Cefor recebe ex-governador Germano Rigotto
A Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor), da Câmara Municipal de Porto Alegre, trouxe, nesta terça-feira (30/4), para debater o fortalecimento do município nos marcos de um novo pacto federativo, o presidente do Instituto Reformar de Estudos Políticos e Tributários e ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Segundo Rigotto, é preciso fazer uma repactuação federativa para melhorar as finanças dos municípios.
Para o ex-governador do Rio Grande do Sul, os municípios ganharam responsabilidades depois da Constituinte ao mesmo tempo em que perderam receita. Não é algo dos governos Dilma e Lula nem somente dos governos Fernando Henrique Cardoso, disse. Durante a reunião, Rigotto também destacou que o IPI e o Imposto de Renda, que originam dinheiro para as prefeituras, perderam peso na arrecadação nos últimos 25 anos. É importante que haja por parte do Congresso a compreensão de que nós não podemos ser surpreendidos com projetos que comprometam nossas despesas, afirmou.
De acordo com Rigotto, nem o governo federal nem o Congresso assumem uma discussão clara sobre o pacto federativo.Não vemos uma ação efetiva do governo federal, salientou. Segundo ele, é necessário fazer três reformas no Brasil: política, tributária e o pacto federativo. Rigotto disse que falta vontade política para fazer a reforma tributária no Brasil. Os impostos estão matando a geração de emprego, estão matando muita média empresa brasileira e tem debate sobre isso em toda categoria, tem acúmulo de conhecimento sobre isso, falta é uma decisão política para fazer, o que faltou nesses últimos 20 anos, afirma.
Desonerações
A solução, defendeu Rigotto, será ampliar as desonerações e daí a necessidade de uma reforma tributária ampla. A gente precisa pensar e fazer reduções tributárias mais lineares, transversais ao conjunto da economia. O ex-governador citou o crescimento do Nordeste. Nos últimos anos, empresas receberam incentivos fiscais para se instalarem na região.No Rio Grande do Sul, a alíquota é de 17% e num outro Estado é de 5%, é muita distorção do nosso sistema tributário, ponderou.
O vereador João Carlos Nedel (PP) questionou o ex-governador sobre o que achava do orçamento impositivo. Hoje nós temos um quadro que, não sendo impositivo ao orçamento, cria uma série de distorções para enfraquecer o Executivo e ao mesmo tempo criar um problema para o Legislativo, disse. Rigotto destacou que a população brasileira está se politizando e tendo consciência do que representa a federação. Nós teríamos que ter uma federação diferente, com uma definição mais clara das responsabilidades e das atribuições de cada ente federativo, declarou.
O ex-governador acredita que a pressão da sociedade e a conscientização cada vez maior do que representa esse grau de distorção da federação vai fazer com que, em algum momento, isso aconteça. Para Rigotto, a reforma política, a reforma tributária e o pacto federativo só avançariam com uma Constituinte exclusiva.
O presidente da Cefor, Valter Nagelstein (PMDB), agradeceu a presença do ex-governador e destacou a importância de sua militância em prol da reforma no processo de tributação para o desenvolvimento do país. Rigotto hoje é um homem do mundo, concluiu.
Texto: Guga Stefanello (reg. prof. 12.315)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)