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Zacher diz que CPI esclarecerá fatos da gestão de Juliana

Zacher depôs na CPI do ProJovem Foto: Lívia Stumpf
Zacher depôs na CPI do ProJovem Foto: Lívia Stumpf

Os vereadores que integram a CPI do ProJovem, instalada na Câmara Municipal de Porto Alegre, ouviram nesta quinta-feira o vereador Mauro Zacher (PDT). Ele é ex-secretário da Secretaria Municipal da Juventude (SMJ) e prestou esclarecimentos em relação às acusações da deputada Juliana Brizola (PDT) a respeito de irregularidades durante o período que dirigiu a SMJ, entre 2005 e 2007, sobre a contratação do Programa ProJovem.

Para Zacher, a CPI vai servir para esclarecer fatos da gestão de Juliana e de seu marido, Alexandre Souza da Silveira, o Alexandre Rambo, que também dirigiu a SMJ. “Todas as testemunhas que vieram depor disseram coisas gravíssimas”, considerou o vereador. Ele disse ainda que Rambo foi posto “goela abaixo” na secretaria a pedido de Juliana, contrariando a vontade do prefeito.

O vereador relatou que o ProJovem foi contratado no início de sua gestão na secretaria para atender jovens carentes através de um convênio firmado pela SMJ e Universidade Federal de Santa Maria com a Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fulbra), conforme determinação do governo federal.  “Um programa que se baseou em pesquisas e estudos onde percebemos que tínhamos uma grande dívida com a juventude brasileira”. Informou que Porto Alegre foi a sétima capital a adotar o programa. “O prefeito José Fogaça foi a Brasília assinar o contrato devido a importância do mesmo”. 

Zacher falou que o programa poderia se socorrer das escolas municipais para as aulas. “Sofremos um determinado boicote porque poderíamos tirar os alunos do EJA ministrado pelo governo municipal”, informou Zacher, ressaltando que foram feitas parcerias com algumas instituições, como Pão dos Pobres e Centro Vida. “No entanto, tivemos dificuldade na elaboração dos lanches, exigido pelo programa, e precisamos contratar o fornecimento”. Questionado sobre possível fraude nesta contratação, o vereador respondeu que não houve. “Tanto que não faz parte do inquérito que investiga o ProJovem”. Ele disse também que todos os contratos firmados em sua gestão foram avalizados pela Procuradoria do Município e pela coordenação nacional do programa.

Durante sua manifestação Zacher mostrou fotos da deputada Juliana com André Fortes. “Ela disse que não o conhece, mas estão juntos nestas fotos”, disse Zacher, ressaltando que o mesmo se apresentou em reuniões na Casa como assessor de Juliana na secretaria. Sobre a Fulbra, que Juliana diz também desconhecer, mostrou cópia do Diário Oficial de Porto Alegre com assinatura dela firmando convênio com esta entidade. Sobre vínculo com a Fundação Pensante, empresa de consultoria, o vereador negou também. Quanto à denúncia de que candidatos ao Conselho Tutelar vinculados a ele teriam usado a estrutura da SMJ, o vereador disse desconhecer. “Tínhamos apenas um carro naquela época”.

Os trabalhos foram dirigidos pelo presidente da CPI, vereador Luiz Braz (PSDB), e acompanhados pelos vereadores que compõem a comissão: Reginaldo Pujol (DEM), Engenheiro Comasseto (PT), Fernanda Melchionna (PSOL), Idenir Cecchim (PMDB), Nilo Santos (PTB), Mario Fraga (PDT), Paulinho Rubem Berta (PPS), Airto Ferronato (PSB), Mauro Pinheiro (PT) e Waldir Canal (PRB).

Regina Andrade (reg. prof. 8423)

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