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Seminário da Cedecondh debate violência nas escolas

Comissão está traçando mapa da violência na Capital Foto: Desirée Ferreira
Comissão está traçando mapa da violência na Capital Foto: Desirée Ferreira (Foto: Desire Ferreira/CMPA)
Com o objetivo de mapear a violência nas escolas de Porto Alegre, a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal realizou, na última quinta-feira (15/5), o seminário “Violência na escola: como Porto Alegre está enfrentando essa realidade?”. A atividade integra o Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos de Porto Alegre que será apresentado pelos vereadores no final do ano. O mapa pretende analisar estatisticamente a atual conjuntura da segurança pública. “Esse mapa será uma sistematização que busca pelos gargalos e ausências nas políticas de segurança. O seminário que realizamos hoje pretende ser um espaço para discutirmos o que já está em prática e poder levar alternativas ao poder público”, destacou o vereador Alberto Kopitkke (PT), que preside a Cedecondh.

O seminário se iniciou com a apresentação de rap do educador social e oficineiro do programa Mais Educação (MEC) Kdoo Guerreiro. O educador realiza oficinas de teatro com alunos da Escola Grande Oriente no Bairro Rubem Berta há cinco anos e utiliza músicas e poemas inspirados em rap e funk como ferramentas. Guerreiro destacou a importância da utilização da linguagem do jovem. De acordo com ele, atitudes como esta são importantes para que o jovem se sinta mais interessado no colégio e também para contribuir na diminuição da evasão escolar, muito comum nas escolas de periferia devido ao tráfico de drogas.

Representantes de entidades estaduais expuseram trabalhos desenvolvidos com crianças e adolescentes com o objetivo de minimizar os dados de violência existentes na Capital. De acordo com o coordenador do projeto Territórios da Paz, Rogério Corrêa, o projeto Mais Educação é uma proposta do Ministério da Educação desenvolvido nas escolas do estado e do município. O projeto é realizado com jovens na Lomba do Pinheiro, Morro Santa Teresa e nos bairros Rubem Berta e Restinga, e busca apresentar uma alternativa ao jovem no contraturno escolar, oferecendo pontos de cultura. “O projeto é para que o jovem não fique à disposição, muitas vezes, de ser força de trabalho da criminalidade, principalmente do mercado das drogas”, destacou Rogério Corrêa.

Para a assessora da área de inclusão digital da Smed, Daniela Bortolon, a escola apenas reflete a realidade da população. Durante sua fala, ela expôs a importância da tecnologia utilizada pelo poder público com o objetivo de auxiliar os gestores escolares. “Neste momento, nós temos mais de 60 escolas municipais que estão com o projeto de utilizar câmeras para auxiliar na segurança. Elas estão instaladas no interior das escolas, e as imagens são visualizadas na sala da direção”, afirmou. Conforme Daniela, as imagens permitem aos gestores cuidar da comunidade, dos professores e dos alunos.

O vereador Kopittke destacou os problemas evidenciados pelo seminário. “Podemos ver que cada órgão desempenha suas ações. No entanto, não estão articulados. Cada um faz um esforço para um lado e, assim, não traçam estratégias comuns.” De acordo com o vereador, o resultado disso é que todos saem perdendo. “Estamos perdendo para a violência. Se fizéssemos um trabalho integrado, com certeza o resultado seria melhor.”

Também estiveram presentes no seminário o coordenador do Núcleo de Ações Preventivas da Guarda Municipal, Régis Abrão Schuch, o coordenador dos Comitês Comunitários de Prevenção à Violência nas Escolas da Brigada Militar, Alejandro Jelves, a representante da Smed Valéria de Leonço, a diretora da ONG Central Única das Favelas (Cufa), Ivanete Pereira, e o coordenador do Instituto Ficar, Marcos Daudt.

Texto: *Thamiriz Amado (estagiária de jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
*Com informações da TV Câmara