Plenário

ONG defende criação do Plano Municipal do Livro e da Leitura

Márcia destacou trabalho realizado nas periferias de Porto Alegre Foto: Lívia Stumpf
Márcia destacou trabalho realizado nas periferias de Porto Alegre Foto: Lívia Stumpf

Um apelo ao poder público para a execução do Plano Municipal do Livro e da Leitura e maiores investimentos nas bibliotecas comunitárias de periferias foi feito, nesta quinta-feira (3/3), pela ONG Cirandar na Câmara Municipal de Porto Alegre. O pleito ocorreu no período de Comunicações Temática no Plenário Otávio Rocha, e contou ainda com a participação de educadores de projetos sociais.

Márcia Cavalcante, da Cirandar, informou que a instituição atua em Porto Alegre com um grupo de pessoas envolvidas com a leitura e a cultura da cidade, com encontros desde 2008. Destacou que o principal projeto da organização é o Rede de Leitura, que articula diversas bibliotecas comunitárias. A ONG está em cinco localidades: Morro da Cruz, Restinga, Maria Goretti, Vila Assunção e Vila Chocolatão. “Trabalhamos no fortalecimento da leitura na periferia da cidade”, registrou.

Márcia apresentou um vídeo da instituição mostrando o trabalho em três projetos: Rede de Leitura, Sarau Itinerante e um ônibus biblioteca que percorre os municípios, inclusive com gravações de CDs. “Estamos em cinco comunidades. Acreditamos que uma biblioteca comunitária precisa ser atrativa com profissionais formados”.

Emenda

A educadora relatou que o Plano Municipal do Livro e Leitura, em Porto Alegre, é baseado no projeto nacional de mesmo nome. Disse que sensibilizou o prefeito José Fortunati, mas criticou Porto Alegre por ainda investir pouco neste segmento. “Quando existe investimento não atinge a periferia. Um trabalho sério de literatura tem bons resultados. O Plano é fundamental, mas precisamos de recursos”, criticou.

Márcia pediu à Casa que discuta o veto do prefeito à emenda de autoria da vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), de R$ 150 mil, para fins de implantar o Plano Municipal do Livro e Leitura. “Não podemos correr o risco de deixar um trabalho tão bom quanto este por falta de investimento público. Promover a leitura é promover uma cidade melhor”, afirmou Márcia, ao registrar que a emenda não é um valor grande, "mas sem ela não existirá o Plano. Hoje os projetos da ONG são mantidos por institutos privados que os patrocinam".

Estante

Daniel Caminha, do grupo Nômade Independente, que trabalha com projetos de inovações sociais, apresentou ao plenário o projeto Estante Pública, de 2008. A proposta utiliza espaços em desuso, como paradas de ônibus onde existiam espaços publicitários, mas que estão desativados pelo fim do contrato com as empresas que os exploravam. “Aproveitamos a carcaça metálica abandonada para instalar estante com livros”, disse.

Caminha lembrou que o projeto Estante Pública busca "integrar o conviver com o coletivo, e estar em espaço público, e de como as pessoas agem num espaço que é de todos é não é de ninguém". “É a ideia do como convivo com o coletivo", completou. O projeto, segundo Caminha, não tem regras para que as pessoas desenvolvam sua ética. "A única regra é: preserve os livros. Respeite o próximo leitor”.

O período de Comunicações Temáticas desta quinta-feira foi proposto pela vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), que preside na Câmara Municipal a Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura.

Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)

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