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Cosmam discute impasse para instalação das UPAs na capital

Carlos Casartelli (d) questinou os locais onde serão instaladas as UPAs Foto: Tonico Alvares
Carlos Casartelli (d) questinou os locais onde serão instaladas as UPAs Foto: Tonico Alvares

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal discutiu na manhã desta terça-feira (17/08) o andamento do processo de instalação das Unidades de Pronto Atendimento em Porto Alegre. Há ainda um impasse em relação aos locais específicos onde elas devem ser construídas. De acordo com Luis Carlos Ferrero Araújo, do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde do Rio Grande do Sul, o governo federal já repassou os recursos destinados à edificação de seis UPAs no Estado. Desse total, duas unidades estão destinadas para atender a população de Porto Alegre.

Conforme explicou a representante da Secretaria Estadual de Saúde, Marcela Souza, a licitação para construção das duas unidades já foi concluída pelo Estado e agora está em fase de análise pelo poder público. "No ano passado havíamos decidido com a gestão da Secretaria Municipal de Saúde, os locais onde seriam edificadas as unidades. Uma delas seria na Avenida Assis Brasil, junto ao Centro Vida, e outra no bairro Navegantes", explicou. Segundo ela, até o final do ano, os prédios de ambas as unidades devem estar concluídos. Ficaria a cargo do Município, a aquisição de equipamentos e contratação de profissionais.

Conflito

No entanto, o novo secretário de Saúde, Carlos Casartelli, questinou durante a reunião, os locais pré-estabelecidos pela gestão passada para a construção das unidades de Saúde. Segundo ele, não houve estudo suficiente para delimitar as áreas. "Inclusive uma delas está mal localizada. Estamos constituindo um novo grupo de trabalho para rediscutir os locais e traçar novas prioridades", frisou. De acordo com o secretário, as áreas determinadas pela antiga gestão para construção das unidades não estão de acordo com as áreas, que ao seu ver, necessitariam de mais atendimento. "Ambas não podem estar localizadas na zona norte, por exemplo, é preciso delimitar uma unidade para a região central".

Para Casartelli, Porto Alegre precisaria de mais quatro ou seis UPAs para atender a demanda da população, pois já possui quatro em funcionamento (Cruzeiro do Sul, Lomba do Pinheiro, Bom Jesus e Restinga). Todavia, reforçou ele, com a quantidade de servidores necessária para implantação de uma UPA - que é de 450 profissionais -, a prefeitura poderia montar mais de 50 equipes de Saúde da Família. "Que são muito mais resolutivas e capazes de diminuir índices de mortalidade infantil e enfermidades das pessoas, pois trabalha na prevenção", argumentou. Segundo ele, o custo financeiro de uma Unidade de Pronto Atendimento também é muito elevado. "Teríamos que fazer parcerias com hospitais para comprar os equipamentos, pois o governo não tem estrutura para encampar as unidades sozinhas", completou.

Grupo de Trabalho

Para delimitar as áreas mais adequadas para implantação das UPAs, o governo constituirá um grupo de trabalho com a participação do poder público e de entidades envolvidas com a Saúde. A Cosmam também se prontificou a participar das reuniões para opiniar e ajudar nos estudos. "Não podemos deixar que os avanços já conquistados parem por aqui, precisamos continuar trabalhando para que as unidades de pronto atendimento sejam efetivadas o quanto antes", reiterou o presidente da Comissão, vereador Aldacir Oliboni (PT). Ainda participaram da reunião, os vereadores Carlos Todeschini (PT), Dr. Raul (PMDB), Dr. Thiago Duarte (PDT) e Mário Manfro (PSDB), além de representantes de conselhos distritais de Saúde da cidade.

Ester Scotti (reg. prof. 13387)