Região Metropolitana une-se para buscar investimentos

Os investimentos feitos na estrutura do Rio Grande do Sul para receber a Copa 2014 ficarão de herança para a população e os municípios gaúchos, concordam os secretários extraordinários da Copa, Paulo Odone, do Estado, e José Fortunati, de Porto Alegre, e o presidente da Câmara Municipal, vereador Sebastião Melo (PMDB). O projeto Copa é um projeto de Estado, dizem eles, e deve contar, para seu sucesso, com a união de todos:  governos federal, estadual e municipal, poderes legislativos, entidades esportivas e sociedade civil.

Odone, Fortunati e Melo falaram, nesta sexta-feira (28/8), no Plenário Ana Terra da Câmara, para representantes de 18 cidades da Região Metropolitana, que atenderam o convite do presidente da Câmara da Capital para unirem forças e lutarem por recursos, que serão aplicados em obras como a da BR-116, que já esgotou a sua capacidade e precisa ser ampliada. “Temos de ser competentes para obter recursos”, afirmou Melo, incentivando os prefeitos, vereadores e secretários a defenderem seus projetos na reunião sobre a Copa, que será realizada pelo governo federal na Assembleia Legislativa no próximo dia 14.

Os participantes da reunião, depois de ouvir os secretários extraordinários da Copa, decidiram formar um grupo de trabalho constituído por representantes de Porto Alegre, Viamão, São Leopoldo, Charqueadas, Guaíba e Esteio. O grupo organizará uma agenda de debates nas cidades da Grande Porto Alegre, com a participação dos Executivos e Legislativos municipais e da sociedade civil. Ao encerrar o encontro, Sebastião Melo afirmou que reuniões como a desta sexta-feira são importantes para que seja “dado um salto de qualidade na relação dos legislativos da Grande Porto Alegre.”

Possibilidades e transparência

As cidades da Grande Porto Alegre têm três possibilidades de participar da Copa 2014: candidatar-se a abrigar as seleções no período de aclimatação ou no de concentração e qualificar-se para trabalhar com o turismo receptivo. Odone e Fortunati lembraram outras Copas, em que as cidades próximas às sedes passaram a fazer parte do turismo internacional, depois de ter abrigado seleções que disputavam o título de melhor do mundo.

Um estudo preparado pela Fundação Getúlio Vargas revela que o Brasil receberá 600 mil turistas durante a Copa. A média prevista de permanência no país é de 15 a 20 dias, sendo que o turista-torcedor viaja sempre acompanhado de sua família. A Alemanha, em 2006, recebeu 2 milhões de turistas. Mas, a permanência foi, em média, de dois dias.

Fortunati apresentou o programa de obras para Porto Alegre, alertando que, nos estádios, o investimento será privado. A prefeitura espera, segundo ele, com as obras do esgoto cloacal, atender, em 2014, 77% da população porto-alegrense. Atualmente, atende 27%. O vice-prefeito ressaltou: “Esta será a Copa da transparência, com a participação popular”. Segundo ele, todos os investimentos feitos serão colocados no site da Copa, preparado pela Prefeitura.

Copa verde

Ao defender que a Copa deixe “um legado forte” para os gaúchos, Paulo Odone ressalta que o Estado trabalha para ter uma “Copa limpa, uma Copa verde”. Sua secretaria já preparou as orientações para as cidades se candidatarem a receber seleções e fará reuniões em particular com cada cidade da Região Metropolitana, ajudando-as a montar o portfólio, que será encaminhado à Fifa.

Presenças

A reunião contou com representantes das cidades de Charqueadas, Gravataí, Canoas, Taquara, Ivoti, Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo, Nova Hartz, Guaíba, Triunfo, Sapucaia, Viamão, Campo Bom, Montenegro, Arroio dos Ratos, Eldorado do Sul, Novo Hamburgo e Esteio.

Estiveram presentes ao encontro os seguintes vereadores de Porto Alegre: Alceu Brasinha (PTB), Paulinho Rubem Berta (PPS), Dr. Thiago Duarte (PDT), Adeli Sell (PT), Reginaldo Pujol (DEM), Elias Vidal (PPS), Valter Nagelstein (PMDB), João Pancinha (PMDB) e Mauro Pinheiro (PT).

Nubia Silveira (reg. prof. 11.457)