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Ambulantes querem voltar a atuar no entorno dos estádios

Vereadores Tessaro e Canal na reunião desta terça Foto: Maria Helena Sponchiado
Vereadores Tessaro e Canal na reunião desta terça Foto: Maria Helena Sponchiado

Vendedores ambulantes que costumavam trabalhar no entorno dos estádios Olímpico, no Bairro Azenha, e Beira-Rio, na Avenida Padre Cacique, reclamam que, desde abril, foram proibidos pela Brigada Militar de atuarem nestes locais. Os ambulantes estiveram presentes, nesta terça-feira (11/8) à tarde, à reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) que tratou do tema. Eles reconhecem que a Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic) tem ajudado os vendedores ambulantes, mas reclamam das dificuldades causadas pela Brigada Militar.

O presidente da Cuthab, vereador Waldir Canal (PRB), acatou sugestão dos vereadores e prometeu marcar nova reunião com o Comando da Brigada Militar para tratar do assunto. Ele lembrou que o comércio informal é muito intenso em dias de jogos e disse que a Cuthab se propõe a intermediar uma solução.

O presidente da Associação do Vendedores Ambulantes e Itinerantes de Porto Alegre, Alessandro Perin, disse que a Brigada Militar está retirando de circulação "vendedores que trabalham há dez ou 15 anos nas proximidades dos estádios". Perin chegou a estimar que 500 famílias de vendedores ambulantes deixaram de gerar renda desde o dia 1º de abril, quando entrou em vigor a proibição. "Não podemos mais trabalhar no Beira-Rio. E, no Olímpico, agora, apenas em áreas de contenção em torno do estádio."

O secretário da Smic, Idenir Cecchim, considerou exagerado o número de 500 ambulantes indicado pelo representante da Associação e ressaltou que pouco mais de 20 vendedores estão licenciados para atuar. "A população quer que o espaço em torno do Beira-Rio fique livre. É também uma questão de segurança para a chegada e saída dos times de futebol pela Avenida Edvaldo Pereira Paiva." Cecchim, no entanto, fez questão de ressaltar que não tem havido ocorrências com ambulantes em dias de jogos de futebol e propôs que seja tentado um acordo com Brigada Militar.

O vendedor ambulante Edson da Silva Oliveira, que costumava trabalhar no entorno do Estádio Olímpico, denunciou que muitos ambulantes acabam alugando pátios de casas nas proximidades do Olímpico para conseguir trabalhar. Lembrando que o aluguel desses pátios é irregular, Idenir Cecchim prometeu investigar a denúncia e, se necessário, autuar os proprietários. O secretário disse não concordar que se volte a liberar totalmente a atuação dos vendedores ambulantes nos estádios, mas aceita que 30 ou 40 ambulantes possam trabalhar nesses locais.

O vereador Alceu Brasinha (PTB) elogiou o trabalho realizado pela Smic e ressaltou que os problemas com os ambulantes ocorrem pela atuação da Brigada. "É preciso buscar entendimento com a BM, a fim de dar oportunidade ao trabalhador que deseja trabalhar legalmente." Para João Pancinha (PMDB), é preciso que a Cuthab realize uma reunião com a Brigada Militar para tentar um acordo, enquanto Nelcir Tessaro (PTB) sugeriu que a Smic verifique locais possíveis de atuação dos ambulantes e que possam ser sugeridos à BM. "A Smic deve avaliar quantos ambulantes podem atuar em cada local.", disse Tessaro.

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)