Projeto ajuda a combater bullying em escola da periferia
O combate à violência, ao racismo, ao bullying e às brincadeira de mau gosto são algumas das ações praticadas por alunos e professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor Sylvio Torres, na Vila Herdeiros, bairro Agronomia. Elas fazem parte do projeto Amigos da Paz, criado pela Escola. A instituição recebeu nesta quarta-feira (19/10) a Caravana das Boas Práticas Pedagógicas, da Câmara Municipal de Porto Alegre, que tem o objetivo de homenagear o trabalho e a dedicação dos professores das redes de ensino público da Capital.
A diretora da escola (aberta), Alcina Silva dos Santos, explica que o projeto nasceu com a finalidade de acabar com um problema de bullying que havia em uma sala de aula. Foi lançado no dia 21 de março Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e, desde então, vem mostrando resultados. A professora Carina Albano conta que os alunos mudaram a atitude. Antes havia brigas. Agora, como o amigo da paz não briga, eles são mais unidos, amigos e participativos.
A cada 15 dias, as turmas escolhem dois alunos amigos da paz. Eles usam crachás ou aventais para identificá-los e amenizam conflitos entre colegas, além de ajudarem os professores nas tarefas do dia-a-dia. No final, recebem certificados. Mas o que mais ganham é respeito. É legal ser amigo da paz. A sensação é boa, porque todo mundo me respeita. E não dá muito trabalho, porque a turma é calma, avalia Yasmin Yasin, de 10 anos. O aluno David Antunes, 10 anos, também acha bom ser amigo da paz. A gente cuida da escola e ajuda os colegas, diz com alegria.
Dilúvio
A Sylvio Torres, fundada em 1976, possui cerca de 370 alunos (de 6 a 17 anos de idade), 21 professores e sete funcionários. Está inserida na comunidade vizinha à unidade de preservação ambiental do Parque Saint Hilaire, onde se localiza a nascente do Arroio Dilúvio. A escola desenvolve, desde 2005, o projeto de educação ambiental Descobrindo o Arroio Dilúvio. O objetivo principal é modificar a paisagem na nascente do arroio por meio de ações de educação ambiental.
Segundo a vice-diretora, Vilma Arrial, uma escola ecológica é possível com planejamentos multidisciplinares de maneira a envolver a teoria e a prática da sustentabilidade em todas as disciplinas e exemplificar que existem meios para a realização de melhorias no dia-a-dia das escolas e da comunidade. Os estudantes podem aprender e fazer hortas ecológicas, cultivo de alimentos orgânicos, viveiros com mudas de espécies nativas, coleta seletiva de lixo, reutilização da água, além da adoção de práticas de recuperação ambiental da escola e da comunidade.
A vereadora Sofia Cavedon elogiou o trabalho da escola. É uma equipe que encarou o problema do bullying, envolveu os alunos, compartilhou responsabilidades. Uma iniciativa simples, que já produz resultados, como mudança de comportamentos, transformação de seres humanos. É uma escola que se movimenta para fazer além do básico.
Darlene Silveira (Reg. Prof. 6478)
Assessoria de Imprensa da Presidência