Preservação e crescimento devem ter equilíbrio, diz engenheira
"Preservar espaços que ancorem a memória da cidade sem prejudicar o crescimento de Porto Alegre". Esta é a idéia da presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc), engenheira civil Rita Chang, que participou nesta segunda-feira (10/3) da reunião da Comissão Especial que está avaliando o projeto de lei sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA). Rita apresentou conceitos sobre as Áreas de Interesse Cultural.
A engenheira destacou que o Compahc conta atualmente com 17 conselheiros oito representantes da prefeitura e nove de entidades e fez um histórico sobre o Conselho, criado na década de 70. Uma das nossas primeiras ações foi ratificar os imóveis do patrimônio histórico. O Paço dos Açorianos, o Mercado Público e a Ponte de Pedra são alguns dos locais tombados após a criação do órgão, ponderou. Também mostrou prédios que foram recuperados por intermédio de ações e parcerias com o Compahc.
Precisamos Investir em patrimônio histórico e delegar um conceito no presente e deixar um legado para o futuro, concluiu Rita Chang, destacando que há a necessidade de equilíbrio para o bem da cidade. Ela citou como o exemplo o bairro Cidade Baixa, que têm cerca de 800 prédios em análises estruturais. "Isso poderá inviabilizar o crescimento desse local da cidade".
Também presente na reunião, o engenheiro Breno Ribeiro, coordenador de planejamento urbano da Secretaria do Planejamento Municipal (SMP), disse que as questões de áreas de interesse culturais são de muita subjetividade. Precisamos agregar outros pontos de vista, pois mexemos com as propriedades das pessoas, ponderou. Ribeiro informou que as 85 áreas do atual Plano Diretor foram subdivididas para chegar ao número de 134 áreas no projeto em tramitação na Câmara.
O presidente da Comissão, vereador Nereu D´Avila (PDT), afirmou que, por ser um tema, os técnicos da SMP deverão voltar à reunião do PDDUA na próxima segunda-feira (17/3) para detalhamento, inclusive com imagens, elucidando as diferenças entre áreas de interesse cultural e patrimônio cultural. Estas questões são fundamentais para o nosso trabalho, ressaltou.
Já Luiz Braz (PSDB) sugeriu que se apresente uma lista de áreas que poderiam ser indicadas para tombamento e dos imóveis que estão relacionados como prédios de interesse cultural. Sofia Cavedon (PT) analisou que o projeto não está claro em relação as áreas culturais, e que, como um todo, é confuso. A vereadora sugeriu que a Comissão faça visitas a alguns locais relacionados para que se possa construir um inventário adequado ao interesse da cidade.
Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)