Cefor cobra pagamento de auxílio humanitário aos atingidos por enchentes

A Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) discutiu, na tarde desta terça-feira (21/11), a falta de pagamento do auxílio humanitário aos atingidos por enchentes na região das ilhas, bem como a ineficiência nos trâmites relativos ao benefício. A presidente da Cefor, vereadora Mari Pimentel (NOVO), abriu os trabalhos e conduziu a reunião. Ela reforçou que o Executivo Municipal foi convidado para o encontro e que o benefício de R$ 3 mil às famílias foi aprovado na Câmara em 28 de setembro, mas ainda não chegou à população. Na tarde hoje, o nível do Guaíba atingiu os 3m46cm, maior cheia desde 1941, e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, decretou situação de emergência.

Mari apresentou um vídeo de visita que fez nesta manhã aos moradores da região das ilhas, que precisaram sair de casa e estão em um ginásio, organizado pelo Departamento Municipal de Habitação (Demhab). A parlamentar afirmou que não teve aviso por parte da Defesa Civil, os moradores ficaram sabendo pelas redes sociais que deveriam sair de casa. “É um desafio pra gente, como vereadores, conseguir tomar parte disso, participar, e cobrar também do poder público, as políticas necessárias para que se enfrente essa realidade”, observou.

O vereador Roberto Robaina (PSOL) apontou a falha do governo municipal em não comparecer à reunião. Ele contou que foi à região das ilhas no domingo e que as pessoas já estavam debaixo d’água. “Eu pedi orientação à Defesa Civil, porque as pessoas na Ilha da Pintada não podem nem sair nem entrar, agora só caminhão do Exército está entrando na ilha, e olhe lá”, declarou. O vereador também criticou a Defesa Civil por não dar as explicações devidas e que as pessoas não foram avisadas que a região ficaria inacessível. 

A moradora da Ilha do Pavão Márcia Mendes contou que toda a localidade está sem água e sem luz. A moradora da Ilha da Pintada Joice Menezes disse que fez a inscrição no CRAS para receber o benefício do governo e que saiu de casa ontem, mas até agora não recebeu nada. O morador da Ilha do Pavão Rodrigo Mendes falou que as pessoas estão abrigadas em cima da BR, que precisou deixar seus animais em casa e que desde a última enchente os moradores perderam seus bichos de estimação. “A gente está desassistido, em vários aspectos”, resumiu Mendes.

O defensor público Gustavo Brunet também lamentou a ausência do Executivo na reunião para tratar sobre o assunto. Ele contou que a Defensoria está fazendo mutirões nos locais afetados pelas enchentes, como o Vale do Taquari e a região das ilhas na Capital. “Através dos núcleos, a gente tem tentado construir algumas diretrizes para poder, de alguma forma, chegar a todo esse público que precisa tanto do Estado”, explicou.

Nos encaminhamentos da reunião, Robaina sugeriu que a Câmara convoque a comparecer no plenário o coordenador do Programa de Auxílio Humanitário da Prefeitura de Porto Alegre, Rogério Beidacki, para prestar esclarecimentos. A Cefor aprovou o encaminhamento, que será enviado à Mesa Diretora, para análise da convocação. Os membros da Comissão também vão solicitar uma reunião com o presidente do Legislativo, vereador Hamilton Sossmeier (PTB), a fim de que a Casa como um todo se mobilize para auxiliar os moradores atingidos pelas enchentes.