Sessão ordinária / Lideranças
Na sessão ordinária desta segunda-feira (8/4), vereadores e vereadoras de Porto Alegre fizeram as seguintes manifestações no período de Lideranças:
PASSAGENS Alberto Kopittke (PT) cumprimentou os vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, ambos do PSOL, pela iniciativa de propor ação que, por via judicial, anulou o aumento do valor das passagens de transporte urbano em Porto Alegre. Kopittke também destacou o movimento dos jovens pela redução no valor das passagens e lamentou que a prefeitura estivesse fechada para dialogar sobre esse assunto. Democracia e participação popular viraram apenas figura de retórica e bordão de campanha para esta administração, criticou. O vereador afirmou ainda que o PT deverá acompanhar de perto promessa do prefeito de promover licitação para o transporte público ainda neste ano. (HP)
VIOLÊNCIA I Manifestação sim, violência não. Ao fazer esta afirmação, Mônica Leal (PP) lamentou que o movimento de jovens pela redução no valor das passagens de ônibus urbanos tenha sido acompanhada por atos de vandalismo. Depredar a sede da EPTC, mesmo após o anúncio da redução nas passagens, foi um ato de terrorismo, destacou. Conforme Mônica, somente na recuperação da porta de madeira da prefeitura, que integra o patrimônio histórico da cidade, deverão ser gastos R$ 15 mil. Sou a favor de qualquer manifestação, mas agregar violência macula qualquer tentativa de buscar o bem comum. Mônica também cumprimentou os vereadores Ruas e Fernanda pela ação que retornou o valor das passagens ao praticado anteriormente. (HP)
VIOLÊNCIA II Fernanda Melchionna (PSOL) afirmou ser um ato de violência cercear a população em seu direito de ir e vir pela oneração no valor das passagens dos ônibus urbanos. Violência é, por exemplo, uma mãe não poder levar seu filho a um hospital por não ter os R$ 3,05 da passagem, citou. Fernanda disse ainda também ser violência uma das manifestantes ter sido algemada dentro da prefeitura durante o protesto dos jovens, ou uma servidora da Carris ter sido demitida por ter manifestado sua opinião pelas redes sociais de computadores. Terrorismo é valor que se quer pela passagem ou deixar pessoas esperando em paradas de ônibus ou vê-las sendo transportadas em ônibus superlotados, completou. (HP)
VIOLÊNCIA III - Para Airto Ferronato (PSB), ninguém é algemado por não fazer nada. Nenhum anjinho é preso apenas por ser anjo, afirmou. Conforme o vereador, a jovem algemada na prefeitura durante manifestações pela redução no valor das passagens agrediu servidores da prefeitura, inclusive integrantes da Guarda Municipal. E, certamente, a servidora da Carris demitida também não é nenhum anjinho, disse. Conforme o vereador, as questões das manifestações e do valor das passagens precisam ser avaliadas por diversos ângulos. Pichar equipamentos públicos é algo que merece restrições, afirmou. Ferronato também cumprimentou Ruas e Fernanda pela ação levada à Justiça, que teve, conforme salientou, êxito parcial. (HP)
PASSAGENS II - Reginaldo Pujol (DEM) abriu seu discurso citando um jornal de sua campanha passada. Mostrou que um dos seus seis compromissos com a cidade era a redução da tarifa de ônibus para o usuário. "O caminho mais consciente é a redução dos impostos sobre a tarifa", destacou. Pujol também elogiou o transporte público da Capital. Afirmou que o aumento da passagem contempla tanto usuários quanto a manutenção da qualidade do sistema de transporte público, que ele considera o melhor do país. (GS)
PASSAGENS III - Idenir Cecchim (PMDB) cumprimentou o vereador Pedro Ruas e a vereadora Fernanda Melchionna, ambos do PSOL, pela vitória em reduzir a passagem de ônibus em Porto Alegre. Cecchim disse ser contra a depredação do patrimônio público. "Eu não vou culpar o governo federal, que isenta as montadoras e não investe em nada no transporte público no país", comentou. O vereador disse também que é preciso informar a população sobre quem é que vai pagar a conta de quem. (GS)
