Poeta Ana Luiza Mottin é Cidadã Emérita de Porto Alegre

A escritora, poeta e advogada Ana Luíza Mariano da Rocha Mottin foi agraciada pela Câmara Municipal de Porto Alegre com o título de Cidadã Emérita da Capital. A cerimônia solene, solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol (DEM) e presidida pelo vereador Luciano Marcantônio (PTB), teve por local o Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, sede do Legislativo porto-alegrense, e foi realizada na noite desta sexta-feira (5/5). "Tudo o que está acontecendo aqui é de uma grande delicadeza que eu aceito humildemente", falou Ana Luíza ao agradecer a homenagem citando Clarice Lispector: "Um dia uma folha me bateu nos cílios e eu achei Deus de uma grande delicadeza".

Em seu pronunciamento, a nova Cidadã Emérita da Capital disse ainda que as pessoas evitam delicadezas por confundir com baixa autoestima, timidez, fraqueza e falsidade. "Isso está errado", afirmou. Ela lamentou a situação atual do País e do Estado e lembrou a responsabilidade dos governantes em responder aos anseios e às necessidades da população. Citando diversos eventos culturais da cidade, como o Porto Alegre em Cena, a poeta salientou: "São muitas as iniciativas que pedem nossa ajuda. Seja como for, vou continuar fazendo minha parte."

Ao saudar Ana Luíza, Pujol disse ser o mundo literário “um mundo de pessoas com uma visão completamente diferenciada do restante da sociedade”. Revelou que a homenagem teve sua origem em solicitação de seu filho, também escritor, Reginaldo Pujol Filho, que “contribuiu de forma decisiva pela iniciativa tão bem recebida pela nossa Casa Legislativa”. O vereador completou: “Sou iluminado ao prestar esta honraria”.

Também participaram da cerimônia solene Patrícia Langlois, diretora do Instituto Estadual do Livro (IEL), Zildo de March, vice-presidente da Fecomércio, e Zélio Hocsman, vice-presidente da Associação Comercial de Porto Alegre e conselheiro da Federasul, além de familiares, amigos e personalidades ligadas à cena cultural e literária de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

Homenageada

Natural de Porto Alegre, Ana Luíza passou a infância no interior de São Borja, onde descobriu as primeiras histórias do escritor regionalista Simões Lopes Neto. Na Capital, formou-se advogada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É casada com Júlio Mottin, com quem tem um casal de filhos, Júlio Neto e Mariana Mariano, e duas netas Maria Luíza e Ana Laura.

Em 2006 lançou o livro de poesias Olhos de Cadela, finalista do Prêmio Açorianos de Literatura em 2007. Em 2011 foi a vez do romance Atado de Ervas, narrativa que compõe um mosaico da vida da mulher gaúcha no interior do estado. Este livro foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2012. Ainda em 2011, por conta de seu segundo livro, Ana foi indicada ao Prêmio Fato Literário do Grupo RBS.

No mesmo ano de 2011, a homenageada assumiu a presidência da Associação Lígia Averbuck, ligada ao Instituto Estadual do Livro (IEL). Ana Luíza também já participou do grupo diretivo da Bienal do Mercosul e integrou o grupo Mulheres em Cena, que dá suporte ao tradicional Porto Alegre em Cena. Como escritora, integra diversas antologias de contos e poesias editadas em todo o país.

Texto: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)