Sessão Ordinária / Lideranças e Grande Expediente

SEM PARTIDO - Jussara Cony (PCdoB) comentou o licenciamento do prefeito José Fortunati do PDT. Lembrou que a atitude dele veio após, na semana passada, dois vetos do Executivo terem sido derrubados com votos até mesmo de seus correligionários. "Desde então, Fortunati vem dizendo que irá governar com aqueles que estiverem interessados no desenvolvimento de Porto Alegre, mais do que com este ou aquele partido. Assim ele reforça a campanha negativa que coloca os partidos políticos como defensores apenas de seus interesses, sem ideologia a defender." (CV)

HSBC - Clàudio Janta (SDD) chamou atenção para a profissão daqueles que tiveram seus nomes anunciados entre os brasileiros correntistas do banco HSBC da Suíça e não haviam declarado isto ao Banco Central. "Olha só, o Roberto Medina, o rei do festival Rock in Rio, tem US$ 13 milhões depositados na Suíça. A Cláudia Raia, com seus musicais, tem mais de 7 milhões. Daí o pessoal vem dizer que só político rouba nesse país", indignou-se. Janta questionou o porquê "desses corruptos" não terem sido entrevistados pela mídia. "Na verdade, tem que fechar Globo, SBT, Record, porque são ladrões", acusou. (CV) 

CERCAMENTO - Nereu D"Avila (PDT) lamentou o estupro de uma jovem na Redenção. "A violência contra a mulher é algo que temos nos manisfestado, e, com isso, o poder público vem criando novas delegacias direcionadas às mulheres." Segundo o vereador, a jovem disse ter sofrido maus-tratos na delegacia. Nereu defendeu o cercamento da Redenção. "Uns querem, outros não. Mas não há duvidas, todos os parques do mundo possuem um ambiente cercado", disse. Conforme Nereu, cercar o parque é a única solução. "No ano que vem, nas eleições municipais, seria bom se consultassem as pessoas sobre o cercamento", disse. "Espero que o caso ocorrido com esta jovem de 21 anos fortaleça a ideia de cercas no local." (CPA)

ASSINATURAS - Sofia Cavedon (PT) falou do mau atendimento que a jovem estuprada no Parque da Redenção teve ao procurar por ajuda e comentou a ideia de cercar a área verde. "Sou totalmente contra o cercamento do Parque da Redenção. O que nós precisamos é de segurança neste local", disse. A vereadora ainda saudou os participantes do Movimento Negro que estavam presentes na sessão. Ao concluir, referiu-se à reforma política: "Estamos na luta por um Brasil justo e igualitário. A partir de hoje estamos buscando assinaturas para a reforma política do movimento social e popular." (CPA)

MULHER - Fernanda Melchionna (PSOL) falou da violência sexual contra as mulheres. "É um assunto muito caro, de quem não aceita a lógica que, a cada hora, uma mulher é atendida no posto de saúde por maus-tratos e violência." Segundo a vereadora, o cercamento do parque não tem relação com o estupro e sim com falta de segurança. "Esta jovem foi violentada barbaramente à luz do dia, e isto é inaceitável." Para Fernanda, existem muitos outros projetos para a proteção das mulheres do que cercar o parque. Referiu-se ainda ao sistema de atendimento realizado nas delegacias: "Quem de nós teria coragem de dizer: eu fui estuprada na Redenção", com mais de 15 homens policiais a sua volta?" (CPA)

PRECONCEITO - Para Alberto Kopittke (PT), os temas do cercamento da Redenção e do veto à proposta de feriado da Consciência Negra, em 20 de novembro, têm similaridade. Segundo ele, trata-se do enfrentamento de uma cultura violenta, machista e racista. Para Kopittke, é preciso mudar os paradigmas das políticas públicas do Estado, do Município e da União. Kopittke criticou o retrocesso do Rio Grande do Sul ao extinguir a Secretaria de Políticas Públicas das Mulheres. Também cobrou investimentos em segurança da prefeitura de Porto Alegre, cidade onde, de acordo com ele, foram registrados 300 casos de estupros nos últimos três anos. (MG)

DIGNIDADE - João Carlos Nedel (PP) convidou seus colegas a refletirem sobre a ética dos mandatos. Disse que os políticos devem estar focados no bem comum, "princípio basilar da dignidade da pessoa humana", deixando de lado interesses pessoais, para atuar com solidariedade. Destacou que, nos últimos 10 anos, todas as pesquisas apontam para um desgaste da imagem da classe política e que é preciso refletir sobre isso. Criticou o alto grau de corrupção existente em todas as instâncias de governo. Segundo ele, é preciso que os mandatos políticos estejam acima dos interesses pessoais e partidários na semana do aniversário dos 243 anos da Capital. (MG)

Texto: Clara Porto Alegre (estagiária de Jornalismo)