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Vila Santo André sofre com a falta de energia elétrica

Lixo se decompõe em meio a casebres Foto: Elson Sempé Pedroso
Lixo se decompõe em meio a casebres Foto: Elson Sempé Pedroso

Fios queimados, aparelhos estragados e risco de incêndios são alguns dos problemas decorrentes da falta de rede elétrica relatados nesta terça-feira (15/5) por moradores da Vila Santo André a dois vereadores da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre. Segundo as líderes comunitárias Lia Paim e Jacira Feltes, um transformador de maior capacidade poderia evitar as frequentes quedas de luz na vila, situada no bairro Humaitá, Zona Norte.

Lia e Jacira contaram aos vereadores petistas Maria Celeste e Engenheiro Comassetto que apenas um transformador atende a parte sul da comunidade, onde vivem cerca de 700 famílias. Devido à sobrecarga - agravada pela profusão de "gatos" -, o aparelho explodiu várias vezes. “Precisamos de um transformador de 112, mas a CEEE colocou quatro vezes um de 70”, afirmou Jacira. As líderes comunitárias disseram que as cerca de 900 famílias da porção norte da vila - do outro lado do viaduto da freeway - têm até conta de luz.

Engenheiro Comassetto e Maria Celeste, presidente da Cedecondh, percorreram a vila e concluíram que a melhor solução para a Santo André, no momento, seria uma rede provisória de energia, aos moldes da instalada na antiga Vila Chocolatão. Comassetto ressaltou que, para colocar esse tipo de rede, a CEEE precisaria de permissão da prefeitura. Conforme o vereador, a CEEE alega também que não há como instalar um transformador maior no local porque a rede que chega à vila não suportaria.

As líderes Lia e Jacira afirmaram que o Executivo não pretende instalar rede de energia provisória na Santo André porque planeja transferir a vila em 2014. Porém, segundo elas, ainda não há terreno nem projeto para o reassentamento das famílias. "Há recursos, mas a prefeitura não tem projeto", frisou Comassetto.

Lixo, esgoto, água e animais

A falta de água e de rede de esgoto, o acúmulo de lixo e a proliferação de animais contribuem para agravar as condições da Vila Santo André, como atestaram Lia e Jacira. Elas levaram os vereadores a um terreno coberto de lixo em decomposição encostado aos casebres de várias famílias. “Aquilo lá fede; é muito lixo”, contou Lia antes de mostrar aos vereadores o local, onde há poças de chorume e nuvens de moscas varejeiras. Por toda a parte, perambulam cães, gatos e cavalos, muitos deles com aparência doente e subnutrida.

Na tentativa de buscar soluções para a Vila Santo André, Maria Celeste e Comassetto anunciaram que a Cedecondh realizará, no dia 29 de maio, às 14h30min, na Câmara, uma reunião de moradores da Vila Santo André com a CEEE e órgãos do Executivo Municipal. Serão convidados representantes dos departamentos municipais de Habitação (Demhab), de Água e Esgoto (Dmae) e de Limpeza Urbana (DMLU), além da Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda).

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)