Cedecondh

Necessidades de idosos em ônibus são avaliadas

Giselda expôs para a comissão suas dificuldades nos ônibus Foto: Elson Sempé Pedroso
Giselda expôs para a comissão suas dificuldades nos ônibus Foto: Elson Sempé Pedroso

Para discutir a relação de idosos com o atual sistema de bilhetagem eletrônica (Tri - Transporte Integrado) dos ônibus, a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal se reuniu, na manhã desta sexta-feira (4/4), com Conselho Municipal do Idoso (Comui), Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Fundação de Assistência Social e de Cidadania de Porto Alegre (Fasc) e usuários dos ônibus da Capital.

A presidente do Comui, Marly Büttner, reclamou da falta de educação de muitos passageiros, mas afirmou ser favorável ao Tri. “Antes, o ônibus ficava lotado na frente. É uma questão de hábito e de instrução para a população”. Conselheiro do Comui, Cláudio Alencastro destacou que hoje há o preparo adequado do motorista e do cobrador para lidar com os idosos e há também a identificação correta dos espaços preferenciais. “Tudo isso contribui para que possamos evoluir." Giselda Silveira, idosa e usuária de transporte coletivo, discorda do Comui. “Utilizo ônibus diariamente, e acredito que os idosos foram prejudicados pela mudança”. Entre os problemas identificados por Giselda estão a altura da roleta e a travessia feita pelo idoso da roleta até o centro e do centro do veículo até a porta traseira, que pode resultar em quedas.

Implementação

“O layout dos ônibus foi alterado, mas não prejudicou o idoso de acordo com o Estatuto do Idoso, que diz que o transporte coletivo deve oferecer 10% de assentos preferenciais”, garantiu a assessora jurídica da EPTC, Janine Giongo. “São três na parte dianteira, utilizados por aqueles que têm dificuldade de locomoção, e seis na traseira”. Colocar mais ônibus nos horários de pico, conforme Janine, é uma das próximas ações da EPTC. De acordo com os números trazidos pela EPTC, de janeiro a março, 144 mil idosos se cadastraram no Tri, sendo 108 mil com mais de 65 anos. Mais de 2,6 milhões de viagens de idosos foram registradas nesse período.

Laura Gomes e Elcio Nichimura, representantes da Fasc, acreditam que ajustes no decorrer do programa poderão ser feitos. Para Nichimura, dentro de dez anos a Capital pode contar com frota de acessibilidade universal. “É um avanço, temos que continuar lutando, mas o que falta é mais respeito com a pessoa idosa. É hora de pensar em campanhas, principalmente dentro das escolas”.

Encaminhamentos

Para o vereador Guilherme Barbosa (PT), presidente da Cedecondh, a implementação do Tri trouxe vantagens e desvantagens aos idosos. “O aumento do espaço onde ficavam os assentos preferenciais é uma vantagem. Antes, a posição complicava a passagem e o espaço era pequeno“. Como desvantagem, Barbosa acredita que o percurso até a porta traseira pode trazer dificuldades. “Com os bancos no centro do veículo, já vi pessoas cambaleando”.

Ficou acertado que o material reunido durante o encontro de hoje será enviado para EPTC, ATP, Comui, Conselho Municipal de Direitos Humanos e Ministério Público para estudos e verificação da possibilidade de modificações.

Taidje Gut (reg. prof. 13614)