Sessão Ordinária/ Lideranças
Na sessão ordinária da tarde desta quarta-feira (13/9), na Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadores e vereadoras abordaram os seguintes assuntos no período de Lideranças:
CEEE – No espaço de Liderança de Oposição, Adeli Sell (PT) destacou o fato de que, no final do ano, a CEEE poderá perder a concessão dos serviços de energia elétrica no Estado. “Os senhores fazem ideia do que isso significa”, questionou ao lembrar que a companhia deve R$ 1,6 bilhão para a Fundação CEEE e que o governo do RS é o seu acionista majoritário. Conforme o vereador, já existem outras empresas acompanhando a situação, com vistas a possibilidades de um leilão dos serviços de distribuição de energia. “Não podemos passar pelo vexame de não termos mais a concessão dos serviços de energia no Rio Grande do Sul”, salientou Adeli ao finalizar: “temos de estar juntos em uma grande frente em defesa da CEEE”. (HP)
EXPOSIÇÃO – Prof. Alex Fraga (PSOL) leu texto de Daniela Neme, publicado no jornal O Globo, na terça-feira (12/9), sobre o fechamento da exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, que vinha sendo realizada no Santander Cultural. O texto, Não há arte possível para a gente de bem, critica a censura feita à exposição bem como a autocensura da instituição que sediava a mostra. “Estamos voltando à Era Medieval”, afirmou o vereador após a leitura. “Por favor, repensem seus argumentos e não sejam contra a arte e a cultura”. Conforme o vereador, o momento seria de promover o debate sobre as questões apresentadas na exposição. “O que vimos em nossa cidade é de envergonhar a todos os porto-alegrenses perante o mundo”. (HP)
CEEE II - “Se a CEEE perder a concessão de energia, vamos tornar essa grande instituição num órgão desvalorizado”. Ao fazer essa afirmação, Airto Ferronato (PSB) disse ser contra as possibilidades de privatização da companhia e lembrou que um dos primeiros baques sofridos pela CEEE foi em 1996/1997, quando houve a privatização de parte dos seus serviços. “Deram o filé para a inciativa privada, que presta um serviço muito pior daquele que era feito”, salientou ao afirmar que a grande maioria das empresas que assumem esse tipo de prestação de serviços não tem sua sede no Estado. Ferronato também se manifestou contra a exposição Queermuseu. “Aquilo não é arte.” E completou: “Em alguns países, se apresentar aquelas pinturas, o artista seria banido ou rigorosamente punido”. (HP)
EXPOSIÇÃO II – Em resposta ao vereador Professor Alex Fraga (PSOL), Mônica Leal (PP) criticou a exposição de arte no Santander Cultural. Para Mônica, a exposição não trata de arte e sim de uma exposição do ilícito e do ilegal. De acordo com ela, o evento cometeu erros graves como permitir acesso ao público infantil e o desrespeito com símbolos religiosos, pois como cristã, se sentiu desrespeitada pelas imagens expostas. “É preciso prestar atenção com aquilo que se defende”, alertou. A vereadora afirmou que a sociedade está no auge do vale tudo e falou da necessidade do bom senso. (MF)
EXPOSIÇÃO III - Ao defender o trabalho dos artistas da exposição, Sofia Cavedon (PT) criticou a falta de visão como um todo do evento. Ela explicou que das 270 obras expostas, apenas algumas foram problematizadas. A vereadora argumentou que as diferenças na arte e na cultura controversas cumprem o papel da reflexão, do espantamento e que não são feitas apenas para agradar. Para ela, as obras relacionadas às crianças são artes contra o bullying, pois muitas crianças desde pequenas já manifestam sua homossexualidade e sofrem com isso. “A exposição foi distorcida propositalmente por um grupo político de direita”. Ela fez também uma reflexão sobre a UFRGS, que teve uma redução nominal de R$16 milhões no orçamento, e criticou vereadores que ao invés defender a instituição fazem ataques ao PT, partido que, de acordo com ela, contribuiu muito para a educação pública para os jovens brasileiros. (MF)
EXPOSIÇÃO IV - Comandante Nádia (PMDB) criticou os vereadores que compactuam com o evento. Para ela, a exposição mostra pornografia, zoofilia e diversas outras coisas. Na opinião de Nádia, a exposição apresenta também racismo, tema que não viu ninguém abordar na tribuna. “A gente vê que efetivamente as coisas funcionam de acordo com o interesse”. Ela criticou também a permissão de entrada de crianças para o evento, público que, segundo ela, não tem condições de conferir tal exposição. Além disso, a vereadora também falou sobre uma manifestação na frente do Palácio Piratini, onde teve uma janela quebrada por professores. “Isso não é ação de professor, é ação de vândalos”. Ela ainda afirmou que em Porto Alegre falta respeito às diferenças, respeito nas manifestações e o respeito à autoridade. (MF)
GOVERNO – Cláudio Janta (SD) falou sobre uma série de medidas voltadas à classe trabalhadora. O vereador destacou um encontro de sindicalistas com o governo em Brasília para discutir e entregar um documento ao presidente da República feito por entidades sindicais, no qual trata da retomada do crédito de investimento para o micro, pequeno e médio empresário, a liberação de subsídios da Caixa Federal para liberar capital de giro para micros e pequenas empresas, bem como o incentivo de consumo da pessoa física que movimenta a economia do país. Janta também falou da necessidade de retomar obras inacabadas, a revisão das normas do seguro desemprego e outras inciativas que facilitem a vida dos cidadãos brasileiros. (MF)
Textos: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)