DIAGNÓSTICO - Bernardino Vendruscolo (PSD), licenciado do Legislativo desde o mês passado (4/3) para se submeter a um tratamento de saúde devido a um câncer, retomou seu trabalho na Câmara nesta segunda-feira (8/4). O vereador, que perdeu o olho direito na cirurgia para a retirada do tumor, falou da importância do diagnóstico precoce. Muitas pessoas enfrentaram o que eu passei e não sobreviveram, e eu estou aqui, e devo isso ao diagnóstico precoce da minha doença. Bernardino também agradeceu aos amigos, médicos e colegas vereadores pelo apoio. (TA)
PASSAGENS IV Pedro Ruas (PSOL) reiterou o que falou a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) sobre as empresas de ônibus serem cartéis e se dedicarem apenas ao lucro. Ruas disse que, há 30 anos, já lutava contra esse império e, inclusive, foi ele o autor da Lei do Troco, que dificultou as empresas de atacarem os bolsos da população. Os empresários de ônibus não têm licitação, fazem o que querem, e a população que paga a conta. Se querem ganhar dinheiro, que façam de forma digna, afirmou o vereador, que considerou a auditoria do Tribunal de Contas do Estado incontestável. Ruas questionou como as empresas vão devolver tudo que assaltaram da população, propondo discussão em futura sessão plenária. Esse furto vai terminar. (LV)
ALERTA Alceu Brasinha (PTB) cumprimentou o vereador Bernardino Vendruscolo (PSD) pelo seu regresso à vereança e fez alerta à bancada do PSOL. Quando Pedro Ruas e Fernanda Melchionna começam uma luta, vão até o final. Agora vêm as caronas para tirar proveito. Brasinha disse ser a favor da ideia original, criticando os vereadores que, segundo ele, estão tentando ganhar visibilidade com a ação cautelar que revogou o aumento da passagem do transporte público em Porto Alegre. O vereador usou como referência a cidade do Rio de Janeiro para debater o turismo na capital gaúcha. Nós precisamos incentivar o turismo, mas, para isso, precisamos ser como o Rio: uma cidade que funciona. Por que nossos bares e restaurantes não funcionam até mais tarde?, questionou. (LV)
PASSAGENS V Clàudio Janta (PDT) criticou duas entidades envolvidas no aumento da passagem de ônibus em Porto Alegre: os empresários e o Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu). Os empresários não dão condições mínimas de trabalho aos seus funcionários. Não há sequer banheiro no final das linhas. O Comtu, segundo o vereador, é único conselho que não tem prazo de validade dos seus membros, paridade e, fora a Central Única de Trabalhadores (CUT), só há representantes de empresários. Janta acha prudente que o conselho mude e questiona o medo que há na Câmara de se discutir a passagem de ônibus em Porto Alegre. Entrei com um projeto de lei para fazer alterações no Comtu. Esta Casa tem que atacar o inimigo dos trabalhadores de Porto Alegre: os empresários, afirmou. (LV)
PASSAGENS VI Jussara Cony (PCdoB) saudou Bernardino Vendruscolo (PSD) pela sua volta à Casa. Disse que lhe chamou atenção nas intervenções de Pedro Ruas (PSOL) e Clàudio Janta (PDT) as experiências que trouxeram de suas profissões para falar sobre o aumento do valor da passagem. Janta traz, como líder sindical, a reivindicação dos trabalhadores; Ruas, como advogado, a defesa. Em referência às manifestações da semana passada, comentou que a luta do povo se revela como forma de promover mudanças e afirma que houve um estelionato eleitoral na cidade, colocando a segunda passagem de graça nas vésperas das eleições. Quando um trabalhador manifesta-se e contesta algo que está errado, contribui com a gestão pública. A servidora demitida da Carris tem o direito de contestar e não sofrer punição. Essa demissão só revela a falta de compromisso dos empresários com seus funcionários, concluiu. (LV)
Textos: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Guga Stefanello (reg. prof. 12.315)
Thamiriz Amado (estagiária de Jornalismo)
Luciano Victorino (estagiário de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)