Comunidade reclama do atendimento do SUS na Zona Leste
Em visita à Unidade Básica de Saúde Bananeiras, no Partenon, o presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), vereador André Carús (PMDB), acompanhado do vereador Aldacir Oliboni (PT), ouviu diversas reclamações da comunidade. A porta-voz do grupo comunitário foi a conselheira tutelar Elenira Pereira. Se fosse atribuir uma nota para o atendimento médico básico na zona leste da Capital, Elenira disse que daria um “dois pelo profissionalismo e dedicação dos funcionários e zero pela estrutura que a prefeitura vem entregando”.
Elenira reclama que os postos estão saturados, faltam médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e dentistas. Mas a principal queixa é quanto ao precário sistema de medicina para saúde mental das crianças e adolescentes. “Muitos estão vivendo em famílias desestruturadas e sofrem de hiperatividade ou estão usando drogas”, denunciou a conselheira. Carús concorda que o atendimento na região leste é dos mais precários da cidade. “É uma das regiões com maior demanda de denúncias e reclamações na Cosmam, mas outras áreas carentes como Rubem Berta, Vila Farrapos e Sarandi também nos preocupam bastante”, declarou Carús.
A zona leste conta com 14 postos de saúde, englobando a Lomba do Pinheiro, Partenon, Glória, Aparício Borges, parte de Belém Velho e Oscar Pereira. A UBS da Vila Maria da Conceição está fechada há nove meses por conta de obras.
Triagem
A gerente regional da Secretaria Municipal da Saúde para a Zona Leste, Cristiane Peixoto, garantiu que ninguém fica sem atendimento. Quem é paciente de emergência é atendido nas UBS da região ou é encaminhado às UPAs. A UBS Bananeiras, explicou, de fato precisa de mais profissionais. A unidade conta com dois enfermeiros, um dentista, três médicos de saúde da família, dois pediatras e dois ginecologistas.
Segundo Cristiane, no acolhimento é realizada uma triagem. Os pacientes cadastrados recebem o tratamento de acordo com as necessidades. “Um hipertenso com pressão arterial controlada não precisa de médico todo o mês, mas um que não responde a medicamentos ou tem intercorrências como diabetes será examinado, encaminhado para especialidades e será medicado”, garantiu a gestora.
Um integrante da comitiva reclamou que uma marcação de consulta na UBS Bananeiras pode levar 40 dias para ser convertida em atendimento. Ele se queixou do esgoto a céu aberto correndo ao lado do prédio do posto e do repasse de pacientes para outras unidades básicas distantes, ou para os postos de horário estendido. Segundo relatou, a população é obrigada a ficar na fila sob chuva, e quem chega após às 19 horas não recebe ficha, fato comum por conta da dificuldade de deslocamento.
Radiografia
O presidente Carús finalizou informando que todas essas reclamações entram nos relatórios que a Cosmam está produzindo sobre o atendimento médico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade de Porto Alegre. Para ele, ao final dessas visitas a Câmara Municipal terá uma radiografia muito próxima da realidade entre o que relata a Prefeitura Municipal em comparação com as queixas da população.
Texto: Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)