Comunicações

Comunicações Temáticas

Durante o período de Comunicações Temáticas da Câmara Municipal, na tarde desta quinta-feira (25/08), que tratou do Sistema de Justiça Juvenil, os vereadores fizeram as seguintes manifestações:

CIDADÃOS - Maria Celeste (PT) disse que os jovens devem ser tratados como cidadãos de direito, mas também devem estar cientes de suas responsabilidades. "O lema da juventude deve ser o lema que rege toda a sociedade: o meu direito vai até onde começa o direito do outro", afirmou. Segundo Celeste, o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe os direitos e os deveres dos adolescentes, mas ainda há muito que se avançar. "Atualmente temos quase 800 adolescentes em situação de internação na FASE no Rio Grande do Sul privados de sua liberdade porque cometeram infrações". (ES)

DÉFICIT - Mauro Zacher (PDT) ressaltou que entre os inúmeros problemas e mazelas que o Brasil sofre, a do déficit educacional é uma das mais gritantes. "O sistema educacional atual não tem conseguido dar conta do grande aumento da população jovem", disse. Para Zacher, não é fácil ser jovem no Brasil, pois é uma fase da vida em que muitas pressões e expectativas recaem sobre os ombros dos jovens. "Precisam escolher uma carreira, disputar por vagas no mercado de trabalho. Tudo isso sem muito apoio ou incentivo do Estado". (ES)

LIBERDADE - Luiz Braz (PSDB) questionou algumas das leis e algumas normas no Estatuto da Criança e do Adolescente que muitas vezes dão liberdade demais para o adolescente e para o jovem. "Precisamos rever algumas leis que na prática não se aplicam, ainda mais se forem para jovens de diferentes classes sociais", argumentou. De acordo com Braz, houve uma desintegração da família, o que contribuiu muito para que os jovens acabassem recorrendo ao crime e às infrações. "A figura do pai também se desfez", completou. Para ele, é preciso rever a legislação para prevenir e melhor orientar o jovem como cidadão. (ES)

OPORTUNIDADES - Engenheiro Comassetto (PT) registrou que a principal carência da juventude é "definitivamente a falta de oportunidades". Conforme Comassetto, apesar dos avanços conquistados pelo governo Lula - com o incentivo ao desenvolvimento do ensino técnico -, ainda há muito que avançar. "A juventude precisa se aproporiar do conhecimento e se integrar à sociedade como construtora. O ensino técnico é uma boa ferramentA para facilitar esse caminho", afirmou. Segundo o vereador, a proteção legal da juventude foi conquista pelo debate político e pelo conjunto de políticos que se engajaram na luta. (ES)

PLANEJAMENTO – DJ Cassiá (PTB) disse que desconfia dos projetos em favor dos jovens. “Nada de projetos, o futuro do jovem tem de ser discutido hoje”. Segundo DJ, trabalha-se no país 12 meses e desse, seis são para pagar imposto que mal investidos. “Deveriam proteger a criança, mas acabam desviados”, complementou. O vereador lembrou de sua origem na periferia e que poucos da sua turma estão vivos para contar história. Conforme DJ Cássia, o bullying está dentro de casa, muitas vezes quando a criança chega do semáforo sem o dinheiro que o pai queria. Primeiro o pai bate na mãe e depois agride a criança. Defendeu o planejamento familiar nas periferias, pois muitas adolescentes já estão com mais de três filhos. (FCC)

FAMÍLIA – Elói Guimarães (PTB) qualificou de momento extremamente rico por permitir a reunião de jovens do Colégio Parobé junto com legisladores e o juiz João Batista Saraiva. Em sua opinião, a grande problemática da juventude abandonada é decorrência do esfacelamento do ambiente familiar que acaba levando o jovem a consumir drogas. “Já conhecemos as causas, mas não conseguimos construir o processo para cessar esse processo”, completou Elói. (FCC)

PERIFERIA – Tarciso Flecha Negra (PDT) disse que sempre vai a Santo Ângelo, sendo bem recebido pelo juiz João Batista Saraiva e pela comunidade em geral, “principalmente pelos gremistas”. Para Tarciso, a única maneira de formar cidadãos é por meio do esporte e da educação e ressaltou as escolinhas de futebol mantidas por ele na periferia com o objetivo de formar cidadãos. Lembrou que já trabalhou com crianças e adolescentes infratores na FASE sempre preocupado em conhecer o motivo pelo qual esses jovens chegavam ao local para cumprir medidas socioeducativas. (FCC)

Ester Scotti (reg. prof. 13387)
Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881) 

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