CPI na saúde no centro dos debates de Lideranças
Nos tempos de Liderança da sessão desta quarta-feira (31/3), os vereadores de Porto Alegre abordaram os seguintes assuntos:
ABANDONO - Adeli Sell (PT) disse que José Fogaça deixou "uma herança muito preocupante" para o novo prefeito, José Fortunati - "um conjunto de abandonos". Segundo o vereador, as praças estão tomadas de matagal, as calçadas detonadas, há muitos buracos e o trânsito é caótico. Na previsão de Adeli, o vereador João Dib (PP) - novo líder do governo municipal na Câmara - vai precisar de "um laptop ou de um calhamaço" para notar todos os problemas a serem apontados pelos colegas. Adeli ainda comemorou a previsão de saída de Luiz Afonso Senna da EPTC. "Esperamos que o próximo secretário ouça os vereadores", afirmou. (CB)
HOSPITAL - Fernanda Melchionna (PSOL) lamentou as condições do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas. Contou que o estabelecimento é o retrato do abandono da saúde na Capital. Conforme Fernanda, cirurgias foram desmarcadas por falta de anestesia, há infiltrações e buracos por toda a parte e funcionários estão sendo submetidos a jornadas de 12 horas diárias por um salário de R$ 530,00. Para Fernanda, os problemas decorrem dos desvios de verbas da saúde e da falta de priorização por parte do governo municipal. "Mas também temos de cobrar do Ministério da Saúde, que não mandou os recursos que se comprometeu a mandar", disse. (CB)
EQUÍVOCO - Sebastião Melo (PMDB) definiu como equívoco de Adeli Sell (PT) dizer que Fogaça abandonou a cidade. Na opinião de Melo, o ex-prefeito deixou o cargo para cumprir a nobre missão de concorrer ao governo do Estado. "O discurso de Adeli deveria valer também para a ministra Dilma, o governador Serra, a senadora Heloísa Helena e o vereador Pedro Ruas, por exemplo", afirmou. "Por isso vamos devagar com o andor, que o santo é de barro." Na avaliação de Melo, Fogaça garantiu a continuidade de seu projeto antes de passar o cargo a José Fortunati. Melo ainda pediu que o novo prefeito encontre uma maneira de manter o suplente Ervino Besson (PDT) na titularidade. (CB)
CPI - Pedro Ruas (PSOL) informou que, na sessão de hoje, a oposição obteve a 11ª assinatura ao requerimendo para abertura de uma CPI da Saúde de Porto Alegre. Contou que a vereadora Neuza Canabarro (PDT) subscreveu o documento, dando a honra à oposição por seu gesto. Ruas disse que, há poucos dias, Neuza "sofreu a mão forte do governo municipal" por externar suas opiniões à tribuna. O vereador ainda garantiu que é motivo de orgulho a escolha de João Dib (PP) para líder do governo, por suas capacidade de diálogo, experiência e dedicação à cidade. (CB)
COPA - Paulinho Rubem Berta (PPS) informou que vai procurar o secretário especial da Copa, Paulo Odone, para obter detalhes sobre quais projetos na área de segurança pública estão previstos para a realização do mundial de 2014 no Brasil. Segundo ele, é preciso que a Copa deixe algum legado para a sociedade, principalmente para regiões mais carentes da cidade, como o bairro Rubem Berta. (MAM)
CPI - Luiz Braz (PSDB) disse que não vê sentido na abertura de uma CPI na Câmara para investigar irregularidades na saúde municipal. Observou que a Polícia Federal e o Ministério Público já estão invesigando o caso e que uma investigação paralela da Casa não traria elementos novos. "A sociedade está aguardando as conclusões dos órgãos técnicos (PF e MP) sobre o caso." (MAM)
MISSÃO - João Dib (PP) disse qur ficou honrado com o convite do prefeito José Fortunati para que seja o líder do governo na Câmara. Admitiu que a missão será árdua, mas espera que a tarefa seja menos pesada com a colaboração de todas as lideranças partidárias. "É grande a disposição para ajudar a desatar os nós que acontecem no Plenário." (MAM)
CPI - Mauro Zacher (PDT) se disse surpreso pela assinatura da vereadora Neuza Canabarro ao pedido da oposição para instalação de uma CPI para a saúde municipal. Zacher considerou a atitude "um desrespeito" a ele como líder da bancada do PDT. "Sempre procurei a construção de consensos. Em vários momentos, apoiei projetos de vereadores da oposição. Isso teve um custo político, mas fiquei com a consciência tranquila. Me sinto atropelado, desrespeitado." Zacher disse ter recebido a promessa de Neuza de que analisaria a possibilidade de retirada de sua assinatura. "Pediremos todos os esclarecimentos sobre o caso. Queremos fiscalizar, mas não por meio de CPI." (CS)
CALÇADAS - Alceu Brasinha (PTB) criticou projeto de Elias Vidal (PPS) que define o horário das 22 horas como limite para os bares manterem mesas nas calçadas. Brasinha observou que o projeto de Vidal se baseia em projeto de sua autoria, já aprovado pela Câmara, e que estendia esse horário sobre recuos de calçadas. "Seu projeto vai causar muito desemprego na cidade, vereador. Não vai salvar os proprietários de bares e, sim, afundá-los.", disse Brasinha a Vidal. "Os estabelecimentos vão quebrar. O projeto do vereador Elias Vidal apaga tudo o que nós fizemos. Não é compatível com uma cidade que deseja sediar jogos da Copa." (CS)
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)