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CCJ busca acordo entre Smic e camelôs

Fripp denunciou terrorismo por parte da administração do camelódromo Foto: Bruno Todeschini
Fripp denunciou terrorismo por parte da administração do camelódromo Foto: Bruno Todeschini

Representantes dos camelôs, da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) e da empresa Verdi vão se reunir hoje (9/3) às 16 horas para tentar um acordo que impeça o fechamento de 11 bancas do camelódromo cujos aluguéis estão atrasados há mais de um ano. O acordo foi fechado na manhã de hoje na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Porto Alegre, que contou com a presença do secretário da Smic, Idenir Cecchin, e de comerciantes que atuam no camelódromo.

Conforme Cecchin, se não houver acordo na reunião de hoje à tarde, as 11 bancas com aluguel em atraso terão o alvará de funcionamento cassado e serão lacradas. "Os donos destas bancas nunca pagaram o aluguel. Mais de 700 comerciantes estão em dia com os pagamentos", assegurou o secretário.

O titular da Smic admitiu que no chamado Bloco B, que fica junto à avenida Mauá, os problemas são maiores por causa do baixo fluxo de pessoas no local. Ele concorda com o projeto de lei em tramitação na Casa que cria um fundo para manutenção do camelódromo com recursos arrecadados no estacionamento localizado no terraço do prédio. "Não vejo problema algum em criar o fundo. Precisamos apenas encontrar um meio legal de permitir que o dinheiro do fundo possa ajudar a reduzir o valor dos aluguéis." Para o secretário, uma alternativa é usar o dinheiro do fundo para fazer melhorias no local, como a instalação de ar-condicionado, e promover um zoneamento das bancas, com cobrança de preços diferenciados conforme a localização dos espaços.

A reunião na CCJ, presidida pelo vereador Pedro Ruas (PSOL), também tratou de outras reclamações e denúncias apresentadas pelos camelôs. Conforme o presidente da Associação dos Comerciantes do Camelódromo, Juliano Fripp, há suspeitas de que a empresa Verdicom, que administra o shopping popular, tem ligações com a família Becker, que foi afastada da direção da Ulbra acusada de irregularidades administrativas. "Há terrorismo com os camelôs. Ficam nos chamando de vagabundos, mas, na verdade, há bancas que passam dias sem vender nenhum produto", acrescentou Fripp.

Após intermediar o acordo sobre a renegociação envolvendo as bancas inadimplentes, os vereadores que integram a CCJ também decidiram promover outras duas ações: vão solicitar ao Executivo que acelere o processo de licitação para a escolha da empresa que administrará o estacionamento; enviarão à Polícia Federal a denúncia de Fripp de que a família Becker tem ligações com a Verdicom.

A reunião teve a participação dos vereadores Pedro Ruas (presidente), Bernardino Vendruscolo (PMDB), Luciano Marcantônio (PDT), Luiz Braz (PSDB) e Maria Celeste (PT), todos da CCJ, além de Fernanda Melchionna (PSOL) e Sofia Cavedon (PT).

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

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