordo com Presser, o controle do consumo de água requer uma renovação da rede de abastecimento da cidade, que tem 3,8 mil quilômetros de extensão e apresenta precariedades. Observou que grandes shoppings da cidade, atualmente, já reaproveitam a água da chuva ou praticam o reúso de água.
O diretor do Dmae disse que Porto Alegre deverá ampliar as Estações de Tratamento de Água (ETA) Menino Deus e Belém Novo, cujas reformas já teriam sido parcialmente feitas. No sistema Belém Novo, as obras têm custo de R$ 190 milhões. O estudo técnico e econômico mostrou que a alternativa mais viável seria a ampliação e manutenção do ETA Belém Novo, com a construção de uma nova ETA com capacidade de 1,5 mil litros por segundo. A ampliação dos sistemas Belém Novo e Menino Deus permitem a desativação do sistema Lomba do Sabão.
Prioridades
Flávio Presser ainda apresentou aos vereadores as seguintes obras priorizadas para 2014:
Reservatório Cristiano Kraemer: será construído com financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, com custo de R$ 3 milhões. O Bairro Aberta dos Morros, onde será construído o reservatório, é uma região que tem carências de abastecimento dágua, especialmente nas partes mais altas da Estrada Cristiano Kraemer.
Adutora de sucção em no Bairro Ipanema, nas proximidades da Praça Moema, para sanar problemas de escassez de água no futuro.
Ampliação do Reservatório Restinga: região sofre problemas de bombeamento e abastecimento de água em razão da frequente falta de abastecimento de energia elétrica por parte da CEEE. O Reservatório Restinga deverá ganhar mais 3.500m³ de capacidade de reservação.
Estação de Tratamento de Água na Lomba do Pinheiro: foi desativada, pois água que abastecia aquela região apresentava alto índice de presença de manganês. População reclamava da qualidade da água, que apresentava cor amarelada. Desta forma, a Lomba do Pinheiro passa a ser abastecida pelas Estações Menino Deus e Belém Novo.
Avenida Assis Brasil e adjacências: rede de abastecimento da região já começou a ser substituída, em função da ocorrência de rompimentos em alguns pontos. Obras dizem respeito ao coletor tronco.
Avenida Edgar Pires de Castro, no Bairro Aberta dos Morros: terá obras para substituição de rede de abastecimento dágua, pois a região tem recebido muitos empreendimentos novos.
Despoluição da Bacia do Arroio Dilúvio: bacias de arroios que despejam esgoto no Arroio Dilúvio estão sendo interceptadas. Enquanto o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) faz a manutenção do Dilúvio, o Dmae é responsável por evitar que o esgoto cloacal seja jogado dentro do Arroio. Ainda falta a implantação de 250 quilômetros de rede no Dilúvio. Para despoluir a Bacia do Dilúvio, segundo Presser, seria preciso haver mil quilômetros de rede implantados. Ainda devem ser feitas obras para melhoria e tratamento de esgoto na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Bom Sucesso e de conclusão da ETE no Arroio Sarandi. O Programa Sócio-Ambiental (Pisa) implantou 88% da rede prevista para o Arroio Cavalhada, sendo necessário agora completá-la. Também é necessária ainda a implantação de redes para evitar a poluição do Arroio Areia.
Arroio Capivara: deverá receber a ampliação das suas redes coletoras, a fim de contribuir para a balneabilidade da praia de Ipanema.
Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)