Plenário

Sessão Ordinária/ Lideranças

Movimentação de plenário.
Plenário Otávio Rocha durante sessão ordinária (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Durante o período de Lideranças, realizado na sessão ordinária desta quarta-feira (2/8), na Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadores e vereadoras abordaram os seguintes assuntos: 

CIDADE – Tarciso Flecha Negra (PSD) falou a respeito da valorização de espaços de recreação e manifestações artísticas na Capital e saudou promulgação de lei que possibilita a instalação dos chamados parklets em ruas da cidade. Para o vereador, a gestão atual do município vem trabalhando para uma Porto Alegre mais bonita e com melhores condições para atender aos cidadãos porto-alegrenses. "Porto Alegre também vai ser o cartão postal desse Brasil", afirmou. (MF) 

GOVERNO – Defendendo um diálogo com a população e com os vereadores da casa, Clàudio Janta (SDD) fez um apelo em nome de vários líderes dos partidos, ao prefeito Nelson Marchezan Jr. Janta afirmou que continua como líder do governo desde que o prefeito retire de tramitação os projetos que tratam do sistema de transporte de Porto Alegre. De acordo com o vereador, a retirada de isenções no transporte coletivo não condiz com suas convicções. Consciente que de que o sistema está sucateado, Janta disse que as propostas do prefeito não vão resolver o problema de transporte na cidade. "A população não foi ouvida", lamentou. O vereador destacou que o povo e os vereadores merecem respeito. (MF)

GOVERNO II- Fernanda Melchionna (PSOL) disse que durante o recesso parlamentar o prefeito trabalhou para atacar os direitos da população. "Um conjunto de pacotes e ataques a direitos conquistados há décadas pela nossa cidade". Conforme a vereadora, a prefeitura ataca não só trabalhadores, mas pessoas com deficiência física e estudantes. Em defesa da permanência da segunda passagem de ônibus gratuita através do TRI, Fernanda criticou que o prefeito tira direitos de muitos para privilegiar poucos. Para ela, retirar a segunda passagem prejudica pessoas que vivem regiões longínquas da cidade. Ela citou também a questão de medidas que afetam municipários e que alteram os conselhos municipais. (MF)

GOVERNO III - Aldacir Oliboni (PT) disse ser este um dia emblemático: "jamais poderia imaginar que se poderia acompanhar o julgamento de um processo de um presidente acusado de corrupção". Entretanto, para Oliboni, não se pode ficar longe daquilo que a população mais precisa: a fiscalização dos serviços da cidade. Ao criticar o governo municipal, o vereador ressaltou que as medidas adotadas pelo prefeito  aumentam sua rejeição e mostram a falta de gestão no Executivo. Também defendendo a retirada de projetos em relação aos servidores sejam retirados. "O prefeito mostra que não tem o mínimo de consideração com o servidor", lamentou. Em sua convicção, é a pior política contra o servidor público municipal e desmerece a Câmara de vereadores, por decidir no "canetaço" acabar com a segunda passagem, sem reduzir o preço. (MF)

PASSAGENS - Rodrigo Maroni (PR) apoiou a postura do colega Clàudio Janta (SDD). “Ele teve coragem de, muitas vezes, se expor contra sua própria história para defender algumas pautas do governo”, afirmou. O vereador criticou as acusações que que parlamentares seriam “vendidos” a empresas de ônibus no debate sobre a tarifa do transporte público e ressaltou que Porto Alegre é a cidade com maior taxa de isenções proporcionalmente no país. “Gostaria de saber (da oposição) qual a saída apara o transporte, pois um terço das pessoas não paga passagem”, frisou, pedindo que seja feito um debate “honesto e não demagógico” referente ao tema. (PE)

SEGURANÇA - Wambert di Lorenzo (PRÓS) fez referência a dados da secretaria estadual de Segurança Pública sobre Porto Alegre, que registram queda na criminalidade. O parlamentar também elogiou a decisão do secretário Cezar Schirmer de transferir criminosos para prisões federais de outros estados e afirmou que o crime em Porto Alegre é financiado prioritariamente pela classe média, fazendo referência ao uso de maconha. “Não existe baseado inocente. Por cada um deles, corre o sangue de policiais, pobres, negros e pessoas vulneráveis cooptadas pelo tráfico de drogas”, opinou. Wambert também exaltou a “coragem do governador Sartori em pensar no estado e nas próximas gerações ao invés de sua popularidade”. (PE)

