Pauta

Santiago Uribe Rocha fará palestra sobre resiliência nesta quarta

Colombiano falará sobre transformação de Medellín, que se tornou exemplo de cidade inovadora.

Oscar Santiago Uribe Rocha
Uribe é diretor da Oficina de Resiliência em Medellín

A Câmara Municipal de Porto Alegre realizará, nesta quarta-feira (13/7), às 19 horas, a IIIª Reunião do Comitê Permanente de Segurança Metropolitano. Na ocasião, o diretor da Oficina de Resiliência da cidade de Medellín (Colômbia), Oscar Santiago Uribe Rocha, fará uma palestra aberta ao público no Plenário Ana Terra, no 2º piso da Casa.

Antropólogo formado pela Universidad de Antióquia, Uribe Rocha está à frente da Oficina de Resiliência de Medellín, a qual se encarrega de orientar as estratégias futuras para que a cidade enfrente e se recupere de adversidades e vulnerabilidades. Ele participou de estudos como Visiting Scholar in Masters of Social Anthropology na Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo (África do Sul). 

Uribe Rocha se destacou como diretor geral de Pesquisa e Cooperação do Projeto O.T.I. (Organização de Territórios Infantis), onde participou do Programa de Oficina de Emergência da Embaixada da Itália. Foi assessor de Assuntos de Infância do Comitê de Transformação Econômica do Partido ANC do Congresso Nacional Africano, em Johannesburgo (África do Sul); também participou da investigação e produção da série de programas em educação ambiental para as rádios comunitárias “The Tree of Life”, em Johannesburgo. 

Sua principal função como diretor da Oficina de Resiliência é a de coordenar a estratégia de resiliência que prepare Medellín para enfrentar e recuperar-se de desastres naturais e para resistir às adversidade e vulnerabilidades que vivem as cidades modernas desde seu planejamento até o desenvolvimento das comunidades.

Desde março, o Comitê Permanente de Segurança Metropolitano, presidido pelo vereador Cassio Trogildo (PTB), vem desenvolvendo reuniões periódicas, com o objetivo de traçar um diagnóstico e apresentar um plano de segurança integrado para toda a Região Metropolitana. Além de reunir o Parlamento Metropolitano da Grande Porto Alegre, prefeituras, Câmaras Municipais da Região Metropolitana e universidades gaúchas, o Comitê reúne como parceiros signatários o Fórum Estadual de Defesa do Consumidor (FEDC), Associação dos Juízes do RS (Ajuris), Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep), Associação dos Comissários de Polícia (ACP), Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf) e Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar e Bombeiros do RS (ASSTBM).

Medellín

Medellín foi selecionada em 2009 pela Fundação Rockefeller como integrante da rede de 100 Cidades Resilientes, por sua capacidade para se sobrepor às adversidades. O financiamento da Fundação Rockefeller possibilita a Medellin o acesso a recursos, intercâmbio de experiências, contar com especialistas mundiais em resiliência e uma rede de contatos com provedores, pensadores e grupos interessados que podem ajudar a melhorar sua capacidade de ajuste às mudanças urbanas atuais.

Ainda em meados dos anos 90, Medellín era a cidade mais famosa da Colômbia por registrar índices assustadores de violência urbana – cerca de 360 assassinatos para cada 100 mil habitantes – e por ser a sede do mais ativo cartel de narcotráfico em todo mundo. Nos últimos 12 anos, o mundo foi testemunha da transformação de Medellín em um dos territórios criativos mais reconhecidos da América Latina, ao mesmo tempo em que a indesejada violência virou apenas uma lembrança.

Considerada atualmente a cidade mais inovadora, Medellín é agora a primeira cidade da América Latina a ter uma oficina de resiliência e uma das primeiras do mundo com um cargo desta natureza.

Resiliência

A resiliência urbana é a capacidade de indivíduos, comunidades, instituições, empresas e sistemas dentro de uma cidade de sobreviver, adaptar-se e crescer, independente dos tipos de estresses crônicos e choques agudos que vivenciam.

As tensões crônicas incluem: falta de habitação a preços acessíveis, desemprego em massa, pobreza e desigualdade, infraestrutura envelhecida, poluição da água ou do ar, seca e escassez de água, aumento do nível do mar e erosão costeira, crime e violência, instabilidade social, condições macroeconômicas deprimidas e outros fatores. Os choques agudos incluem: furacões, inundações, ondas de calor, fogo, acidentes com materiais perigosos, tornado, terrorismo, surto de doença e outros.

De forma simples, resiliência possibilita que pessoas se recuperem mais fortes após momentos difíceis e vivam melhor. Os sistemas resilientes exibem certas qualidades que as capacita a resistirem, responderem e se adaptarem mais rapidamente a choques e tensões.

Texto e edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)