Audência Pública tratará da drogadição na Capital
A Câmara Municipal de Porto Alegre promoverá Audiência Pública para tratar do problema da drogadição na Capital. A realização de debate sobre esse tema foi solicitado ao Legislativo municipal pelo juiz da 3ª Vara da Infância e Juventude, Dr. Leoberto Brancher."Existem muitas crianças e jovens consumindo em massa drogas ilícitas. Precisamos discutir esse fato", salientou. O juiz foi recebido nesta quinta-feira (8/11) pela presidenta da Câmara Municipal, vereadora Maria Celeste (PT).
A audiência, que ficou definida para ser realizada em dezembro, também deverá abordar questões relativas ao atendimento de crianças e adolescentes em situação de drogadição, além de discutir as políticas públicas da Capital e as deficiências na rede social de atendimento neste tipo de situação. Conforme Maria Celeste, deverão ser convidados para a audiência gestores públicos do Município, órgãos e instituições da área e da sociedade civil.
No encontro com Celeste, Brancher lembrou caso de drogadição, publicado em jornal da Capital, onde uma jovem de 18 anos foi vista arrastando, em umas das ruas da Vila Maria da Conceição, lugar onde mora, uma cama de ferro acorrentada à sua perna. "A mãe da menina tomou essa atitude para que sua filha deixasse das drogas". Na opinião do juiz, essa não é a melhor solução.
Brancher disse que deveria haver um melhor entendimento, além de trabalho conjunto, entre os órgãos e instituições da rede de atendimento. "A drogadição não vem sozinha, existe por trás toda uma problemática social, como a falta de moradia, alimentação trabalho e renda, crianças e jovens buscam alternativas para suprir essa falta", lamentou.
Uma das soluções sugeridas por Brancher seria fazer trabalho multidisciplinar, com as famílias de jovens em situação de vulnerabilidade. "O problema da drogradição não é falta de investimentos em assistência social ou saúde, mas sim a má gestão de recursos públicos para este fim, o que proporciona o agravamento do quadro de violência, consumo de drogas e tráfico". Outra alternativa, conforme o juiz, seria a qualificação do atendimento, através de especialização do serviço público nesta área.
Participaram da reunião com a presidência representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Associação Intercomunitária de Assistência Social e Creche Tia Mariazinha.
Alessandra Obem (reg. prof. 6784)