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Secretarias buscarão parcerias para escola da Ilha da Pintada

A busca por uma parceria que viabilize o contraturno na escola de Ensino Fundamental Turma do Barulho, na Ilha da Pintada em Porto Alegre, foi debatido nesta terça-feira (5/4) em reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece). A diretora da escola, Maribel alves, relatou que entre os principais objetivos da entidade estão o combate à drogadição e a aprendizagem de ensino profissionalizante.

Na reunião, representações das secretarias de Educação do Estado (SEC) e da Capital (SMED) comprometeram-se em realizar estudos técnicos para viabilizar parceria, uma vez que a escola, mesmo sem fins lucrativos, é particular. Pais e alunos acompanharam o encontro na Câmara Municipal de Porto Alegre.
 
História
 
Durante as discussões, a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) relatou que são 80 alunos na escola, que cursam até a 6ª série, com diversas atividades e, mesmo com regime jurídico particular, apresenta baixo custo de mensalidades, mas que garante educação de qualidade aos moradores da Ilha da Pintada.

“Eles têm um projeto de contraturno, para permitir que jovens tenham oportunidade de aprendizagem de ofícios e de lazer e cultura”, justifica Fernanda ao defender a iniciativa para combater o consumo de drogas na localidade.
 
A diretora da Turma do Barulho, Maribel Alves, ressaltou que a entidade foi aprovada no Conselho Estadual de Educação e está regularizada do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, e, a cada ano, avança uma série. “A escola começou há 20 anos, na garagem da minha casa, como inúmeras escolas. Iniciou com 10 alunos, mas o trabalho cresceu”, lembrou.

Segundo Maribel, a realização da construção da Turma do Barulho ocorreu em conjunto com os pais. “Só o terreno custou R$ 50 mil, e graças ao trabalho dos pais, com rifas e brechós, a escola está pronta”, informou.

A diretora ponderou que existe o desafio do contraturno. “A gurizada está num turno e no outro não tem o que fazer. A drogadição está crescendo. E sem nada para fazer eles acabam indo para a praça, pois não tem nenhum campo de futebol ou área de lazer”.

Destacou que existem dez professoras, todas com carteira assinadas, ministrando aula na escola, mas que pela baixa mensalidade, o caixa está constantemente no vermelho. “Queremos ensinar esses jovens a ter uma profissão”, finalizou.

Secretarias
 
Sueli Freitas, coordenadora do programa Cidade Escola da SMED, disse que existe uma legislação que precisa ser avaliada para ajudar a Turma do Barulho. Ela informou que o Cidade Escola atende escolas municipais com professores da rede municipal. Sueli sugeriu o programa Mais Educação, em parceria com o Ministério da Educação, que repassa recursos para escolas públicas municipais e estaduais.

“O foco é para atender escolas com baixos índices no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que precisam de mais horas de aprendizagem e obter melhores metas”, ponderou Sueli. Ela ressaltou que algumas instituições podem criar convênios para parcerias. “Este ano já fechamos os convênios, pois temos prazos a cumprir”, justificou ao informar que vai avaliar a situação da entidade.

Já Sandra Telló, coordenadora da 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) da SEC, informou que o projeto é uma novidade dentre as 400 escolas que fazem parte desta região da pasta estadual da educação. Disse que vai se informar do projeto e que tem como obrigação “conversar com o financeiro e o jurídico para ver os projetos que estão disponíveis”.

Sandra avaliou que a educação é um compromisso de todos e relatou preocupação com a situação das crianças da Ilha da Pintada. “A droga está crescendo e temos, como escola, a obrigação de trazê-los para dentro, com projetos e possibilidades de crescer. Vamos buscar alternativas”, colocou Sandra.

Propostas
 
O presidente da Cece, Professor Garcia (PMDB) disse que se sensibilizou com o projeto de Maribel, e sugeriu que a comunidade se organize para incluir demandas de oficinas no Orçamento Participativo, que teve como representante na reunião Paulo Coelho, conselheiro da região das ilhas. Garcia marcará uma nova reunião em cerca de 30 dias para apresentação de soluções ao caso por parte da SEC e da SMED.

Fernanda Melchionna defendeu, ainda, o Mais Educação como parceria para a escola, e sugeriu que a SMED planeje uma parceria para 2012, uma vez que para este ano os prazos já venceram. Também participaram da reunião os vereadores Haroldo de Souza (PMDB) e Tarciso Flecha Negra (PDT).
 
Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)