Drogas

Cosmam e conselhos querem GT para combater o crack

Políticas de atendimento aos usuários de álcool e drogas foram debatidas Foto: Bolívar Abascal Oberto
Políticas de atendimento aos usuários de álcool e drogas foram debatidas Foto: Bolívar Abascal Oberto

Um Grupo de Trabalho (GT) que formule políticas públicas para o combate ao consumo de drogas em Porto Alegre foi a principal demanda sugerida em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), realizada na manhã desta terça-feira (15/06), no Plenário Ana Terra. Visto como fundamental e necessário por todos os presentes no encontro, o GT deverá ser composto por membros do Executivo, Câmara Municipal e entidades envolvidas com a saúde e a educação do Município.

Segundo o presidente da Cosmam, vereador Aldacir Oliboni (PT), o mapa da droga em Porto Alegre é preocupante. "A cidade não oferece leitos suficientes para a desintoxicação e tratamento dos usuários de drogas", afirmou ao informar que toda a rede conveniada não chega a disponibilizar 100 leitos no total. "Em Belo Horizonte esse número é de 800 leitos disponíveis", comparou.

Conforme Roberto Fanganito, do Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen), o trabalho das entidades e do governo deve priorizar a prevenção e a ressocialização dos dependentes químicos. "Não adianta internar e soltar depois na rua sem nenhum amparo ou atenção. Fazer isso é secar o chão com a torneira aberta", disse ao registrar que já são mais de 100 mil usuários de crack no Rio Grande do Sul. Para ele, a proposta de criar um GT é essencial para fundamentar ações que ajam no sentido da prevenção. Da mesma forma, segundo Fanganito, um fundo financeiro de apoio ao Conselho precisa ser criado para angariar recursos que sejam revertidos para tratamento dos usuários.

Representante da Comissão de Saúde Mental, do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Silvia Giugliani saudou a iniciativa de criar o GT e completou dizendo que o papel do grupo deve ser de estabelecer ações complementares e intersetoriais. "Temos que garantir ao dependente de drogas um projeto novo de vida, com perspectivas e com acesso aos direitos fundamentais: educação, saúde, moradia. Caso contrário, qualquer iniciativa será infrutífera", ressaltou. Existem hoje em Porto Alegre apenas quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) para fazer tratamento de dependência química. "É insuficiente para a demanda regional", concluiu.

Educação

Presente na reunião, a secretária municipal de Educação, Cleci Jurach, lembrou que o papel da educação também é fator preponderante na hora de prevenir ações de risco. "A educação é grande propulsora da inclusão social", frisou ao apresentar à Comissão, o projeto de prevenção que a Smed elaborou em conjunto com a Secretaria de Juventude, Cruz Vermelha e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. "É um curso de capacitação sobre como prevenir o uso indevido de drogas", informou ao explicar que o projeto é realizado dentro das próprias instituições de ensino.

Saúde

Apesar das dificuldades enfrentadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), conforme afirmou a representante do órgão Edinei Barreto, o GT pode ser um desafio para tentar minimizar os estragos da droga e solucionar questões que carecem de iniciativas. Segundo ela, o número de internações no Município cresceu 278% desde 2008. "A nova gestão da Saúde quer criar um grupo específico de enfrentamento ao crack e que pode ser somado ao GT composto aqui", sugeriu. O novo grupo de trabalho terá o apoio oficial da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Ainda participaram dos debates, os vereadores Dr. Raul (PMDB), Dr. Thiago Duarte (PDT), Mário Manfro (PSDB), o Conselho Municipal de Educação e o Conselho Municipal de Assistência Social.

Ester Scotti (reg. prof. 13387)

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Conselho pede Grupo de Trabalho para discutir combate ao crack