Empresário propõe reúso de água da lavagem de carros
A convite do presidente da Câmara Municipal, vereador Dr. Goulart (PDT), o diretor da empresa Aquaflot, engenheiro Jailton Joaquim da Rosa, apresentou à Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), nesta terça-feira (5/12), o trabalho desenvolvido pela empresa quanto ao tratamento e reúso da água utilizada na produção de empresas e indústrias. A proposta apresentada deverá nortear um futuro projeto de lei, a ser apresentado pelo vereador Dr. Goulart (PDT), criando um programa de tratamento e reúso da água utilizada na lavagem de veículos em Porto Alegre. De acordo com Goulart, a previsão de escassez de água em futuro próximo obriga a Câmara a começar a discutir soluções para o problema em nível municipal.
O empresário informou que 97,5% da água existente na Terra é salgada, e o processo de dessalinização da água ainda é muito caro. Para Jailton da Rosa, é necessário incentivar empresas e indústrias a fazerem o reúso da água utilizada nos processos de produção. Sobre a proposta de reúso da água da lavagem de veículos, ele citou dados da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) segundo os quais existem 400 empresas de ônibus, transportadoras, revendas e postos de combustíveis e de lavagem cadastradas em Porto Alegre. O consumo de água dessas empresas, segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), corresponde a 42,5 mil metros cúbicos por mês, equivalente ao consumo de 14 mil habitantes por mês. "O reúso diminui o custo dos R$ 10,00 por metro cúbico de água consumida atuais para cerca de R$ 1,00 por metro cúbico", explicou.
O vereador Cláudio Sebenelo (PSDB) destacou o rigor científico do trabalho apresentado pelo empresário e lembrou que o Brasil é o país que tem mais água doce no mundo. "Cerca de 75% do esgoto de Porto Alegre não recebe tratamento e é jogado diretamente no Lago Guaíba." O presidente da Cosmam, vereador João Carlos Nedel (PP), lembrou que esteve recentemente no lançamento do Plano Nacional Hídrico, em Florianópolis, e disse esperar que a proposta apresentada seja transformada em projeto de lei municipal.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)