Pedro Gus rebate críticas à gestão da saúde municipal
Presidida pelo vereador João Carlos Nedel (PP), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal discutiu, nesta terça-feira (29/8), o relatório de gestão da Secretaria da Saúde Municipal (SMS) sobre os resultados do primeiro trimestre de 2006. A dirigente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Elenara Missel, afirmou que a saúde pública "vai muito mal" em Porto Alegre. Analisando dados apresentados pela SMS, Elenara disse que houve aumento da mortalidade infantil entre o primeiro trimestre de 2005 e o mesmo período de 2006, bem como redução da cobertura vacinal, falta de medicamentos nos postos de saúde e prioridade para a realização de exames de alta complexidade (aumento de 39%), em detrimento de exames mais simples, como o hemograma. "Apesar de termos tido audiências com o prefeito José Fogaça, não houve retorno. Estamos preocupados com o modo de gestão da saúde no município."
O secretário municipal da Saúde, Pedro Gus, rebateu as críticas e negou que haja atenção especial da SMS aos exames de alta complexidade e aumento da mortalidade infantil em Porto Alegre. "Estamos atentos. Dados estatísticos não podem ser analisados isoladamente." Pedro Gus afirmou que recursos destinados à aquisição de medicamentos são insuficientes. Ele reconheceu a existência de problemas na cobertura de vacinação no município, mas afirmou que eles ocorrem em todo o país. "O primeiro trimestre foi ruim, mas não aceito que se diga que a saúde piorou em Porto Alegre."
O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Oscar Paniz, salientou que há muitas questões "que não estão minimamente resolvidas" e citou, como exemplo, a necessidade de maior controle da SMS sobre a falta de medicamentos nos postos de saúde e mais eficiência no combate à dengue. "Fazemos uma crítica permanente ao planejamento da SMS."
Para o coordenador da Gerência de Regulação dos Serviços de Saúde da SMS, Eduardo Elsade, o fórum legítimo para a discussão e análise do relatório é o Conselho Municipal de Saúde. "Não podemos apenas pinçar dados do relatório, que deve ser analisado como um todo." Elsade lembrou que os recursos destinados pelo Ministério da Saúde "são carimbados", não cabendo ao gestor escolher onde devem ser aplicados. Segundo ele, tanto o governo federal quanto o estadual não repassam os recursos que devem para a SMS. Também participaram da reunião os vereadores Aldacir Oliboni (PT), Claudio Sebenelo (PSDB), Neuza Canabarro (PDT), Mônica Leal (PP) e Elias Vidal (PPS), que integram a Cosmam, bem como membros do Sergs e do Sindisaúde.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)