Sindppd/RS pede valorização da Procempa
O espaço da Tribuna Popular na sessão plenária desta segunda-feira (09/03) tratou sobre a valorização da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa), com enfoque no descontentamento com o PLE 032/19, o qual altera a Lei Municipal nº 4.267/77, retirando a obrigatoriedade de que equipamentos ou serviços de informática sejam contratados sob a supervisão técnica da Procempa. Fez uso do microfone Vera Justina Guasso, secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Sindppd/RS).
Vera lembrou que a Procempa, historicamente, sempre foi atendida na Câmara, quando fazia denúncias pontuais. A oradora classificou o PLE como “uma ameaça à continuidade da Procempa pública”, ressaltando que altera a lei de criação da empresa, a qual teve o presidente da Casa, Reginaldo Pujol (DEM), como um de seus criadores, em 1977. “A Procempa foi criada para suprir a informática pública do município, que era pulverizada, e para garantir menos custos”, ponderou Vera, revelando que a empresa, já premiada nacionalmente, teve um superávit de R$ 7 milhões, em 2019.
Economia
A oradora falou sobre o Sistema Integrado de Gerenciamento de Internações (Gerint), que disponibiliza o mapa dos leitos atualizado e integrado com o sistema de gerenciamento de consultas especializadas, tornando mais rápido o encaminhamento de pacientes em Porto Alegre. Vera pontuou que há possibilidade de ampliação do sistema para todo o Rio Grande do Sul.
Vera trouxe dados comprovando a economia que a Procempa traz para Porto Alegre: “A Prefeitura teve economia de R$ 4 milhões com os sistemas feitos pela Procempa”. “Porto Alegre gasta 1,5% de todo o seu orçamento com tecnologia da informação, enquanto bancos gastam 15%, e indústrias em torno de 10%. A Procempa não faz mais porque se gasta muito pouco com a TI pública”. A secretária-geral disse que a empresa não tem monopólio dos serviços de TI, mas que ela assessora tecnicamente para que ou se faça internamente ou se contrate com o melhor preço e qualidade.
“A manutenção de sistemas privados custa R$ 90 mil por mês, enquanto dentro da Procempa, R$ 13 mil por mês”, comparou. Vera ainda ressaltou a segurança dos dados que existe com a Procempa. “Todos os dias vemos empresas privadas com vazamentos de informações nos seus data centers. Algum vereador já viu isso na Procempa?”, indagando que, caso a empresa seja privatizada ou terceirizada, “se vazar o prontuário de pacientes do SUS, o que vai acontecer? Se for privado e a Prefeitura não tiver dinheiro para pagar os contratos, o que vai acontecer? Como ficaria se os dados sensíveis (fiscais) de vocês vazassem?” Vera chamou todos os vereadores a derrotar o PLE, pois “ele destrói o município”.
Vereadores
ATRASO - Para Roberto Robaina (PSOL), a defesa da Procempa é fundamental, “um assunto como esse não pode ser votado em ano eleitoral”. Robaina criticou um antigo diretor da Procempa, o qual “entrou lá com a intenção de privatizar, assim como fez com a Carris”. O vereador disse que o governo precisa respeitar a sociedade e deveria ter encaminhado antes essa discussão. Segundo Robaina, “iniciar esse processo de privatização significa um processo de atraso de desenvolvimento da cidade”, além de que, segundo o vereador, “temos é que aumentar o investimento da Procempa. Necessitamos é do controle público das empresas estatais. Precisamos derrotar esse projeto”. (RF)
REUNIÃO - Marcelo Sgarbossa (PT) recordou que, há cerca de cinco meses, houve uma reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança (Cedecondh), da Câmara, realizada no Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic), com a proposta de demonstrar o funcionamento do Centro e do cercamento eletrônico. Durante a reunião, Sgarbossa destacou que o Executivo exaltava a eficiência do Ceic. “Estávamos on-line, os automóveis passando, e sabíamos se a condução já estava em débito de IPVA, se era roubada ou furtada”, falou. No entanto, Sgarbossa lamentou a lógica do prefeito Marchezan, “com o chamado - raio privatizante”. Pois, conforme o petista, “naquele momento apareceu essa contradição, de uma alta tecnologia feita pela Procempa”, equanto, no seu mandato, "ele (o prefeito) acha que funciona só o que é privado". (BSM)