Plenário

Dmae explica ações para identificar problemas na água da Capital

  • Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) e Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM)
    Equipe do Dmae observou que testes descartaram algo nocivo na água (Foto: Tonico Alvares/CMPA)
  • Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) e Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM)
    Água continua potável, garante Elisandro (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

Representantes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam) e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) prestaram contas hoje (3/8), na Câmara Municipal de Porto Alegre, sobre as ações que estão sendo feitas pela melhoria da qualidade da água na Capital.

O diretor-geral do Dmae, Elisandro de Oliveira, ressaltou que o órgão é quem está mais interessado em resolver essa situação com a maior brevidade possível. “O Dmae tem um sistema de gestão muito consolidado e é com essa confiança, com todo esse histórico, com 60% de aprovação de nossos usuários, que temos segurança para dizer que nossa água continua potável”, declarou Oliveira. O órgão alegou que houve 709 ocorrências com relação à agua desde janeiro deste ano, o que corresponde a 2% do total, e que houve sim períodos de alteração da água, como a cloração, feita geralmente nos verões, quando há estiagem.

O diretor de tratamento do Dmae, Marcelo Facchim, disse que “não houve nenhuma alteração e nem adição de produtos” além de carvão ativado e dióxido de cloro para minimizar o odor da água. Segundo Facchim, a água permanece segura segundo os requisitos do Ministério da Saúde. Ele descartou a possibilidade de interferência do esgoto doméstico na alteração do odor e do gosto. “Fizemos um investimento massivo em tratamento do esgoto doméstico”. Sobre os actinomicetos, bactérias encontradas na água da Capital e que geram mau cheiro se em grande quantidade, o diretor de tratamento não soube afirmar se o número de colônias de bactérias é realmente alto. O órgão informou ainda que contratou um novo laboratório para fazer as análises, obtendo mais pontos de coleta. 

Vereadores

A vereadora Sofia Cavedon (PT) questionou a situação da empresa Cettraliq. “Essa empresa já foi notificada duas vezes, em 2010 e 2013, pela contaminação da rede pluvial no ponto de lançamento, de manganês e zinco fora dos padrões”, declarou. “Se essas causas estão identificadas, por que não há atitude?”

Morador do Eixo da Baltazar, Paulinho Rubem Berta (PPS) disse que sentiu mudança na qualidade da água. "Acompanhamos as ações que foram feitas para resolver o problema. Minha família toma essa água e nunca sentimos nada. Quero parabenizar o Dmae porque, no momento em que detectou o problema, foi lá e resolveu."

Engenheiro Comassetto (PT) pediu que a causa do problema seja esclarecida à população. "Precisamos saber, com clareza, quando teremos uma resposta". O parlamentar também questionou sobre os investimentos no Programa Integrado Socioambiental (Pisa). "Investimos muito dinheiro e a qualidade da água dos arroios ainda tem um alto grau de poluição. Não podemos buscar um paliativo e não resolver o problema central."

Jussara Cony (PCdoB) reclamou da demora e do desencontro de informações dos órgãos ambientais sobre a qualidade da água. "Os resíduos das indústrias, que são contaminantes, é um tema importante de se pautar aqui". Cobrou maior fiscalização sobre as empresas terceirizadas. Disse, ainda, que a localização da empresa Cettraliq está sendo questionada por pesquisadores. "Enxergam com preocupação que a empresa esteja localizada tão perto do ponto de captação do abastecimento."

Paulinho Motorista (PSB) afirmou que tem acompanhando o esforço dos diretores do Dmae. "Eu sei que vocês estão com vontade de resolver esse problema. Tomo água da torneira e não posso falar que teve alguma coisa na minha rua, no meu bairro. Vamos continuar trabalhando em busca de uma solução."

Fernanda Melchiona (PSOL) prometeu fiscalização. "Nós estamos acompanhando de perto esta situação, verificamos os resultados dos testes, vamos fiscalizar de perto a empresa contratada para realizar os testes e também o Dmae. A água infelizmente encontra-se com cheiro e gosto ruins e isso é inadmissível."

Valter Nagelstein (PMDB) defendeu  a captação da água vinda do Jacuí como uma solução para a questão. "Precisamos melhorar a água e ter uma resposta, mas precisamos descobrir as causas da água em Porto Alegre estar nestas condições. Os técnicos do Dmae estão buscando fazer o melhor para solucionar o problema, mas o momento é uma boa oportunidade também para levantar a questão de captar a água tendo como fonte o Jacuí."

Lourdes Sprenger (PMDB) disse que a sociedade espera uma solução rápida. "Nós vereadores estamos aqui para ajudar e tranquilizar a população. Fizemos uma pesquisa nas redes sociais e os moradores de diferentes bairros se manifestaram. A fiscalização de quem polui esta sendo realizada? O que foi feito que terminou com o odor na região do centro e não em outros locais da cidade? Se o Guaíba está poluído, o que vamos fazer como soluções?"

Waldir Canal (PRB), que havia solicitado ao presidente o comparecimento dos órgãos responsáveis pela qualidade da água, afirma que “é papel da Câmara não apenas assistir um problema como esse e ficar passiva sem uma manifestação, sem um pedido de explicação, sem entender o que está acontecendo e cobrar ações”. Para Canal, “a população não pode esperar tanto tempo”.

Mário Manfro (PTB) contou que está tranquilo pois não há indícios de bactérias nocivas à saúde. “O que me tranquiliza, e acho que é o aspecto mais importante, foi que em todos os testes realizados em termos de uma bactéria nociva à saúde não foi encontrado nada”. O vereador também relatou que utiliza a água do Dmae.

Considerações Finais

O secretário municipal do Meio Ambiente, Léo Antonio Bulling, agradeceu o convite da Câmara e concordou que “infelizmente os resultados ainda não foram positivos de uma forma concreta”, mas afirmou que as análises e pesquisas não vão parar. Já o engenheiro químico da Fepam Vagner Hoffman garantiu que a Fepam esteve envolvida desde o início e que “não deixou de participar desses trabalhos que estão sendo feitos”. Elisandro de Oliveira concluiu a apresentação dizendo que “é muito importante que as pessoas não diminuam o consumo de água pois ela é muito importante para a nossa saúde. Também garantiu que não há resíduo conhecido de bactérias na água nocivo à saúde.

O presidente da Câmara, vereador Cassio Trogildo (PTB), acredita que há necessidade de retomada do tema. “Logicamente, vamos precisar continuar acompanhando e propor uma readequação dos termos que ainda são executados no município”.

Texto: Ananda Zambi (estagiária de Jornalismo)
 Maurício Macedo (reg. prof. 9532)
Jonathan Colla (reg. prof.18352)
Guilherme Sampaio (reg. prof. 18405)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)