Plenário

Sessão ordinária / Comunicações

Nesta quinta-feira (1/7), na sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadores e vereadoras trataram dos seguintes assuntos no período de Comunicações:

RACISMO - Pedro Ruas (PSOL) se disse preocupado com o racismo. Ele lembrou que nos anos 1970 e 1980 a luta contra o racismo era tão forte quanto hoje ocorre com a luta contra a homofobia. “Naquela época o racismo ocorria de forma cruel e sutil”, definiu, ao mesmo tempo em que avaliou as propagandas de hoje também como sutilmente racistas, uma vez que as informações positivas estariam ligadas às imagens de homens e mulheres brancas, enquanto as informações negativas, como doenças, atreladas a homens e mulheres afrodescendentes. “Eu vi isto hoje, num ônibus da Carris e, neste sentido, quero pedir esclarecimentos sobre o fato”, propôs. (GF)

MOTORISTAS - João Carlos Nedel (PP) prestou homenagem ao Dia do Motorista, comemorado no último dia 25. Ele destacou a importância deste ofício para a vida das pessoas e a falta de respeito por parte dos usuários com estes profissionais. “Muitas vezes nós olhamos os motoristas como se fossem máquinas e nos esquecemos que atrás do volante há homens e mulheres, com tanto ou mais problemas do que nós, que estão lá para garantir o sustento de sua família e merecem o nosso respeito e a nossa compreensão”. Declarou o vereador, lembrando que comumente as pessoas entram e saem dos ônibus, por exemplo, sem sequer dizer “bom dia”. (GF)

PARQUÍMETROS - Bernardino Vendrústulo (PSD) criticou projeto de Executivo que busca revogar a Lei 10.823, que disciplina os tiquets dos parquímetros de forma a gerar dois comprovantes – um para ficar no carro e outro para ficar com o usuário. O vereador pede para que o Executivo – que justifica a impossibilidade técnica de colocar a lei em vigor – possa reavaliar o projeto, uma vez que a economia gerada seria mínima e não se justificaria. (GF)

PISA - Airto Ferronato (PSB) fez um breve histórico do Programa Integrado Socioambiental (Pisa) e anunciou que depois de muitos anos o projeto está concluído. “Ele modifica de pouco mais de 25% para mais de 87% de esgoto tratado. A obra está pronta: basta ligar”, afirmou. Ele lamentou, contudo, que até hoje a Fepam ainda não liberou o Pisa para funcionar por problemas de modificações no projeto por parte da prefeitura. Ferronato adverte que a modificação questionada fez com que o Poder Público economizasse milhões sem comprometer a eficácia da obra. “Enquanto no país de critica o superfaturamento de obras públicas, em Porto Alegre gastamos menos do que o previsto e somos questionados por isso.” (GF)

JUCA - Mário Fraga (PDT) pediu à Prefeitura que providencie o recapeamento da avenida Juca Batista, na Zona Sul da cidade. Lembrou que já levou o secretário de Urbanismo, Mauro Zacher, duas vezes ao local e que hoje pela manhã pediu pessoalmente ao prefeito José Fortunati a realização da obra. Fraga também falou da invasão do Plenário da Câmara em julho. "Vejo muitos aqui faceiros. Parece que já esqueceram o 11 de julho. Mas nós não esquecemos." (MAM)

ARAÚJO I - Sofia Cavedon (PT) classificou como escandalosa a exploração do Auditório Araújo Viana pela empresa Opus. Segundo ela, a Opus vem descumprindo vários pontos do edital de concessão do espaço. "A empresa terceiriza o espaço, alugando o auditório para shows promovidos por outras produtoras, o que é claramente proibido pelo edital." Além disso, observou, a banda municipal foi desalojada de seu local de ensaios. "É preciso reavaliar a concessão por descumprimento de edital." (MAM)

MANIFESTAÇÕES - Márcio Bins Ely (PDT) disse que a maioria das manifestações que têm ocorrido pelo país são legítimas, mas alertou que algumas práticas "ultrapassaram o alambrado". Lembrando a invasão do Plenário, disse ter certeza que a maioria dos eleitores não aceita atos de vandalismo. "Fotos de nudismo no parlamento são uma ofensa à democracia. Manifestações que depredam, quebram e saqueiam não são legítimas e acabam esvaziando os movimentos." (MAM)

