Câmara na Comunidade

DMLU promete regularizar coleta de lixo na vila Santo André

Sofia Cavedon se reúne com DMLU e Defensoria Pública na Vila Santo André Foto: Tonico Alvares
Sofia Cavedon se reúne com DMLU e Defensoria Pública na Vila Santo André Foto: Tonico Alvares
Sob a modesta proteção das telhas atravessadas de um pequeno e improvisado galpão de reciclagem na vila Santo André, no Humaitá, a presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Sofia Cavedon (PT), obteve do coordenador do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Eduardo Rava de Campos, a promessa de que as coletas de lixo na vila serão regularizadas a partir deste sábado. O encontro, que aconteceu na tarde desta quinta-feira, 21/7, ainda abriu espaço para o depoimento e pedidos de moradores da comunidade.

O acúmulo excessivo de lixo na vila Santo André, constatado em visita do Câmara na Comunidade de 1/7, gera inúmeros problemas, como proliferação de ratos, focos de mosquito da dengue, além da contaminação da água e do ambiente. Naquele dia, os moradores denunciaram a irregularidade da coleta de lixo. “A comunidade nem conta mais com a coleta”, disse a primeira-secretária da Associação de Moradores, Lia Paim. Edmilson Ferreira, também representante do DMLU, garantiu que o órgão vai buscar uma solução. “Pode estar tendo uma falha, mas a gente vai corrigir”.

O cronograma do DMLU para a Santo André prevê coleta domiciliar nas terças, quintas e sábados, e de foco nas segundas, quartas e sextas. Segundo relatos, o caminhão de lixo, além de não comparecer nos dias que deveria, não entra na comunidade, recolhendo somente os rejeitos da entrada da Santo André. Os próprios coletores teriam orientado os moradores a fazer um montante em determinados pontos. Ferreira criticou a atitude. “Esse tipo de orientação só pode partir da coordenação do DMLU, e nada foi passado”.

Antônio Estulano, que mora há 23 anos na vila, defendeu que sejam colocados contêineres em pontos estratégicos da Santo André. Porém, teria de haver uma conscientização por parte da comunidade, uma vez que só lixo doméstico poderia ser depositado. “Não adianta colocar o contêiner se nós não nos educarmos”, reconheceu Valter Mazzoni. Propôs-se, então, que cada depósito teria um coordenador. Os representantes do DMLU prometeram avaliar a proposta, embora ponderem que não dispõem de nenhum contêiner de imediato. Ficou acertado que até quarta-feira, 27/7, o órgão dará um retorno para a comunidade.

A presidente Sofia, que mediou à discussão, ainda opinou que a coleta deveria ser feita todos os dias. “Não é uma vila comum. Aqui quase todo mundo trabalha com reciclagem”, salientou. Segundo estimativa dos moradores, cerca de 90% trabalham reciclando lixo. “Independente de qualquer situação, as pessoas têm que ter dignidade de vida”, ressaltou o defensor público João Otávio Carmona Paz, que também acompanhou a reunião. O DMLU afirmou que irá considerar a opção de transformar a coleta de foco em diária.

Demais problemas
Os moradores da vila Santo André agora desejam reunir-se com a Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV), para tentar resolver os problemas de acesso da região. O barro é tanto que, em dias de chuva, chega a impedir alguns pais de levarem seus filhos à escola.

A presidente Sofia ainda destacou a importância de estabelecer parcerias e inserir os moradores em cursos de formação e programas sociais, para que tenham novas chances. A primeira secretária da Associação de Moradores, Lia Paim, apoiou a iniciativa. E, num desabafo, admitiu: “Ninguém trabalha no lixo porque quer, mas porque não tem escolha”.

Jorn. Marta Resing (reg. prof. 5405)
Assessora de Imprensa da Presidência