Sugerida legislação para o Plano de Incentivo à Leitura
A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) realizou, na manhã desta quinta-feira (1º/7), reunião extraordinária para discutir propostas para o avanço de uma lei municipal para o Plano Municipal de Incentivo à Leitura. Em conjunto com o Executivo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Smed), além de entidades e instituições do segmento do livro e da leitura, foram feitas sugestões para o programa em Porto Alegre. O encontro foi conduzido pela vereadora Fernanda Melchionna (PSOL).
O presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, João Carneiro, avaliou que existe a necessidade de um Plano permanente de Estado. Vejo vontade política naqueles que têm a possibilidade efetiva de construir propostas coletivamente. Há uma articulação com os detentores do Poder para que o Plano seja um orientador ao Estado, ressalta. Segundo ele, o plano parte de tudo que já construiu-se em Porto Alegre durante anos.
O termo chave é a questão do acesso ao livro e à leitura. Como e onde fazer? Precisamos também da criação de novas bibliotecas, diz Carneiro. Cobrou ainda recursos para que estas políticas tenham verbas, no Orçamento da Capital, direcionadas ao Plano Municipal de Incentivo à Leitura.
Nêmora Rodrigues, presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia, disse que é necessária uma mobilização mais intensa para a questão e que os atores envolvidos sejam capacitados para implantar o Plano, com a participação efetiva dos bibliotecários. Defendeu a biblioteca não só como espaço de leitura, mas também de construção do cidadão, para que este se sinta atraído no mundo da leitura e da literatura.
Márcia Cavalcanti, representante do Instituto C&A e da Rede de Bibliotecas Comunitárias, observou que as comunidades de Porto Alegre leem, mas quando têm esta oportunidade. Ela defende que é importante a descentralização das bibliotecas nas comunidades para acesso à leitura. O Plano é necessário e oportunizará diferentes leitores, comprometidos com uma cidade cada vez mais leitora, completou.
Fernanda Melchionna destaca a vontade dos envolvidos no processo em avançar na construção do Plano Municipal de Incentivo à Leitura. Ela apresentou programa federal no segmento da leitura o Plano Nacional do Livro e da Leitura , criado por uma portaria interministerial de 2006 que busca democratização, valorização, fomento e desenvolvimento do livro e da leitura.
Executivo
Cleci Jurach, secretária da Smed, disse que Porto Alegre independe de governo para ter políticas de leitura e cultura. Nossos espaços possuem processos pedagógicos de leitura. São 26 projetos desenvolvidos com as bibliotecas e voltados para a leitura de crianças e jovens, avalia. Cleci também informa que há, no Executivo da Capital, uma renovação permanente de títulos nas bibliotecas, seja por parcerias ou com aquisição por recursos próprios.
A titular da Smed também informou que são investidos cerca de R$ 600 mil em projetos no segmento da leitura e literatura. Os projetos existem. Precisam ser cruzados e se tornarem uma política pública, para que sejam implantadas cada vez mais, independentes de governos, opina Cleci Jurach.
Encaminhamentos
Um Grupo de Trabalho (GT) irá agregar todos os segmentos e contará agora com a participação efetiva de dois representantes da Smed, conforme a secretária Cleci Jurach. Para a criação de uma lei específica para o tema, Fernanda sugere que o GT redija uma proposta de legislação para entregar ao prefeito José Fortunati, a fim de que o Executivo envie o Projeto de Lei à Câmara.
Também presente ao encontro da Cece, o vereador Adeli Sell (PT) ratifica a criação da legislação e destacou o trabalho em conjunto entre vereadores e sociedade de Porto Alegre. Fernanda propos também que a Frente Parlamentar de Incentivo À Leitura faça emenda ao Orçamento 2011 para as bibliotecas comunitárias e para a descentralização delas.
Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)
Ouça:
Comissão discute lei para incentivo à leitura na Capital