Plenário

Sessão ordinária / Lideranças

Durante o período destinado às comunicações de lideranças partidárias, na sessão ordinária desta quarta-feira (3/10), os vereadores trataram dos seguintes temas:

SMOV - Nelcir Tessaro (PSD) disse que vinha denunciando há muito tempo a promessa de obras de pavimentação pelo ex-secretário da Smov, Cássio Trogildo, em troca de votos. Afirmou ter levado a denúncia ao Ministério Público e disse que a prefeitura não respondeu o seu pedido de informações sobre 44 obras que teriam sido prometidas de serem realizadas nas vilas. "As obras seriam escolhidas conforme as ruas que colocassem placas do candidato. São obras que estavam esperando execução há pelo menos dez anos." Segundo ele, em gravação representante da Smov lembra aos moradores que a cada dois anos há eleições e acena com a possibilidade de volta de Cássio Trogildo à secretaria, se eleito. (CS)

ETNIAS - André Carús (PMDB) comunicou ter protocolado, na Casa, projeto que propõe instituir a Semana das Etnias, a ser comemorada na semana que antecede o aniversário de Porto Alegre. Carus lembrou que a Capital abriga grande diversidade étnica oriunda dos seus vários imigrantes, recebendo influências econômicas e culturais desses povos. "Porto Alegre é referência em participação democrática e cidadania, fruto da cultura daqueles imigrantes que aqui chegaram e formam hoje a identidade do gaúcho." A inclusão da Semana no Calendário da Cidade, segundo ele, tem a intenção de fazer um reconhecimento sobre a importância dessas etnias na Capital. (CS)

SMOV II - Paulinho Rubem Berta (PPS) lembrou que foi conselheiro e delegado do Orçamento Participativo por quase 20 anos em Porto Alegre, tendo participado de plenárias difíceis e discussões acirradas em que as obras a serem realizadas pela prefeitura eram disputadas pelas comunidades. Relatou que as obras reivindicadas pelo núcleo 19 do Rubem Berta estavam priorizadas no OP há dez anos. "Há muito eu vinha cobrando a pavimentação daquelas ruas e a Smov nunca estava pronta para fazer. Agora eu entendo. Aquela obra foi guardada pelo secretário para ser realizada agora, nas eleições. Foi esperteza do Toninho e do Mauricio Melo, mas sou testemunha de que o prefeito José Fortunati não sabia de nada disso." (CS)

SMOV III - Para Engenheiro Comassetto (PT), as denúncias envolvendo a Smov ratificam o que ele já havia dito: abuso de poder econômico e uso da máquina pública no processo eleitoral. Segundo ele, vereadores de todos os partidos haviam pedido ao Ministério Público que investigasse possíveis abusos de poder econômico. "A Smov já havia colocado toda a estrutura em Belém Novo, por meio de Mauricio Melo e Cássio Trogildo, para cooptar lideranças comunitárias." Também mostrou folheto distribuído na Semana Farroupilha, em que Trogildo diz que Smov estaria agora resolvendo o problema no Acampamento. "As máquinas estão sendo usadas para cooptar e ganhar votos em nome do prefeito e do secretário da Smov". (CS)

TARIFAS
- Pedro Ruas (PSOL) revelou que ingressou com ação popular pleiteando o rebaixamento das tarifas de ônibus em função de que Porto Alegre não realiza licitação para o transporte coletivo desde 1989. “A Lei Federal nº 8.666 estabelece que este tipo de concessão pública só pode acontecer mediante licitação”, disse. Ruas enfatizou ainda que recebeu documentação demonstrando que as empresas que atuam na cidade não tem permissão via licitação para atuar. “Mais ainda, se dão o desplante de negociar fusões, vendas e incorporações entre si sem comunicar o poder público, criando uma forma abusiva de lucro escorchante em relação ao povo.” Ruas disse estar torcendo que para o judiciário resolva esta questão. (RA)    

CALADOS - Engenheiro Comassetto (PT) disse estranhar o silêncio dos vereadores da base do governo em relação às denúncias feitas na tribuna. “Deveriam tentar justificar o injustificável”, ressaltou Comassetto. Segundo o vereador alguns candidatos estão conduzindo suas campanhas de forma nada republicana. “Já me manifestei cinco vezes acusando o uso da máquina pública de forma irresponsável.” Ele disse ainda que na Restinga todas as noites têm jantas patrocinadas por candidatos e falou que já ingressou com representação pública pedindo esclarecimentos à candidatura de José Fortunati que teria usado dinheiro público na montagem de seu comitê eleitoral. (RA)  

DESESPERO – Na opinião de João Antonio Dib (PP) está havendo um certo desespero por parte de alguns candidatos. “Dizer que o prefeito está usando a máquina pública é subestimar a inteligência do povo que aprova seu governo”, ressaltou Dib. Segundo o vereador, se existe preferência por algum candidato é reflexo de seu trabalho. “Para ser aprovado é preciso ter algo para apresentar ao povo, pois a população de Porto Alegre é muito inteligente”, considerou. (RA) 

MENSALÃO - Luiz Braz (PSDB) falou dos políticos bons e maus e disse que o mensalão serviu para mostrar que os políticos que aparentavam ser bons se revelaram maus. “Serviu para mostrar que as pessoas envolvidas no desvio de verbas estavam iludindo a população.” Falou também que deveria existir um prazo de carência para que secretários municipais retornassem ao Legislativo. “Toda ação que tem como administrador se confunde com a de legislador”, considerou enfatizando que, no momento em que se faz confusão entre os poderes, está se fazendo um desserviço à democracia. Em relação as denúncias sobre a campanha, Braz disse lembrar que secretários da época do PT "usaram, e muito, a máquina pública em campanhas eleitorais.” (RA) 
 
AUDIÊNCIA - João Antônio Dib (PP) comentou que ficou satisfeito com a última audiência pública realizada pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul da Câmara Municipal. Segundo o vereador, a reunião contou com a presença de alunos das faculdades de Economia da PUC e da Ufrgs. "Os estudantes puderam ver na prática como funciona a gestão fiscal da prefeitura. Em 8 meses, 54% do que foi programado já está em execução na cidade", afirmou. De acordo com Dib, os estudantes entenderam o que muitos vereadores de oposição ainda não conseguem compreender. "São mais de R$400 milhões voltados para obras de melhoria na capital". (ES)

Textos: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
            Regina Andrade (reg. prof. 8423)
            Ester Scotti (reg. prof. 13387 )
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)