Camelôs pedem mudanças no Centro Popular de Compras
Dois representantes dos camelôs de Porto Alegre dividiram a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Porto Alegre na sessão desta quinta-feira (29/3) para criticar a lei que criou o Centro Popular de Compras e o decreto que rege a atividade. O presidente da Associação Gaúcha Autônoma de Vendedores Profissionais Transitórios, Evaristo Mattos, e o associado Afonso Limberger pediram aos vereadores que alterem a legislação aprovada em 2006 e criem uma comissão para acompanhar a construção do camelódromo e sugerir um novo projeto.
Mattos contou que os camelôs com idade avançada querem ter o direito de serem substituídos pelos auxiliares em caso de ausência para tratamento de saúde, por exemplo. Segundo ele, caso se afaste por um período mais longo, o camelô titular corre o risco de perder a vaga. Mattos também contestou a regra que exige que os herdeiros da banca tenham trabalhado pelo menos um ano como auxiliar.
Limberger disse que o Centro de Compras é muito bonito no papel, mas deverá prejudicar os camelôs, principalmente os mais velhos. Segundo ele, os vendedores terão dificuldades para pagar pelo espaço no camelódromo. O projeto acabará não contemplando 80% dos nossos, que não terão condições financeiras de pagar por ele, afirmou. Limberger também disse que a concentração de camelôs em uma estrutura sete metros acima do chão dificultará a conquista de compradores. Na Praça XV de Novembro, já disputamos o cliente no braço, declarou. No Centro de Compras, será ainda mais gente no mesmo lugar, o que não dá certo.
Em nome de suas bancadas, manifestaram-se os vereadores Adeli Sell (PT), Clênia Maranhão (PPS) e José Ismael Heinen (Dem).
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)