Servidor da Carris alega ser vítima de assédio moral
A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre ouviu, nesta terça-feira (17/11), o funcionário da Companhia Carris Porto-Alegrense Nelto Gabriel Massoco, que relatou supostos casos de assédio moral por parte da direção da empresa. Segundo o servidor, após manifestações na defesa de direitos dos trabalhadores, o mesmo virou alvo de perseguições políticas e de processo judicial. A direção da empresa foi convidada para a reunião da comissão, mas não enviou representante.
Massoco relatou que publicou, no site de relacionamentos Orkut, descontentamentos em relação a ações do diretor-presidente da Carris, Antônio Lorenzi. Disse que foi comunicado pelo Google, proprietário do Orkut, que sua conta recebeu intimação judicial para esclarecimentos das informações publicadas por ele. Assim fiquei sabendo sobre processo movido por uma parente do presidente da Carris, estando declarada a perseguição política, relatou. O servidor não negou ter distribuído materiais gráficos em defesa de colegas da empresa e com críticas à gestão. O que me preocupa é a maneira que tratam os profissionais que estão lá, declarou.
Para Luís Eduardo Sirângelo, diretor do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, a ausência da direção da Carris na reunião da Cedecondh demonstrou o desrespeito com as leis e os representantes do povo. Isso é revoltante. Os funcionários da empresa relatam, frequentemente, problemas com casos de assédio moral e perseguições políticas, afirmou. Sirângelo disse que há demissões da Carris que não estão em conformidade com o regimento da empresa e com a CLT e que a entidade precisa ir à Justiça para revertê-las. Uma empresa que deveria ser exemplo de transporte e circulação em Porto Alegre não oferece condições dignas de trabalho para os funcionários; muitos trabalham em contêineres em final de linhas, criticou. O diretor pediu também que a Cedecondh solicite esclarecimentos sobre parte da verba de publicidade nos ônibus que, segundo ele, deveria ir para o subsídio do plano de saúde dos funcionários.
Encaminhamentos
O vereador Toni Proença (PPS), que presidiu a reunião da Cedecondh, anunciou que haverá reunião extraordinária dos vereadores da comissão para deliberar sobre os temas expostos. Enviaremos uma cópia da reunião ao prefeito José Fogaça para conhecimento e vamos passar as inquietações do sindicato e os problemas relatados pelo funcionário Massoco", informou. Toni mostrou inconformidade com a ausência de um representante da empresa no encontro.
Pedro Ruas (PSOL) disse não ter dúvidas sobre o assédio moral na Carris e que acontecimentos graves ocorrem dentro da companhia. Insistiu que a Cedecondh peça providências e esclarecimentos à direção da empresa para resolver os problemas. O não-comparecimento da direção da Carris só prejudica eles por não exporem seu lado da história, afirmou. Além de Toni e Ruas, participaram da reunião da Cedecondh os vereadores Ervino Besson (PDT), Luciano Marcantônio (PDT) e Marcello Chiodo (PTB). Massoco fez a denúncia de assédio moral também ao presidente em exercício da Câmara, vereador Adeli Sell (PT).
Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)