Comissões

Cuthab discute a situação da água de Porto Alegre

  • comissão debate situações sobre a água de Porto Alegre. Na foto: Vereadores Roberto Robaina, Fernanda Melchionna, Professor Wambert, representante do DMAE Rafael Gonçalves e vereadores Dr. Goulart, Valter Nagelstein e Paulinho Motorista.
    Vereadores acertaram que vão marcar pelo menos mais três reuniões com o Dmae (Foto: Josiele Silva/CMPA)
  • Comissão debate situações sobre a água de Porto Alegre. Na foto: Representante do DMAE Rafael Gonçalves.
    O assessor do Dmae, Rafael Gonçalves, disse que o odor da água deve-se a algas (Foto: Josiele Silva/CMPA)

A Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab), da Câmara Municipal de Porto Alegre, reuniu-se nesta terça-feira (4/4) para discutir a qualidade da água na Capital, a captação do Rio Jacuí e o desabastecimento constante de bairros da Zona Sul e Extremo Sul da cidade. A reunião contou com a presença do assessor parlamentar do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Rafael Gonçalves, e dos vereadores Dr. Goulart (PTB), Fernanda Melchionna (PSOL), Roberto Robaina (PSOL), Paulinho Motorista (PSB), Professor Wambert (PROS) e Valter Nagelstein (PMDB).

O presidente da Cuthab, Dr. Goulart, contou que, por um problema de comunicação ocorrido na Prefeitura, a diretora-geral do Dmae, Luciane de Freitas, só recebeu o convite para a reunião na segunda-feira (3/4) e não pôde comparecer. Assim, o assessor parlamentar Rafael Gonçalves representou o departamento e explicou que eles não conseguiriam organizar em um dia o material adequado para apresentar pela quantidade de pautas. “São temas extensos e com bastante complexidade para serem discutidos em um encontro”, disse. Ele sugeriu que a Cuthab desmembre os assuntos em três reuniões: odor e sabor da água; captação de água no Rio Jacuí e desabastecimento das regiões Sul e Extremo Sul da cidade, além da situação financeira do Dmae. “Essas pautas demandam um certo tempo e será melhor se pudermos detalhá-las mais, além de trazer materiais e profissionais do quadro técnico para esclarecer alguns pontos”, explicou Gonçalves. 

Respondendo a um dos questionamentos dos vereadores com relação ao odor e gosto da água em Porto Alegre, Gonçalves afirmou que tecnicamente não é a pessoa mais adequada para falar, mas que, segundo os engenheiros do Departamento, o gosto terroso e orgânico da água está sendo causado por algas. “Há mais de sete anos não tínhamos um verão tão prolongado em Porto Alegre. As algas floresceram, deixando um gosto estranho na água”, comentou.

A integrante do grupo Preserva Belém Novo, Emily Wasla, questionou o Dmae sobre a possível extensão da estação de tratamento de água localizada no bairro, cujo terreno seria doado à Prefeitura em contrapartida pela construção de um grande condomínio na região. Conforme Emily, a comunidade é contra o empreendimento porque o bairro já possui uma densidade muito grande e “o Belém Novo é a única área ambientalmente razoável da cidade”. 

Vereadores

Valter Nagelstein (PMDB) questionou qual a perspectiva de reabastecimento para locais que estão sem água para consumo e solicitou aprofundamento nas questões de captação de água no Jacuí. “Todo ano temos problema de água”, disse. O vereador ainda falou que a captação acontece nos piores lugares da cidade, inclusive em águas que recebem dejetos. “Infelizmente é a água que bebemos em Porto Alegre”, lamentou.  Ele também fez uma crítica ao Dmae, por não resolver a parte econômica, e questionou qual o cronograma do órgão para sanar os referidos problemas. De acordo com o vereador, hoje a maior parte das economias têm um sistema misto, e citou as bocas de lobo como exemplo de mau odor. Dr. Goulart falou sobre a necessidade de maior fiscalização e defendeu uma ação de vereadores quanto ao assunto.

Outro ponto levantado na reunião foi a questão da comunicação entre o Executivo e as reuniões das comissões da Câmara. Fernanda Melchionna (PSOL) criticou o não-comparecimento de entidades convidadas por falta de organização da parte da Prefeitura. A vereadora também discutiu sobre o problema do odor e o gosto da água, que inviabilizam o consumo da mesma. Ela solicitou um organograma do Dmae, pois, segundo ela, o redesenho do departamento pode ter impacto em questão da reestruturação de secretarias da prefeitura, e poderia contribuir na solução de problemas da cidade.

Roberto Robaina (PSOL) destacou a importância das pautas levantadas pela comissão, principalmente na falta de aplicação de investimento público em muitos bairros da cidade. Conforme Robaina, há um problema de infraestrutura, pois recebeu uma demanda séria sobre a falta de água em alguns pontos da Zona Leste, comunidades que já vêm se manifestando desde janeiro deste ano. "Nós queremos soluções rápidas e vamos impulsionar a mobilização", falou. 

Professor Wambert (PROS) disse que sua principal preocupação é a captação de água. O vereador citou o exemplo da concentração de lixo na Avenida Severo Dullius e classificou como um crime de Porto Alegre, pois vai para a água que os porto-alegrenses bebem.

 Ao agradecer a presença do representante do Dmae, Paulinho Motorista (PSB) falou da importância da água para a vida da pessoas e que vai continuar trabalhando por melhorias para ajudar a população. "Sem água não tem como ficar", encerrou.

Encaminhamentos

Ficou acordado no encontro que a Cuthab agendará três reuniões com o Dmae para tratar todas as pautas apresentadas pela comissão.

Texto de: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo) 
                Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)