Tribuna Popular

Sindjus/RS explica razões da greve de trabalhadores da Justiça

Há 38 dias paralisados, além de pautas financeiras, servidores reivindicam valorização dos funcionários

  • Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul – SINDJUS/RS justifica à sociedade a greve do Judiciário. Na foto, Coordenador-Geral do Sindicato dos Servidores da Justiça do RS, Fabiano Marranghello Zalazar.
    Zalazar, na tribuna do Plenário Otávio Rocha, explicou razões da greve de servidores da Justiça (Foto: Débora Ercolani/CMPA)
  • Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul – SINDJUS/RS justifica à sociedade a greve do Judiciário. Na foto, vereador Adeli Sell.
    Vereador Adeli Sell (PT) disse ser essencial valorizar trabalhadores públicos (Foto: Débora Ercolani/CMPA)

Coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça no Rio Grande do Sul (Sindjus/RS), Fabiano Marranghello Zalazar lamentou que servidores públicos venham sendo apontados como "bode expiatório" da atual crise institucional e financeira pela qual está passando o país. A afirmação foi feita na Tribuna Popular da sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre, na tarde desta quinta-feira (31/10). “Passamos pelo mesmo tipo de situação, e isso na Casa que deveria ser modelo de justiça, que deveria oferecer e distribuir justiça também aos seus servidores”, destacou ao lembrar que trabalhadores do Fórum Central estão há 38 dias em greve.

Conforme Zalazar, diversas categorias de servidores da justiça participam da greve, considerada histórica, com reivindicações gerais e particulares. “Estamos com os salários congelados há mais de cinco anos”, citou. “Temos perdas salariais que já atingem quase que 100% dos nossos trabalhadores”. O sindicalista disse que os servidores da justiça pertencem a uma categoria que não tem plano de carreira, sendo essa uma das pautas da paralisação. “Também pedimos equiparação ao auxílio-refeição dos magistrados”, salientou ainda ele ao dizer que, neste quesito, juízes recebem quase o dobro dos demais trabalhadores. “É o retrato da desigualdade”.

Em seu pronunciamento sobre a desvalorização dos servidores públicos, destacou que na Justiça, como em outras esferas do serviço público, são os servidores que prestam o atendimento essencial à população. “São eles que carregam o piano”. Ele salientou igualmente que a reposição salarial autorizada no início do ano ficou restrita aos salários dos magistrados. “Não ganhamos nenhum valor”. Ao comemorar derrota do governo na Assembleia Legislativa, em projeto que visava a extinção dos cargos de Oficial Escrevente, afirmou; “Continuamos na luta, em busca de justiça, que deve ser para todos, servidores e magistrados”.

Essenciais

O vereador Adeli Sell (PT), ao comentar o tema tratado por Fabiano Zalazar na tribuna, afirmou que todos os trabalhadores públicos são essenciais. “O servidor de carreira, aquele que atende as pessoas, é fundamental”. Conforme o vereador, os tribunais, às vezes pelo seu aparato, trazem um certo temor a pessoas simples e, nessas situações, aqueles que estão nos atendimentos de ponta, são os principais responsáveis pelo acesso à justiça. “Estamos irmanados e solidários com suas demandas”, afirmou. “É assim que se constrói uma sociedade igualitária e justa”, disse ainda Adeli, e completou: “Não há sociedade justa, igualitária, humanitária sem um serviço público de qualidade, sem servidores prestigiados, respeitados, com salários em dia”. 

Os vereadores Aldacir Oliboni (PT) e Professor Wambert (Prós) também saudaram o pronunciamento do representante do Sindjus/RS na sessão da Câmara Municipal nesta quinta-feira.

Texto

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

Tópicos:Fórum CentralServidores da JustiçaSindjus/RS