Cedecondh debate falta de servidores na Escola Maria Marques Fernandes
A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre realizou, nesta terça-feira (27/6), reunião para discutir os problemas que a Escola Municipal de Educação Infantil Maria Marques, localizada na Lomba do Pinheiro, vem enfrentando na atual gestão. E o diagnóstico foi de que existe falta de servidores para exercer as funções em sala de aula. O vereador Alex Fraga (PSOL), proponente da reunião, explicou que desde de janeiro deste ano há um problema crônico pela falta de professores e monitores para atender principalmente os alunos da rede de educação infantil. “Os pais dos alunos nos procuraram e relataram que têm enfrentado dificuldades diariamente. A instituição tem 130 alunos e conta com cinco professores, quatro servidores da área administrativa, nove monitores, cinco estagiários na parte da manhã, uma técnica de nutrição e sete servidores da equipe diretiva. E não tem mais condições de cumprir o horário letivo, que antes era das 7 às 19 horas e agora vai somente até às 16 horas”.
A integrante do conselho de pais e alunos da escola, Josimar Barreto, ressalta que existe um abandono por parte do Executivo em relação à escola. Diz que foi organizada uma equipe de sete pais para mobilizar ações com o Legislativo, judiciário e comunidade local. "A escola existe há 48 anos e nunca passamos por essa situação, ficando sem professores, monitores e tendo muitas vezes que pagar alguém para ficar com nossos filhos, porque a escola não tem condições de cumprir o seu horário de resguardo aos alunos”, desabafa a mãe.
Escola
O diretor da Escola Maria Marques Fernandes, Marcelo de Burgues, enfatizou que a prefeitura não chamará novos servidores para completar o quadro até dezembro de 2017 e que as funções estão sendo acumuladas. “Nós, como diretores, muitas vezes temos que ir para sala de aula dar apoio aos professores, por falta de monitores, e isso faz com que tenhamos que deixar nossas funções. E ainda existe o receio dos servidores de ultrapassar a carga horária, que é de 20 ou 30 horas semanais, sem o respaldo devido”, completa.
A presidente do Conselho Municipal de Educação, Isabel Medeiros, disse que em 2016 ocorreram 247 aposentadorias e atualmente muitos professores estão adoecendo. “Vemos muitos servidores entrando em biometria e a desvalorização do educador, que não tem amparo estrutural nem emocional para trabalhar dentro das escolas. Há uma descontinuidade das políticas públicas na educação. O que se percebe é uma desestruturação nas rotinas e nas formas de trabalho. É necessário um planejamento e organização do Poder Executivo. O estagiário que deveria ser monitorado, às vezes, fica sozinho em sala de aula”, aponta.
Encaminhamento
O presidente da Cedecondh, vereador Cassiá Carpes (PP), encaminhou, juntamente com as vereadoras Comandante Nádia (PMDB) e Mônica Leal (PP) e o vereador João Bosco Vaz (PDT), que também integram a Comissão, uma reunião conjunta com a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) para discutir soluções com o secretário municipal de Educação, Adriano Naves de Brito. Também será solicitada uma audiência pública para debater o tema.
Também estiveram presentes à reunião da Cedecondh a vereadora Sofia Cavedon (PT) e representantes da Comissão de Paz da escola, da Associação de Professores do Município de Porto Alegre (Atempa), do Simpa, da Polícia Civil e da Escola Expedito.
Texto: Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)