Seminário

Alimentação saudável e produção orgânica são destaque na Câmara

  • Seminário lança Semana dos Alimentos Orgânicos no RS
    Seminário encheu o Auditório Ana Terra (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)
  • Feira de alimentos orgânicos
    Feirantes comercializaram alimentos no térreo (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)

Com o Auditório Ana Terra completamente lotado, o seminário Alimentos: produção e consumo, impactos no ambiente e na saúde reuniu vereadores, produtores e estudantes. A atividade, realizada conjuntamente na Câmara Municipal de Porto Alegre com uma Feira de Produtos Livres de Agrotóxicos, marcou o lançamento da campanha do alimento orgânico no Rio Grande do Sul.

O secretário da Comissão de Produção Orgânica do Ministério da Agricultura, José Cléber Souza, destacou a importância de discutir o tema com o meio urbano, especialmente com a juventude. “A alimentação saudável é aquela em que a produção respeita o ambiente e a saúde das pessoas que produzem o alimento e das que consomem o que é produzido.”

Na abertura do evento, o presidente da Câmara, Cassio Trogildo (PTB), fez questão de lembrar a aprovação do projeto de lei que restabeleceu a Zona Rural de Porto Alegre. “No ano passado, esta Casa aprovou uma proposta que destinou 8,23% do território da Capital à produção primária”, salientou. Além dele, estiveram presentes os vereadores Engenheiro Comassetto (PT), Lourdes Sprenger (PMDB), Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon (ambos do PT).

Adolescentes obesos

Alertando para os riscos da alimentação “moderna” e os impactos no ambiente e na saúde, a professora Ana Beatriz Almeida de Oliveira apresentou dados sobre a evolução nutricional de adolescentes. “Porto Alegre é a capital nacional do sobrepeso e da obesidade, o que está muito ligado ao câncer de mama e de próstata”, ressaltou a professora, que atua no Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar (Cecane), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Segundo ela, pelo menos 10% dos adolescentes da Capital são obesos. A professora comentou, ainda, que os três fatores que mais influenciam a alimentação são: publicidade na TV, personagens famosos e as embalagens dos alimentos. “É por causa das nossas escolhas alimentares que estamos assim. Basta ver que aumentou o consumo de guloseimas e fast food, ao tempo em que diminuiu o consumo de frutas e verduras.”

A recomendação é que as pessoas priorizem alimentos in natura (não processados) ou minimamente processados para uma alimentação saudável. Os primeiros são aqueles que vêm diretamente da natureza. Exemplos: frutas, verduras, legumes e leite cru. Já os minimamente processados são alimentos in natura que, antes do consumo, foram submetidos a alterações mínimas que não afetam seu valor nutritivo, como grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado. Mais informações no Guia Alimentar para a População Brasileira.

O seminário prosseguiu ao longo da tarde com foco na relação entre os alimentos orgânicos e o ambiente e a saúde. Também foram discutidas as formas para promover o acesso e a responsabilidade do poder público no acesso à alimentação livre de agrotóxicos.

Texto: Maurício Macedo (reg. prof. 9532)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)