Comissão de Inquérito

CPI do ProJovem: Indiciado pelo MPF se diz vítima de golpe

Sarkis afirmou que golpe foi armado por adversários da universidade Foto: Tonico Alvares
Sarkis afirmou que golpe foi armado por adversários da universidade Foto: Tonico Alvares

Indiciado pelo Ministério Público Federal por formação de quadrilha no esquema envolvendo o Detran e o Projovem, da Secretaria Municipal de Juventude, em 2007, o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Paulo Jorge Sarkis, reiterou repetidas vezes, durante reunião da CPI do ProJovem da Câmara Municipal de Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira (26/5), que foi vítima de um golpe por parte da Polícia Federal e do MP. Segundo ele, as investigações e os indiciamentos apresentados pelo Ministério Público são fantasiosas e indevidas.

“Fico surpreso com esses jovens procuradores que julgam e incriminam pessoas sem critério algum. Eles serão respondidos na Justiça”. Ao ser indagado pelo vereador Mauro Pinheiro (PT) sobre o interesse que o MPF teria em orquestrar um suposto golpe contra ele, Sarkis foi enfático: “interesse político-universitário dentro da UFSM”, afirmou. Para o professor, existiam dentro da instituição grupos interessados em “sujar a imagem” de Sarkis como reitor por terem o objetivo de assumir a reitoria e hegemonia da universidade.

Para o depoente, não há sutentação dos fatos contra ele. "Os depoimentos das testemunhas confirmarão integralmente minhas declarações que dei aqui e na Assembléia Legislativa na época da CPI do Detran”, completou. Segundo o investigado, a única participação que teve junto à Secretaria Municipal da Juventude foi prestando consultoria através de estudo que realizou sobre os aspectos e razões da evasão de alunos no programa federal Projovem.

A vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), em seu pronunciamento, questionou que tipo de relação Sarkis mantinha com José Antônio Fernandes, considerado lobista da operação que, segundo a vereadora, “engendrava dispensas indevidas de licitação, repasse de dinheiro à empresas subcontratadas e pagamento de propina”. O ex-reitor limitou-se a dizer que conhecia Fernandes apenas por ele ser professor aposentado da universidade e ex-candidato a reitor da UFSM. “Posteriormente, ele virou coordenador de projetos da Fatec”. Depois disso, segundo o ex-reitor, foi convidado para participar apenas de projetos que ele estava desenvolvendo, como o Pacto pelo Rio Grande.

Assessoria

Mais cedo, Gabriel Monte Fadel, do escritório de advocacia Fadel Associados, também em depoimento na CPI do ProJovem, registrou que sua empresa apenas concedeu assessoria jurídica à Fundae por alguns meses, mas que não foi responsável na época por isso. "Faz muito tempo e eu não recordo, mas existia uma pessoa indicada para tratar com o escritório sobre os pagamentos. No entanto, nunca me reuni com o ex-secretário Mauro Zacher”.

Ao ser indagado pelos veradores sobre a proximidade da família Fadel com algum partido político, Gabriel revelou que seu pai é ligado ao PDT. A reunião da comissão foi coordenada pelo vereador presidente Luiz Braz (PSDB) e contou com a participação dos vereadores Carlos Comassetto (PT), Idenir Cecchim (PMDB), Haroldo de Souza (PMDB) e Paulinho Rubem Berta (PPS).

Ester Scotti (reg. prof. 13387)