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Moradores da Ponta Grossa reclamam que Pisa não beneficia a região

Dmae diz que está realizando obras Foto: Elson Sempé Pedroso
Dmae diz que está realizando obras Foto: Elson Sempé Pedroso (Foto: Elson Semp Pedroso/CMPA)
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre promoverá uma reunião com a comunidade do Bairro Ponta Grossa, no dia 11 de junho à noite, para que os representantes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) apresentem o Plano Municipal de Saneamento. A decisão foi tomada pelo presidente da Cosmam, vereador Dr. Thiago Duarte (PDT), juntamente com o vereador Mauro Pinheiro (PT) e a vereadora Lourdes Sprenger (PMDB), durante reunião da Cosmam realizada nesta terça-feira (13/5) pela manhã. Na ocasião, os vereadores debateram com a comunidade e representantes do Dmae o impacto das obras do Programa Integrado Socioambiental (Pisa) naquela região. Os moradores da Ponta Grossa e do Extremo Sul da Capital reclamam que não estão sendo beneficiados pelo Pisa.

Rosane Demarco, conselheira do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) na Região de Planejamento 8, reclama dos constantes alagamentos na Ponta Grossa, localizada a cinco quilômetros da central de tratamento de esgoto de Belém Novo, em dias de chuvas intensas. “Por que não foi feita a ligação do esgoto cloacal às redes do Pisa?”, questiona Rosane. “As fossas ficam cheias, e o esgoto retorna para dentro de casa.”

Rosane solicitou que o Dmae também apresente, na reunião do dia 6 de junho, um cronograma de obras de canalização de esgoto e que explique sua estratégia para atender as demandas da Zona Sul enquanto as obras do Pisa não estiverem concluídas. “É preciso haver comprometimento do Executivo municipal.”

Dmae

Representando a direção do Dmae, o engenheiro Valdir Flores, que também é coordenador do Pisa, explicou que houve um atraso das obras para a entrada em operação das redes coletoras do Bairro Ponta Grossa. Segundo ele, o Dmae está realizando obras para implementar a elevatória para o bombeamento de água naquela região. No entanto, diz o engenheiro, o Dmae encontra muitas dificuldades para realizar obras na Ponta Grossa por ser uma região plana e alagadiça. Alem disso, diz o engenheiro, é uma área de aterro, encarecendo a obra pela necessidade de escavações para implantar tubulação e escoramento especial. “É uma região totalmente desprovida de drenagem. A comunidade está convivendo com esgoto a céu aberto dentro das casas. São feitos aterros sistemáticos na região, especialmente na Ponta Grossa.”

Flores, no entanto, garantiu que o Dmae elaborou um planejamento para atendimento de todo o Município. Ele também informou que está sendo aberta licitação para a realização de obras na área da PG-2 da Ponta Grossa, que ainda não foi atendida. “A ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) Serraria atenderá as comunidades da Zona Sul. Ela tem capacidade para atender praticamente o dobro da demanda atual, podendo funcionar normalmente pelos próximos 30 anos. Foram investidos R$ 6,2 milhões em obras de saneamento na região. De acordo com Flores, apenas 317 residências da Ponta Grossa, de um total de 2113, já estão ligadas na rede. "Mas os alagamentos continuarão, porque isso não depende do Pisa.”

Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Marco Aurélio Marocco (re. prof. 6062)