Presidência

Vereadores reúnem-se com Reitoria da PUCRS

Vereadores estiveram na PUCRS para discutir incidentes no DCE Foto: Gabinete do Vereador/Tagli Padilha
Vereadores estiveram na PUCRS para discutir incidentes no DCE Foto: Gabinete do Vereador/Tagli Padilha
Reunião serviu para mediar debate sobre DCE

Uma comissão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, junto com o Comando da Brigada Militar (BM) reuniu-se, na manhã desta terça (14/6), com a Reitoria da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) para discutir os incidentes envolvendo os estudantes da instituição. Desde a quarta-feira passada (8/6), protestos vêm ocorrendo de forma sistemática em função de denúncias de manipulação das eleições para o Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune) pela atual gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Na noite de segunda-feira (13/6), houve relatos de que estudantes foram agredidas durante as manifestações.

Os vereadores cobraram um posicionamento por parte da Reitoria sobre as denúncias feitas pelos estudantes. O vice-reitor da PUC, irmão Evilásio Teixeira, reconheceu que existem falhas nos processos eleitorais conduzidos pelo DCE. “Admitimos e entendemos que a universidade é um espaço democrático”, afirmou o reitor em exercício. Nos processos eleitorais conduzidos pelo DCE da PUCRS nos últimos 20 anos, pelo menos, não são respeitados prazos nem mesmo regras para homologação e publicização das eleições.

A primeira conquista dos vereadores foi o agendamento de uma reunião para esta quarta-feira (15/6), às 20 horas, entre os dirigentes do DCE e representantes do Movimento 89 de Junho, principal voz dos manifestos, para tratar do tema. O local ainda será definido pela universidade. Na reunião, constatou-se também a preocupação com a repercussão e a abrangência dos acontecimentos. A comissão de vereadores dispôs-se a contribuir na elaboração de procedimentos e regras que garantam que os processos eleitorais da universidade sejam fundados nos princípios da transparência e democracia.

A presidente da Câmara Municipal, vereadora Sofia Cavedon (PT), relatou que o Legislativo porto-alegrense foi acionado pelos estudantes, que estão insatisfeitos com a atual situação. “Sabemos que chapas foram impugnadas [para as eleições do Conune] e talvez teríamos uma situação muito mais grave se não estivéssemos aqui”, considerou. Os protestos referentes às eleições para o Conune acabaram se estendendo ao processo eleitoral de todo o Diretório. "Os estudantes querem novas eleições, e a Câmara irá mediar o debate para que se resolva o impasse de forma democrática", destacou.

O vereador Carlos Todeschini (PT) destacou que o encontro é histórico e que a Câmara de Porto Alegre pode contribuir com o processo de forma imparcial. Ele ainda classificou como anormal a necessidade da presença policial na universidade. “Há mais de 20 anos sabemos da manipulação dos processos eleitorais”, apontou Todeschini, cobrando uma atuação mais efetiva por parte da universidade. “A instituição não pode permitir esse tipo de violência”.

A vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) detalhou os problemas que ocorreram nos últimos processos eleitorais e disse que os “golpes” ferem o direito dos estudantes . “Não é possível aceitar que pessoas que votam para presidente não tenham autonomia para escolher as lideranças acadêmicas”.

Após escutar as manifestações da comissão de vereadores, o vice-reitor da PUC determinou a estruturação de um Grupo de Trabalho para produzir e definir normas e procedimentos que assegurem transparência nos processos democráticos e, assim, a legitimidade dos resultados e a autonomia e independência dos alunos. Também estiveram presentes na reunião os vereadores Mauro Pinheiro (PT), Mauro Zacher (PDT) e o Comando da Brigada Militar.

Marta Resing (reg. prof. 5405)
Assessoria de Imprensa da Presidência