PARKLETS - Moisés Maluco do Bem (PSDB) cumprimentou os suplentes do PT que tomaram posse e fez referência ao pronunciamento de Tarciso Flecha Negra (PSD). “A regulamentação dos parklets trarão um pouco mais de qualidade de vida à cidade”, resumiu. O vereador também mencionou o ato de lançamento da Semana Farroupilha de 2017. “Chegou a se aventar que não haveria o evento por falta de recursos, mas o esforço das associações e do MTG farão uma grande Semana Farroupilha”, garantiu. Moisés ainda alertou aos colegas que, na próxima quarta-feira, o diretor-presidente da EPTC, Marcelo Soletti, estará na Câmara para explicar os projetos enviados pelo Executivo sobre o transporte coletivo. (PE)

RESPEITO - André Carús (PMDB) pediu aos suplentes do PT que assumiram mandato a manter “respeito às autoridades públicas” em seus pronunciamentos e defendeu o governador José Ivo Sartori. “Se ele faz algum desmonte é das ruínas deixadas pelo governo Tarso Genro”, declarou. Carús também elogiou o secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, que, de acordo com ele, combate o crime organizado em sua raiz. O vereador afirmou ainda que não faz defesa do presidente Michel Temer devido ao PMDB gaúcho ter se posicionado contra a aliança com o PT. “Quem o elegeu não deve nos transferir um problema de consciência”, finalizou. (PE) 

RACIONAL –  Ao analisar os projetos enviado pelo prefeito "de uma maneira mais racional", Alex Fraga (PSOL) questionou afirmações feitas por Nelson Marchezan Jr. e divulgadas pela imprensa de que, mesmo se fossem retiradas uma serie de gratuidades no transporte público de Porto Alegre, o preço da passagem não iria diminuir. “Para onde vai esse dinheiro? Não é para o bolso do cidadão. É para o bolso dos empresários dessa cidade”, declarou. Alex chamou de “horrenda” a forma como o valor das passagens é calculada, baseado na tabela de tarifas que possui uma margem de lucro pré-estabelecida para as empresas. Também lamentou sobre o fechamento das vagas do EJA no município. “Isso é vergonhoso. É um retrocesso pesado. Um desdém nunca antes visto nessa cidade”, salientou. (CM)

JOGO – Moisés Maluco do Bem (PSDB) subiu novamente à tribuna para defender a gestão do Executivo contra as críticas feitas pelos colegas da Casa em relação ao cancelamento do EJA nas escolas de Porto Alegre e aos boatos de um possível fechamento do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). “A questão do Dmae, do EJA e de vários outros absurdos que foram criados aqui, é tudo estratégia política”. Ele explicou que o governo errou sobre a decisão de acabar com o EJA, e disse ter voltado atrás na manhã desta quarta-feira (2/8). Moisés ainda expôs que a administração municipal tem interesse em realizar parcerias público-privadas (PPP) para resolver os problemas da cidade, mas afirmou que para isso é necessário alterar a Lei Orgânica do Município. (CM)

TRANSPORTE - Comentando discursos de vereadores a respeito dos problemas na educação municipal, Felipe Camozzato (Novo) ressaltou que 36% dos professores municipais estão afastados por licenças médicas ou por incapacidade. Criticou alegações de que propostas de mudanças estariam atacando direitos e observou que as isenções no transporte público são pagas pelo maioria da população, que não tem condições financeiras para bancar esses benefícios. Também criticou PT e PSOL que, segundo ele, alegam defender os direitos humanos mas fizeram declaração de apoio ao presidente venezuelano Nicolas Maduro. "O problema no transporte público é muito mais embaixo. As receitas e despesas estão engessadas por regramentos. Discutir preços a posteriori, depois que se engessa o sistema, é um problema." Camozzato ainda cobrou resposta da prefeitura a pedidos de informação que fez há mais de dois meses e para os quais ainda não obteve resposta. (CS)

LIBERAL - Mauro Zacher (PDT) criticou o prefeito Nelson Marchezan Júnior por tentar implementar "um modelo ultra-liberal" em Porto Alegre. Observou que o ano de 2016, que teve eleições em todo o país, "foi atípico, pois as pessoas tinham sentimento de mudanças, queriam o novo". Na opinião de Zacher, poucos vereadores da Câmara defendem o mesmo modelo de cidade que o prefeito Marchezan tenta implementar. Segundo ele, o governo quer, sim, privatizar o Dmae. "Retirar a gratuidade da segunda passagem é retirar direitos em favor das empresas de ônibus." Zacher ainda prevê que o segundo semestre do ano, na Câmara, terá muitos embates devido às mudanças propostas pelo Executivo quanto a projetos que envolvam, por exemplo, a Educação de Jovens Adultos (EJA), IPTU e servidores públicos. "A parcela da população que não foi às urnas ou se absteve, na eleição para prefeito, foi superior à que votou em Marchezan. A Câmara tem de se fazer respeitar, temos de fazer debate sobre mudanças olhando para o futuro."

Textos: Munique Freitas (estagiária de jornalismo) 
               Paulo Egídio (estagiário de Jornalismo)
               Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
               Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)