Plenário

Sessão ordinária / Lideranças

 Nos tempos de Lideranças da sessão ordinária desta quinta-feira (28/2), os vereadores de Porto Alegre abordaram os seguintes temas:

MENDIGOS – Pedro Ruas (PSOL) exigiu que a Smam retire os chamados “bancos antimendigos” das praças Daltro Filho e Itália. “Esta foi uma modernidade criada pelo governo”, ironizou, lembrando que foram colocados ferros no meio dos bancos para que uma pessoa não possa deitar e dormir. “Fico chocado e envergonhado. A nossa sociedade já exclui essas pessoas, que não têm saúde, trabalho, educação e agora não podem dormir.” O vereador criticou a explicação dada pelo Executivo, que alegou que os ferros foram instalados porque os bancos foram pintados recentemente. Segundo Ruas, esses equipamentos receberam tinta há quatro anos. “Isso é uma crueldade. A cidade também é dos mendigos. Eles têm direito de deitar ali e dormir.” Rua também rebateu a informação do secretário da Fasc, Kevin Krieger, de que há espaço nos albergues para todos. (CB)

MENDIGOS II - Reginaldo Pujol (DEM) defendeu a Smam e a colocação de ferros no centro dos bancos de praças, anunciando que prepararia uma moção de solidariedade à secretaria por “não deixar que as praças sejam dormitórios”. Segundo Pujol, os moradores não querem ir para os albergues. “Defendo o direito de os moradores das cercanias das praças de usarem os equipamentos para seu lazer”, frisou. Conforme o vereador, as praças não podem ser dormitório, mictório e latrina públicos. “O povo tem o direito de usufruir de lazer e bem-estar”, afirmou. “Defendo o trabalho e o esforço dos técnicos da Smam para preservar a Praça Daltro Filho para uso da cidadania.” (CB)

PAPA - Idenir Cecchim (PMDB) destacou a despedida do papa Bento XVI nesta quinta-feira e sua usa ida para Castel Gandolfo. O vereador elogiou a coragem do Papa. “Faz um gesto de renúncia para ajudar a Igreja e quem sabe corrigir muitos erros que acontecem”, disse. “Quem renuncia por motivos políticos sai desmoralizado, mas o Papa talvez tenha feito o maior gesto de sua vida. Vai se retirar. Vai para um mosteiro. Não vai mais aparecer para o público e as multidões e liderar os milhões de católicos pelo mundo.” (CB)

EDUCAÇÃO - Mônica Leal (PP) falou sobre a situação da educação e citou as escolas gaúchas que têm que lidar com a falta de professores, a insegurança e, muitas vezes, com a carência de infraestrutura que impede o início das aulas. “Os estudantes gaúchos foram vítimas, não tiveram uma expectativa positiva no primeiro dia de aula. Esse prejuízo terá consequências muito graves para essa geração”, disse. “O ensino é prioridade, temos que trabalhar para melhorar essa situação.” (TA)

MENDIGOS III - Pedro Ruas (PSOL) chamou de inaceitáveis os argumentos do vereador Reginaldo Pujol (DEM) a respeito dos “bancos antimendigos”. Para  Ruas, o equipamento é cruel e vergonhoso, “Querem tirar tudo de quem não tem nada, até o direito de dormir. A praça é do povo, mas se eles não são do povo, de quem são?”, criticou. O vereador disse que não vê o governo municipal atuar para gerar saúde e escolarização para os moradores de rua. “Não vamos pagar o preço de deixar Porto Alegre ser a pioneira em implantar este banco, não vamos descansar enquanto este equipamento vergonhoso continuar na cidade.” (TA)

MULHERES - João Derly (PCdoB) destacou a criação da Frente Parlamentar pelo Fim da Violência contra as Mulheres na Câmara Municipal. “É necessário acabar com essa violência contra mulheres e meninas”, disse. “Essa é uma preocupação mundial, não só da cidade”.  Derly afirmou que debelar esse tipo de violência é um desafio. “Esse compromisso é de todos nós, homens e mulheres, iguais, para buscarmos um mundo melhor”, declarou. “Como atleta, sempre estive voltado às questões de saúde e dos movimentos sociais pelo esporte.” O vereador ainda expôs seu apoio à campanha Homem que é Homem não Bate em Mulher, acrescentando: “E não some, e assume seus filhos e filhas”. (CB)

BANCOS – Airto Ferronato (PSB) afirmou que os equipamentos instalados em bancos da Praça Daltro Filho foram solicitados pela comunidade, já em julho de 2004, no governo do prefeito João Verle. “Agora, com a reforma, foram apenas reinstalados, novamente a pedido dos moradores”, explicou. O vereador disse ainda que este mesmo tipo de equipamento instalado em bancos da Praça Itália foi colocado pela empresa que adotou aquele espaço. “Não foi uma ação da prefeitura, mas de quem adotou a praça”, destacou. “Há mais de 10 anos que existe este tipo de equipamento na Daltro Filho”, completou. (HP)

CÓDIGO – Marcelo Sgarbossa (PT) disse que fará parte, com os vereadores Lourdes Sprenger (PMDB) e Waldir Canal (PRB), de comissão do Legislativo que procederá na revisão do Código de Posturas do Município. O vereador lembrou a importância deste trabalho e destacou o fato do atual Código datar de 1975. “É de uma época onde não era permitida a participação popular, com normas autoritárias e policialescas”. Sgarbossa disse também que deverá sugerir a inclusão no novo código do Direito Premial, cujo objetivo é destacar exemplos de pessoas que se destaquem pela sua conduta e postura. (HP)

MENDIGOS IV – Reginaldo Pujol (DEM) disse que a acusação do vereador Alex Fraga (PSOL), de que carros “foram confiscados pela Seda”, não procede. “Os carros estão guardados e serão utilizados pela Secretaria da Saúde.” Em relação aos moradores de rua, Pujol disse, dirigindo-se a Pedro Ruas (PSOL), não ser contra que exista política para assistir mendigos, mas também não os quer dormindo nas praças da cidade, já que há abrigos onde possam ficar. Informou que os mendigos não querem ir para abrigos públicos e que além de dormir nas praças, utilizam elas para suas necessidades básicas. “A praça Daltro Filho era uma latrina. É um dever do Município de Porto Alegre solucionar isso”, afirmou. (LV)

MENDIGOS V – Alceu Brasinha (PTB) falou que sabe ser a vida de um morador de rua doída e difícil, pois quando veio do interior para Porto Alegre, depois de seu pai perder terras, teve que dormir em praças. “Meu sonho era chegar em Porto Alegre e arrumar um emprego, mas as pessoas me olhavam com preconceito.” Brasinha contou que lavou carros, utilizou banheiros de postos de gasolina para se lavar e que morou um tempo nos bancos da Rodoviária. “Quando um cidadão cai na rua para dormir, deve ser feita uma análise do motivo de a pessoa estar ali.” Agradeceu as pessoas que lhe deram a chance de chegar onde está hoje e convidou os vereadores a visitar as praças da Capital a fim de tentar solucionar os problemas dos moradores de rua. (LV)

Textos: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
            Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Estagiários: Thamiriz Amado
                  Luciano Victorino
Edilção: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)