Plenário

Projeto propõe telhado verde para condomínios verticais

Medida vale para empreendimentos com mais de três unidades agrupadas e tem prazo de cinco anos para adequação

Discussões sobre o veto parcial do executivo ao plano diretor. Na foto: Vereador Dr. Thiago Duarte
Vereador Dr. Thiago Duarte (DEM) (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

O Legislativo de Porto Alegre iniciou o debate do projeto de lei complementar do vereador Dr. Thiago Duarte (DEM) que obriga os condomínios verticais com mais de três unidades agrupadas a dispor de telhado verde ou ecológico. De acordo com o autor, a matéria se fundamenta pelo clamor dos porto-alegrenses ao tema do desenvolvimento econômico agregado à sustentabilidade. 

Para Thiago, essa é uma alternativa viável e sustentável a ser instalada junto a telhados e lajes tradicionais, facilitando o gerenciamento de grandes cargas de águas pluviais e proporcionando melhoria térmica, serviços ambientais e novas áreas de lazer. “O telhado verde ou ecológico proporciona também um ambiente muito mais agradável do que outros, mantendo o edifício protegido de temperaturas extremas, especialmente no verão, reduzindo-as em até 13°C”

Conforme a exposição de motivos, estudos de bioclimáticos indicam que, com o uso de coberturas vivas, é possível melhorar em 30% as condições térmicas no interior da edificação, sem recorrer a sistemas de climatização ou ar-condicionado artificiais. Em ambiente extremamente artificiais, como o urbano, essas coberturas colaboram para o reequilíbrio ambiental, trazendo os benefícios da vegetação à saúde pública e à biodiversidade.

Os telhados verdes ou ecológicos ainda podem, segundo Thiago, conter painéis solares, que reduzem o consumo de energia elétrica, resultando não apenas na redução da conta de luz das pessoas que se beneficiam diretamente, mas também na economia em geral. A estrutura tem o condão de melhorar as condições termo-acústicas da edificação. “O teto verde também mantém a umidade relativa do ar constante no entorno do edifício, formando um microclima, e purifica a atmosfera, formando um micro ecossistema." 

Dr. Thiago finaliza a apresentação da proposta lembrando que outra grande vantagem do telhado verde é o combate ao efeito-estufa, a partir da retirada de carbono da atmosfera. “As plantas e a terra do telhado verde ou ecológico funcionam como um filtro natural da água, que pode ser armazenada ainda mais limpa, para depois ser usada na irrigação do jardim, nas bacias sanitárias, no chuveiro", acrescenta.

Vantagens

A proposta prevê que os projetos dos condomínios, para serem aprovados pela prefeitura, deverão prever a construção de telhado verde ou ecológico. A proposta considera telhado verde ou ecológico a vegetação extensiva ou intensiva, de preferência nativa, arquitetada sobre laje de concreto ou cobertura, que melhore o aspecto paisagístico, resista ao clima tropical e às variações de temperatura, use pouca água, a fim de não servir de habitat de mosquitos, como o Aedes aegypti, diminua a ilha de calor, absorva o escoamento superficial, reduza a demanda de ar-condicionado e melhore o microclima, por meio da transformação do dióxido de carbono (CO2) em oxigênio (O2) por fotossíntese. As camadas a serem dispostas são a de impermeabilização; proteção contra raízes; drenagem; filtragem; substrato; e, por fim, a vegetação. Os telhados verdes serão considerados, para todos os efeitos, como tendo as mesmas características da área permeável.

O projeto de lei também obriga o Município a promover cursos e palestras para a divulgação das técnicas imprescindíveis à construção do telhado verde ou ecológico de que trata a futura lei, tais como as relacionadas à estrutura e aos tipos de vegetação e substrato a serem utilizados. Os condomínios edificados até a data de publicação da lei terão prazo de cinco anos, contados da data de sua publicação no Diário Oficial de Porto Alegre para se adequarem.

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)