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Carnaval terá oficinas especializadas no Porto Seco

Ana Fagundes anunciou a realização de oficinas no Porto Seco Foto: Tonico Alvares
Ana Fagundes anunciou a realização de oficinas no Porto Seco Foto: Tonico Alvares

A melhor utilização do Complexo Cultural do Porto Seco por parte das escolas de carnaval da Capital e comunidades da região foi um dos assuntos tratados na Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece). Entre as propostas, a formação de oficinas especializadas para qualificar a mão-de-obra para os barracões das próprias entidades carnavalescas. A reunião ocorreu na Câmara Municipal, na tarde desta terça-feira (22/2), e contou com representantes do Executivo e Conselho Municipal de Cultura (CMC).

Ana Fagundes, secretária-adjunta da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), informou que entre abril e maio iniciará o trabalho do programa Universidade Livre do Carnaval, que utilizará os barracões do Porto Seco para cursos de formação de mão-de-obra especializada. Segundo ela, muitas escolas não possuem profissionais qualificados para atividades inerentes à confecção de alegorias e adereços para os desfiles. Ela também propôs espaços dentro do complexo para atividades esportivas.

“Este projeto terá quatro ou cinco técnicas. Queremos utilizar os moradores que foram deslocados das vilas Dique e Nazareth, em razão da ampliação da pista do aeroporto, para o entorno do complexo”, disse Ana Fagundes. Segundo ela, haverá ajuda da empresa que ganhou a licitação para construir as moradias na região. Os oficineiros serão os próprios integrantes das escolas, os quais Ana afirma terem experiência para estas modalidades.

Para Joaquim Lucena, coordenador das manifestações populares da SMC, é necessário que se tenha o Porto Seco completo. “Não só com os barracões, para os carros alegóricos. Isto deu um salto de qualidade. Mas temos que ter as arquibancadas definitivas, pois com as arquibancadas teremos salas para as oficinas, além de museu e outras atividades”.

Custos

Ana Fagundes destacou, ainda, que o complexo definitivo custa R$ 30 milhões para ser construído. “Agora temos uma luz com projeto da Secretaria de Turismo de Porto Alegre, com uma verba do Ministério do Turismo, através de um fundo e com juros baixos, que seriam pagos praticamente com a verba das estruturas que são montadas e desmontadas anualmente”, disse Ana.

Paulo Roberto Guimarães, presidente do Conselho Municipal de Cultura (CMC), lembrou serem gastos cerca de R$ 3 milhões anualmente com arquibancadas para o carnaval, o que possibilitaria a construção de um centro cultural por ano em Porto Alegre. Disse que o valor econômico do segmento deve ser levado em conta em razão da geração de empregos e impostos. “A Cultura é um dos maiores motores do PIB nacional. Queremos sempre que a cultura seja pensada pelos governantes”, salientou ao defender a construção definitiva do Complexo Cultural do Porto Seco.

Visita

O presidente da Cece, vereador Professor Garcia (PMDB), informou que a comissão irá visitar o Complexo Porto Seco na próxima terça-feira (1/3) para conferir a situação da área. Ele se disse contente pelas informações e as mudanças no complexo apresentados pelo Executivo. Garcia defendeu a perspectiva da inclusão, naquela região, em especial para os moradores das comunidades recém transferidos ao entorno. “São novas ideias para que o espaço possa ser ocupado. São cinco mil novos moradores e seria ingratidão da cidade ter aquele espaço e a comunidade não poder usar”, ressaltou.

Tarciso Flecha Negra (PDT) disse que o trabalho social do carnaval é muito importante: “Vamos criar espaços esportivos na área do Complexo Cultural”. Já DJ Cassiá (PTB) defendeu a valorização do espaço, não sendo usado só para o Carnaval. “O Porto Seco deve ter atividades sociais, inclusão e prevenção ao jovem, pois logo teremos lá oficinas”, avaliou. Sugeriu local para oficinas de DJ.

Haroldo de Souza (PMDB) defendeu que os desfiles tradicionalistas e militares, de 20 e 7 de setembro, respectivamente, também aconteçam na pista de eventos. “Do contrário, deixemos a pista só para o carnaval e o espaço para escolinhas e oficinas”, defendeu Haroldo, que ressalta que o carnaval é “discriminado na cidade”.

Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)

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