ONU - Alberto Kopittke (PT) citou relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Mostra que nenhuma outra nação se desenvolveu tanto quanto o Brasil nos últimos anos. O IDH subiu 50% neste período. Isso não é somente graças ao PT, mas à nação brasileira. Temos que ter muito orgulho do que construímos”, afirmou. “Na contra-mão, Porto Alegre caiu. Foi a capital que menos cresceu em dez anos. Se continuarmos neste ritmo, não estaremos entre as 500 cidades mais desenvolvidas do País no próximo período. Em 10 anos, a gestão Fogaça-Fortunati fez a cidade parar. Isto não é dito pelo PT, mas pela ONU.” (MM)

DENTISTA - Mario Manfro teceu críticas aos manifestantes que ocuparam a Câmara Municipal. “Ficamos marcados por esta invasão”, disse. O parlamentar também falou sobre matéria do repórter Eduardo Rodrigues, publicada no jornal Diário Gaúcho. “Quero chamar a atenção desse jornalista, que se arvora o direito de dizer quais os projetos são estranhos, bons ou ruins. Ele coloca como estranho um projeto meu, que propõe dentista nas UTIs. Não sabe da importância de uma ação como essa para a saúde pública.” (MM)

ARAÚJO II - Idenir Cecchim (PMDB) afirmou que não vê problemas em pagar ingresso para assistir espetáculos no auditório Araújo Viana. Segundo o vereador, o local foi abandonado no governo do PT e só reabriu após a parceria com a iniciativa privada. O parlamentar também fez críticas ao discurso do vereador Alberto Kopittke (PT) com relação ao IDH da ONU. “O que ele não disse é que o Brasil despencou. Só o senhor não enxerga isso. Há muita coisa errada, principalmente na educação. E um dos culpados disso é o governo do Estado”, salientou. (MM)

FORTUNATI - Alceu Brasinha (PTB) subiu à tribuna para defender o prefeito José Fortunati (PDT). “O governo Fortunati tem 212 dias. É um governo transparente. Basta ver o Orçamento Participativo e como o prefeito é bem recebido nas comunidades”, ressaltou o vereador. Brasinha aproveitou para elogiar a decisão da Brigada Militar, que liberou a participação da torcida colorada no clássico Gre-Nal, que será realizado no próximo domingo (4/8). (MM)

FORÇA – Clàudio Janta (PDT) comunicou que no Congresso Nacional da Força Sindical, ocorrido na semana passada, o Rio Grande do Sul teve sua participação ampliada. O Estado está representado agora com 29 diretores nacionais, um conselheiro fiscal e 9 membros na executiva nacional. Janta trouxe ao presidente da Câmara, vereador Dr. Thiago Duarte (PDT), uma moção de repúdio à invasão da Casa pelo Bloco de Lutas assinada pelo presidente nacional da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. “Não represento aquelas pessoas que invadiram este plenário enquanto eu estava falando. Fica registrada aqui a nossa solidariedade”, disse Janta ao presidente. (LV)

INVASÃO – Luiza Neves (PDT) afirmou que seria muita hipocrisia retomar suas atividades após o recesso como se nada tivesse acontecido. “O plenário da Câmara Municipal não foi ocupado, foi invadido”, destacou. A vereadora criticou os vereadores que quiseram “convencer que a tal ocupação era pacífica” e afirmou que houve depredação. “No momento em que nossos assessores são impedidos de entrar na Casa o processo torna-se, sim, antidemocrático. Não podemos deixar nunca mais isso acontecer”, conclui. (LV)

RACISMO II – Delegado Cleiton (PDT) disse que durante a ocupação da Câmara Municipal esteve presente em todos os momentos de negociação junto ao presidente Dr. Thiago Duarte (PDT), sabendo que o influenciou a seguir até o final para negociar “com aqueles que se dizem representantes do povo”. Cleiton discordou da posição do vereador Pedro Ruas (PSOL) sobre a “publicidade racista” estampada nos ônibus da empresa Carris. “A Carris não teve essa intenção”. “Não nos tirem a oportunidade de sermos (negros) protagonistas”, afirmou. (LV) 

RACISMO III – Pedro Ruas (PSOL) disse ao vereador Delegado Cleiton (PDT) que ninguém quer tirar o trabalho de modelos negros, mas alertar sobre o racismo implícito. “Esse tipo de racismo é o mais cruel, justamente porque é o mais difícil de combater e perceber presente”, destacou. Ruas falou também sobre a lei de combate ao racismo, um “crime que jamais prescreve”. (LV)

Texto: Gustavo Ferenci (reg. prof. 14.303)
          Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
          Maurício Macedo (reg. prof. 9532)
  Luciano Victorino (estagiário de Jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)