Tribuna Popular

CUT pede auditoria no reajuste das passagens

Sindicalista contestou aumento Foto: Mariana Fontoura
Sindicalista contestou aumento Foto: Mariana Fontoura

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Rio Grande do Sul, Celso Woyciechowski, pediu, na Tribuna Popular da sessão desta segunda-feira (14/2), que a Câmara Municipal de Porto Alegre realize uma auditoria pública na planilha de custos que serviu de base para o Executivo promover um aumento de 10,2% nas passagens do transporte coletivo. “Queremos que essa caixa preta seja aberta à sociedade, pois não aceitaremos mais aumentos abusivos”, disse. 

Woyciechowski defendeu que o último aumento seja revisto, assim como a forma como foi aplicado pela prefeitura. Segundo ele, em apenas 24 horas, o Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) recebeu a planilha de custos das empresas de ônibus e o Executivo anunciou o reajuste. De acordo com o sindicalista, a CUT sugere que o Conselho possa analisar a planilha por, pelo menos, 10 dias antes de o percentual ser aplicado.

O dirigente da CUT contestou os critérios utilizados para o aumento. Conforme atestou, o Executivo atribuiu aos gastos com pessoal o grande motivo para o reajuste, argumento refutado pela CUT. Woyciechowski disse que, de 1994 a 2011, a remuneração mensal de motoristas e cobradores sofreu uma defasagem de 97,7% em relação ao valor das passagens. “Em 1994, o salário de um motorista de ônibus da Capital comprava 1.184 passagens; em 2011, compra apenas 599”, informou.

Woyciechowski lamentou que Porto Alegre tenha uma das passagens de ônibus mais caras do país (R$ 2,70) sem que a qualidade dos serviços seja compatível ao custo elevado. Segundo o presidente da CUT, em Salvador a população paga R$ 2,30 para andar de ônibus; em Belo Horizonte, R$ 2,45; em Recife, R$ 2,00; e, no Rio de Janeiro, R$ 2,39, para citar o preço do serviço em algumas capitais.
    
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)