Plano Diretor

Relatoria V discute perfil de Projetos Especiais

Luiz Custódio (c) defende que os Projetos Especias sejam inovadores Foto: Elson Sempé Pedroso
Luiz Custódio (c) defende que os Projetos Especias sejam inovadores Foto: Elson Sempé Pedroso

A Relatoria Temática V, que debate a Proteção e Preservação do Patrimônio Cultural e Natural da Cidade, esteve reunida na manhã desta sexta-feira (29/5) para “observações sobre o patrimônio histórico-cultural e a preservação do ambiente natural”. Durante a reunião, foram debatidos o regramento e o perfil desejado para os Projetos Especiais, uma das preocupações da Temática sob o ponto de vista da preservação.

Tânia Faillace, representante da 1ª Região do Fórum Regional de Planejamento, afirmou que esses projetos precisam ter cunho social, que beneficiem a comunidade. “Um Projeto Especial não pode ser um shopping”, disse. Luiz Antônio Custódio, coordenador do Memorial Cultural da Prefeitura, concordou com a jornalista e acrescentou: “na minha opinião, um Projeto Especial deve ter, como espírito, algo diferente do que está regulamentado, algo novo, não previsto”.

A arquiteta Débora Magalhães da Costa, da Equipe de Patrimônio Histórico e Cultural (EPAHC), é de opinião que um Projeto Especial “até pode ser um prédio de apartamentos, desde que sejam unidades para atender a demanda de habitação da população de baixa renda”. Para Carlos Santana (IAB/RS), representante do Fórum de Entidades, quando analisa os Projetos Especiais, a prefeitura deveria pensar qual o interesse público contemplado. Santana acredita que, a bem da preservação e do cumprimento do Plano Diretor, “talvez um novo modelo de sistema de gestão de planejamento tivesse que ser criado”.

Zona Sul

O vereador Dr. Thiago Duarte (PDT) manifestou indignação ao ver que na Zona Sul, mais especificamente na Tristeza, bairro que esta Temática esteve há poucos dias visitando, avança a especulação imobiliária. “Estava passeando, caminhando pelo bairro quando me deparei com três espigões na Rua Mário Totta, prédios que há pouco tempo não estavam ali”, contou. O vereador ressaltou também a importância da conscientização da população sobre a preservação ambiental. Falando sobre a reserva biológica do Lami, ele lembrou que é uma conquista importante para a cidade. "As comunidades precisam entender que isso é fruto de longo esforço de todos e que a preservação não é nem pode ser um entrave para o desenvolvimento.”

Débora Magalhães (EPAHC) acredita que as comunidades estão despertando para a preservação ambiental e histórica, tanto em Porto Alegre quanto no interior do estado. Segundo a arquiteta, as pessoas querem preservar a sua história. “A culpa de isso não acontecer de forma mais ampla é nossa, das instituições. Tínhamos que criar projetos de educação para a preservação.”

Agenda

Como encaminhamento, a relatora Maria Celeste (PT) convidou os representantes da SMC e Smam para, junto com a SPM, debater com a Relatoria, na reunião do dia 19 de junho, os artigos e propostas que estão na revisão do PDDUA. Na próxima sexta-feira (5/6) pela manhã está marcada a ida dos membros da Relatoria e assessores ao bairro Moinhos de Vento, para uma visita a convite da associação de moradores do bairro.

Além dessas duas datas, serão confirmados um encontro para debater especificamente as áreas indígenas e uma reunião conjunta com a Relatoria 4 para discutir os projetos da região do Cais Mauá. Por solicitação do presidente da Casa, vereador Sebastião Melo (PMDB), a Relatoria irá marcar ainda uma ida ao bairro IAPI. “Houve audiência pública na região e foram levantadas questões pertinentes a esta Relatoria”, explicou Celeste.

Participaram também da reunião a professora Ana Rosa Cé (PUCRS), Ronice Giacomet Borges, da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), Oscar Carlson, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e Gino Gehling (UFRGS). Estiveram presentes a vereadora Maria Celeste (PT) e os vereadores João Pancinha (PMDB), Dr. Thiago Duarte (PDT) e DJ Cassiá (PTB).

Carla Kunze (reg. prof. 13515)